quarta-feira, 23 de março de 2011

100% Negro Sim!

Na sociedade é evidente que existe sim, um preconceito dos negros com os próprios negros. Normalmente por um motivo bem simples, o que uma criança negra aprende sobre sua cor na escola? Que eram escravos, "animais", lixos, feio... E sobre brancos? Civilizado, rico, bonito, etc. Ok, sobre a escravidão negra é até verdade. Porém, por que não é explicada a origem disso, por que não é falado que boa parte dos mulçumanos, civilização extremamente avançada culturalmente era de negros, por que não falar que o maior império já visto na terra, o do Egito, também era composta por negros, por que, para pegar um exemplo mais “recente”, não falar da luta contra o domínio europeu feito pelo povo da Etiópia, por que não falar da revolução de escravos no Haiti e como eles venceram Napoleão... etc..etc... Por que isso, entre outras várias coisas que poderiam citar, é simplesmente esquecido. Então passando por essa “lavagem” de desinformação é claro que o molequinho 11, 12,13 anos,etc... Não vai querer ser negro; eles pensam Ser “inferior”, eu? Não... sou mulato, moreno, etc. Esses eufemismos tolos.

Então explicado isso vamos ao ponto da camisa 100%Negro. Que representa: "EU SOU NEGRO SIM!!! NÃO ESCONDO... E TENHO HISTÓRIA, MESMO O SISTEMA ME IGNORANDO".
É de certo modo o mesmo que um gay usar a camisa, 100%gay. O que representaria: "EU TENHO ORGULHO DE SER GAY... QUER ME DISCRIMINAR, FODA-SE".

Ou seja, as camisas não passam (ou deveriam) a mensagem de raça ou cor, não. Ela existe pelo conceito histórico (e necessário) de auto afirmação, ou seja, ela tem uma simbolização devido ao contexto, exemplo: Se um judeu usar a camisa 100%judeu no Brasil, não vai fazer diferença, certo? Agora e na Alemanha pós-nazismo??? Provavelmente faria muito sentido e passaria uma bela mensagem.

Agora, com todo respeito qual seria o motivo de uma pessoa branca usar uma camisa 100%branco? Não há contexto histórico ou motivo (“nobre”) para isso. Ele apenas estaria dizendo: “sou feliz por ser branco”, tá, mas todo mundo tem que ser feliz na cor que seu genótipo definir. Ou então ele estaria querendo dizer que é feliz de ser branco por não ser de outra cor?? Enfim, no contexto não há mensagem. É o mesmo que alguém usar a camisa: “orgulho hetero”, pra dizer que é feliz não sendo gay, ok, mas, heteros são a maioria e não são discriminados por isso. Então também não tem sentido e se torna uma provocação imbecil ou uma auto afirmação de quem tem duvidas de sua sexualidade.

Então para resumir de forma bem clara: A camisa 100%negro não exalta a COR e sim O CONTEXTO HISTÓRICO DE DISCRIMINAÇÃO, então a mensagem é: “eu, minha raça (e não me venham com essa tolice de que todo mundo é raça humana e bla.. bla.. bla), sofremos, passamos por discriminação e etc, mas eu tenho orgulho de ser NEGRO SIM, conheço minha história”.

"As únicas pessoas que realmente mudaram a história foram os que mudaram o pensamento dos homens a respeito de si mesmos."

(Malcom X)

segunda-feira, 21 de março de 2011

Dom Helder Câmara e Frei Damião: os dois lados de uma mesma igreja.

Eles viveram boa parte da vida no mesmo Estado, Pernambuco; serviram à mesma Igreja, a Católica, sempre estiveram ao lado do povo; possuíam baixa estatura e uma força de vontade além do normal, morreram na mesma década, mas mesmo assim foram tão distantes em seus ideais quanto os países em que nasceram. Frei Damião, nasceu na Itália, cidade de Bozzano, em 1898, com o nome de Pio que em Latim significa: Piedoso, termo que poderia muito bem designar Hélder Pessoa Câmara, posteriormente Dom Helder Câmara, nascido em Fortaleza no ano de 1909.

Em 1923 enquanto Dom Helder, aos 14 anos, ingressava no Seminário Diocesano de Fortaleza, para dar início a sua vida religiosa; Frei Damião retomava os estudos teológicos, após ser convocado pelo exercito italiano para participar da 1° Guerra mundial. Após ser ordenado Padre, conseguir o diploma em Teologia Dogmática, Filosofia e Direito Canônico pela Universidade Gregoriana e lecionar no Convento de Vila Basélica e do Convento de Massa, ambos na Itália, Frei Damião, que era pertencente à Ordem dos Capuchinhos, recebe a tarefa de vir ao Nordeste do Brasil, em 1931. Curiosamente esse ano marca a primeira missa realizada por Dom Helder, a época com 22 anos.

