tag:blogger.com,1999:blog-57485113135128288482024-02-07T10:51:14.749-03:00O sentido da vida é o verboDavid JChttp://www.blogger.com/profile/14281940840459539355noreply@blogger.comBlogger114125tag:blogger.com,1999:blog-5748511313512828848.post-50695923499233595322020-10-22T22:33:00.020-03:002020-10-22T23:04:15.154-03:00Pelé, demasiado Edson... <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIKQf7q4KkSKGQYdGWI4vi91rae4V8JLdDDWXU5rp_FdHIw-NL1fvaJ1oiJf6HVVi9Jy7rFb8_hLqBnD770-jAB3wViRRqZrJHA3534vVULeRLG4p-AkDbRmm4U0WVaftSUf10YTdxnCs/s975/Pele%25CC%2581-com-a-camiseta-da-campanha-das-Diretas-para-Presidente..jpg.jpg" style="font-size: large; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="975" data-original-width="650" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIKQf7q4KkSKGQYdGWI4vi91rae4V8JLdDDWXU5rp_FdHIw-NL1fvaJ1oiJf6HVVi9Jy7rFb8_hLqBnD770-jAB3wViRRqZrJHA3534vVULeRLG4p-AkDbRmm4U0WVaftSUf10YTdxnCs/s320/Pele%25CC%2581-com-a-camiseta-da-campanha-das-Diretas-para-Presidente..jpg.jpg" /></a><br /><span style="font-size: xx-small;">Foto: Ronaldo Kotscho/Placar</span><span style="font-size: medium;"> </span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">É indiscutível a importância de Pelé, o Rei do Futebol, que
completa 80 anos em outubro, na história não só do esporte ou do Brasil, <a href="https://www.uol.com.br/esporte/videos/2020/10/22/como-pele-se-tornou-mais-conhecido-que-qualquer-outro-brasileiro-no-mundo.htm" target="_blank">no qual é a pessoa mais conhecida do </a>planeta, mas também no campo simbólico como a
figura que é, e deverá ser por muito tempo, <a href="https://t.co/eKQiZJNsVV?amp=1" target="_blank">a representação da excelência </a>no esporte
mais popular do mundo.</span></p><p class="MsoNormal"></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Não se discute a relevância de Pelé na história. É um símbolo irrefutável. No
entanto, talvez o último ato de genialidade dele, até ser levado ao panteão
dos deuses, é algo que curiosamente foi ignorado por parte da mídia e sociedade brasileira em geral, que é o Edson, a figura humana, com CPF, erros, acertos e
diversas vulnerabilidades. </span></div>
<div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Talvez até para facilitar Pelé sempre tentou separar, às vezes até exagerando no uso da terceira
pessoa, a sua figura jurídica (Pelé) da física (Edson), porém, é curioso como isso o foi negado. Diferente de outras figuras famosas, e algumas bem representativas do esporte, da música, do cinema, etc. Para muitos Edson não teve o direito de errar, algo que,
ao meu ver, o fez em diversos momentos. E aí não falo em cometer crimes, falo em erros humanos, em ações normais para qualquer figura que
nasceu pobre no interior de Minas e viu seu mundo dar um 360° tão cedo.</span></div>
<div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Além de ser criticado pelo que ele fez, Edson também tinha a peculiaridade de ser cobrado
pelo que deixava de fazer. A ele, homem negro, famoso, pairava a obrigação de ser, politicamente, uma espécie de Muhammad
Ali, <a href="https://observatorioracialfutebol.com.br/muhammad-ali-e-pele/" target="_blank">que o admirava</a>. Ele não tinha escolha. E isso, como falei
antes, me gera no mínimo curiosidade. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Obviamente só ele é Pelé, mas também só
ele é Edson Arantes do Nascimento, e, evidentemente, tem, ou deveria ter, o poder de escolher se deve
ou não se posicionar, o que em geral pouco o fez. Edson sempre esteve próximo de
governos da direita à esquerda, <a href="https://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/fk01059833.htm" target="_blank">até ministro já foi,</a> mas pouco levantou bandeira ou pediu diretamente voto
para político A ou B, mesmo tendo tendências mais conservadoras, diferente de outras figuras, como Zico, por exemplo, que
é infinitamente mais poupado pelos <a href="https://twitter.com/davidjc13/status/1146415042352623616" target="_blank">seus erros de posicionamento</a> ou omissões,
como a de subir em palanque de presidente de uma <a href="https://twitter.com/davidjc13/status/981930904221356032" target="_blank">ditadura que torturou seu irmão.</a></span></div>