Na Década de 30, Enquanto Frei Damião começava sua longa e incessante caminhada pelo Nordeste brasileiro, se tornando mito entre os mais pobres e sendo conhecido como o “novo Padre Cícero”, designação que ele sempre rejeitou; Dom Helder vai para o Rio de Janeiro, onde morou por 28 anos, exercendo funções na Secretaria de Educação do Estado e no Conselho Nacional de Educação. Porém assim como o Frei, sempre buscou estar ao lado dos pobres, ainda no Rio de Janeiro funda a Cruzada São Sebastião, para atender favelados e o Banco da Providência, destinado a ajudar famílias pobres.

Dom Helder foi por muito tempo o Secretário Geral do Conselho Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nesse período sempre buscou a atualização e adaptação da Igreja Católica aos tempos moderno engajando-a na luta em defesa dos mais pobres, justiça e da cidadania, sempre levando a mensagem da Teologia da Libertação, da qual era seguidor. Indagado sobre essa mesma Teologia Frei Damião disse. “Vocês jovens façam a sua teologia da libertação. Deixem-me fazer as minhas pregações”.

Já as pregações do Frei Damião a cada ano se tornavam mais popular e conhecidas no Nordeste, a bem da verdade ele não era um grande orador, seus sermões eram decorados e repetidos por todos os locais em que passava, e se Dom Helder buscava a modernização da Igreja, o Frei representava um catolicismo antigo, tradicional, conservador e alimentador de um clima de incompreensão entre grupos diferentes, dizem (não existem fonte seguras) que por sua causa cerca de dois mil católicos colocaram fogo em uma Igreja Evangélica na cidade de Patos na Paraíba. Seu dogma era baseado no Concílio de Trento (1545-1563), sempre indo contra valores do novo século como: a Pilula para mulheres, Dança, Minissaia, Casamento que não era realizado na Igreja, Sexo antes do casamento, para ele tudo isso levaria ao Inferno. O próprio Frei Damião se definiu como. “um homem do outro século”, nesse caso o século XIX.

Se Frei Damião levou a incompreensão entre grupos religiosos, Dom Helder seguiu caminho contrário, o que fica claro no seu discurso após a posse como Arcebispo de Olinda e Recife em 1964. “Sou um cristão se dirigindo a cristãos, mas de coração aberto ecumenicamente para homens de todos os credos e todas as ideologias”. Foi como arcebispo em Pernambuco que Dom Helder demonstrou todo seu engajamento com questões sociais, mesmo perseguido pela Ditadura Militar no Brasil (1964-1985) Dom Helder Câmara nunca se calou e sempre esteve ao lado instituições que defendiam a democratização do país, por isso de 1968 até 1977 seu nome foi proibido nos meios de comunicação no Brasil, e pessoas que o rodeavam foram presas e torturadas, chegando ao caso extremo do Padre Henrique Neto, seu assessor, morto em 1969, por membros do CCC (Comando de Caça ao Comunista). Já Dom Helder, que por sua luta ganhou a alcunha de “Dom da Paz”, sempre foi acusado de Traidor, Fascista (por sua participação no movimento Integralista) e comunista, pelos membros da Ditadura, do último adjetivo disse uma vez. “Quando dou pão aos pobres, chamam-me de santo, quando pergunto pelas causas da pobreza, me chamam de comunista".

O Frei Damião também sofreu repulsa, algumas vezes de pessoas dentro da própria Igreja, que o chamavam de fanatizador, por isso sua presença foi proibida em algumas cidades nordestinas como,: Afogados da Ingazeira, Campina Grande, Crato, Palmeira dos Índios, etc. Sobre isso o Frei sempre evitou polêmica dizendo. “O dono é quem manda na sua casa, eu apenas sigo ordens”. Repulsa de uns, porém, acolhimento de vários, além da legião de fies que o seguiam, os políticos eram um publico assíduo nos seus discursos, muitos usavam seu nome politicamente, seja ele um pequeno vereador ou candidato à presidência, como Fernando Collor que usou imagens de Frei Damião durante sua campanha eleitoral para presidência. Sobre política o Frei demonstrou não dar muita importância ao assunto. “Os políticos prometem muito e nem sempre cumprem. Mas, de que vale essas promessas que são coisas materiais? Devemos pensar nas coisas da alma”. Já para Dom Helder a política sempre esteve presente de forma decisiva em sua vida, ele não só falava, como agia em parceria com órgãos do governo, líderes, colaboradores, teólogos, etc. Tanto é, que possuiu o telefone privado de 5 presidentes: Getulio Vargas, Café Filho, Juscelino Kubitscheck, Jânio Quadros e João Goulart; influiu na criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), participou das Diretas Já!, entre outros feitos. Sua importância foi tamanha que conseguiu, trinta e dois títulos de Doutor Honoris Causa, vinte e quatro prêmios dos mais diversos órgãos internacionais, além de ser o único brasileiro indicado quatro vezes para o Prêmio Nobel da Paz.

“Ser missionário é mergulhar na vida do povo”. Essa frase de Dom Helder Câmara, talvez seja a que melhor defina tanto ele como o Frei Damião figuras humilde que ao seu modo, estiveram sempre presente na vida e principalmente ao lado do povo. Frei Damião faleceu em 1997 com 98 anos, já Dom Helder em 1909 com 90 anos. Ambos faleceram no Recife, o corpo do Frei foi enterrado na mesma cidade, já o Dom está sepultado em Olinda. Eles tiveram poucos momentos juntos, mas sempre que isso aconteceu demonstraram total cordialidade. Perguntado uma vez se Frei Damião era santo Dom Helder respondeu. “É Claro! Ele é nosso! Apesar de nos pertecencer, é do mundo inteiro”. Pode não ter sido o caso, mas bem que Dom Helder Câmara, poderia não está se referindo apenas ao Frei Damião com essa frase.


"A maneira de ajudar os outros é provar-lhes que eles são capazes de pensar".
Dom Hélder Câmara

quarta-feira, 16 de março de 2011

Japão pode causar um tremor maior do que o do "fim do mundo"

Nesse mundo globalizado (evolução, certo?) cada vez mais o “efeito borboleta” se torna algo real, o bater de asas de um beija-flor ou uma pequena ventania no Japão (sem piadas com o trágico fato ocorrido) pode se tornar um tufão no Brasil ou em outro lugar do mundo. E assim será com a crise na economia japonesa que deverá ser sentida após o baque de todo o fato lamentável ocorrido. O Tremor lá não se limita a terras nipônicas.

Antes de tudo vamos desmitificar algumas coisas, primeiro a reconstrução do Japão apesar de rápida, devido à tecnologia (ponto importante que será destacado) e evolução (certo?) da humanidade, não será como o pós 2° guerra... Quer dizer, pós 2° guerra não.. pós terrorismo estadunidense (bombas nucleares em Nagazaki e Hiroshima... bombas nucleares... irônico, hein). Enfim a reconstrução não será “rápida” por dois fatos simples, que se resumem a um, e que pode não resumir a nada no pós crise do século XXI: eles, sempre eles... Estados Unidos da América. O Japão agora não conta com o rico apoio do “plano Marshall”; até porque os EUA não têm dinheiro, nem motivo (saudades da URSS...). Então os asiáticos terão que se virar com o capital interno, forte, porém abalado e futuramente desvalorizado e os empréstimos e ajudas “humanitárias” da vida. Pronto, então o primeiro fato é esse: “o Japão não terá apoio financeiro para se reconstruir como outrora”.

Agora vamos ao segundo (e mais divertido) ponto. Quando se pensa em Japão logo se lembra de?? De?? Isso! Godzilla... não, não... TECNOLOGIA, quais são os países que mais consomem e “necessitam” de tecnologia no mundo, claro, EUA e os membros ricos da União Européia. E não se enganem porque japonês tá tuitando, fazendo vídeo para youtube, etc. Isso é o de menos, e a tecnologia é algo que muda constantemente, então será que o Japão terá força, nos próximos anos, ou investimentos para isso? provavelmente não. Então o que farão seus ricos compradores??? Não comprarão, simples. É crise! (como tudo resumido fica mais fácil).

E onde entra o Brasil e China nisso?... Vamos lá, O Japão não vai investir (como investia) em avanços tecnológicos porque precisa se reconstruir e para conseguir isso precisa de matéria prima para aço e outros produtos, como minérios e etc. E quem é forte, vende barato e não passa por crise (foi só uma marolinha) o Brasil e China, outros como Rússia, África do Sul, Índia, também merecem citação, mas darei destaque ao que é nosso e o que nos dominará (será?). Tanto Brasil como China não tem força em tecnologia (China + internet = block), ou seja, não sofrerão a crise japonesa (que ainda é a terceira economia do mundo) e em contrapartida lucrarão, à China até mais devido sua vasta mão de obra. Enfim esse é o tsunamico mundo globalizado...

"Referente a globalização e arte global. Das duas, uma... O despertamos ou nos consumimos a nós mesmo: ficando deste modo na linha da frente por nome: extinção".
Miguel Westerberg

quarta-feira, 9 de março de 2011

Mentiras históricas contadas no futebol

No futebol existem algumas mentiras (mitos) contadas que alguns setores da mídias, torcedores, etc. Alimentam (ou acreditam) como se fosse verdade. Vamos a alguns exemplos:


1° Que o Botafogo de Garrincha foi o grande rival do Santos de Pelé.

Mentira: o único time que chegou mais próximo de rivalizar com o Santos foi o Palmeiras. Tanto que ele depois do Santos foi o que mais se beneficiou quando a taça Brasil foi aceita como campeonato brasileiro. O Botafogo tinha força apenas estadual. Nacionalmente ganhou um título em 68, quando Palmeiras e Santos desistiram do campeonato.


2° Que Garrincha não era objetivo e não gostava de fazer gol.

Muitos citam o exemplo de quando ele driblou o time todo (do Bangu se não me engano) chegou embaixo da trave e voltou. Porém esse jogo já estava pra lá de 5 x 0... Vejam como exemplo a Copa de 62, Garrincha fez gol de falta, cabeça, perna esquerda, direita, etc... Dizer que ele não era objetivo é mentira. Pode-se dizer sim, que ele não era profissional, isso é fato.


3° Que América e Portuguesa já foram grandes.

Mentira. Nenhuma das duas equipes chegou ao status de grande, como o Botafogo hoje (para nivelar por baixo) em momento algum. Eram apenas equipes competitivas (que sempre estavam disputando o campeonato) e fizeram alguns torcedores, enfim, equipes de temporadas sem regularidade, assim como Juventude, Ponte, Guarani, etc... Nenhum pode ser considerado grande, mesmo que estadualmente. A única equipe que "deixou" de ser grande é o América-Mg.



4° Que Yashin é o maior goleiro da história.

Vejam os gols que ele tomou na copa de 62 e depois a gente conversa. Yashin é uma lenda. Nada mais que isso. Na sua época foi o maior, mas se comparar com os goleiros de hoje, perde para muitos. O que tornou Yashin mito é que ele foi o primeiro goleiro a sair da pequena area e a se adiantar em penâltis (por isso defendeu tantos), enfim, antes os goleiros só iam da direita para esquerda e ele mudou esse conceito, mas como goleiro, era "comum".

5° Maradona foi um dos grande jogares da história do Boca.

Ele é torcedor do Boca e por tudo que representa na Argentina a torcida o venera. Mas na história do Boca ele pouco representa, não chegou a jogar 100 jogos lá e conquistou apenas um título. Por exemplo, Tevez é muito mais importante e respeitado (como jogador do clube) do que ele.



6° O argumento de que: “ahh.. como pode um torneio em que um time jogou 6 jogos ter o mesmo valor de um em que ele jogou 42”. (Isso em referência a Taça Brasil ser aceita como campeonato brasileiro)..

Isso é não chega a ser mentira, mas é um argumento falho. Maior exemplo disso, o Estudiantes foi campeão da libertadores em 2009 jogando 14 jogos e campeão em 1969 jogando 4 jogos. E ambos os títulos tem o mesmo valor na história do clube.


7° Friedenreich

é uma mentira parecida com Yashin. Ele jogou em uma época semi-amadora e de segregação (só a elite jogava futebol) então não da para saber (até pq quase ninguém viu) se ele era grande jogador mesmo. E sua lista de clubes (mais de 10) e títulos (menos de 10) depõem contra ele ter sido esse jogador fora de série.



8° Que Sport e Guarani armaram para ambos chegarem a final em 87

dizer que os times terem “divididos” o módulo amarelo, após as 11 penalidades para ambos irem para o quadrangular (fato que algumas pessoas da mídia como Rica Perrone ainda alimentam) é complicado. Para deixar claro aquele regulamento já estabelecia o cruzamento entre as 4 equipes. Então por exemplo poderia acontecer coisas bizarras como o time ser vice do Módulo amarelo e campeão nacional. Ou vice do módulo verde e campeão nacional.


Enfim, se vocês souberem de mais desses “mitos” eu ficaria grato em saber. Compartilhem.


"Futebol é muito simples: quem tem a bola ataca; quem não tem defende".

Neném Prancha