<div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Mas é claro que o Edson não é o Arthur. Isso tá na cara. A cobrança é
diferente. Assim como ele também não é o Doutor Sócrates, figura importante no
campo esportivo e político, que lutou contra a Ditadura Militar mas que, vejam
só, entre outro erros, típicos de humanos, <a href="https://twitter.com/davidjc13/status/915935144439091200" target="_blank">se rendeu em elogios a um</a> presidente
não democrático, no caso, João Baptista Figueiredo. Ato pouco lembrado em sua biografia, afinal, como disse, somos humanos, e estamos sujeitos a isso.</span></div><span style="font-size: medium;"><o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Às vezes me passa a impressão que para muitos, bem nascidos
e que nunca passaram por 0.1% do que o Edson passou, a importância dele só se
daria se mártir, ou algo parecido, fosse. Como assim o negro mais importante do Brasil e entre os
mais importantes do mundo nunca sofreu nem se quer uma perseguição da CIA (<a href="https://epocanegocios.globo.com/Informacao/Dilemas/noticia/2013/04/pele-foi-investigado-pela-ditadura-militar-revelam-documentos.html">apesar que Pelé já foi investigado pelo governo ditatorial</a>)? Afinal, pra que serve um negro tão importante se não é para <a href="https://twitter.com/ObRacialFutebol/status/1319269593098211329" target="_blank">falar sobre racismo</a>, não é esse
o tema que eles dominam?</span></div>
<div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Ou pior, como destacou Roberto Vieira no excelente texto <a href="https://t.co/7GW6UfyMuK?amp=1" target="_blank">Manuel e Edson:</a> </span></div>
<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><span style="font-size: medium;"><i><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span><i>“</i><span style="line-height: 107%;"><i>Porque Garrincha é visto como inocente e bonachão fora dos
campos? </i></span></span><i><span>Enquanto Pelé é cobrado em cada esquina a cada escorregão? </span></i></span></div></i><span style="line-height: 107%;"><i><div style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: arial;"><br /></span></span></div><span><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: arial;">Qual a
diferença entre o Edson e o Manuel? </span></i></div></span><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><span><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: arial;">Edson se recusou a reconhecer uma filha.
Parte da torcida o vaia até hoje. Longe do texto elogiar a conduta. Mas
Garrincha abandonou uma penca de filhos. No Brasil, na Suécia, sabe-se lá onde
mais. </span></i></div></span><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><span><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: arial;">Mesmo assim, o ato de Edson é sempre lembrado. E o de Garrincha é
folclorizado. Como o de um bom selvagem. </span></i></div></span><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><span><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: arial;">Em outros campos, Edson foi exemplo de
atleta. Não bebia, não fumava, treinava mais que todo mundo. Enquanto Manuel
era o avesso do avesso do avesso. </span></i></div></span><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><span><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: arial;">Edson que jogou tão machucado quanto Manuel. Ambos
esquartejados. Porém, a imagem do Rei saindo em frangalhos na Copa da
Inglaterra. Depois de lutar com uma perna só diante dos portugueses. É menos
lembrada que a clavícula do Kaiser. Menos glamourizada que os joelhos do
Manuel. <br /><br />Não se trata aqui de juízo de valores. </span></i><i><span style="font-family: arial;">Pelé e Garrincha são fenomenais, craques, gênios. Edson e Manuel são humanos,
falíveis, marias-madalenas. Entretanto. Talvez o motivo da percepção distinta
entre Edson e Manuel. Seja outro. Menos inocente – e mais ligado ao preconceito
de classes e de cor. </span></i></div></span><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><span><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: arial;">Edson, menino pobre e faminto, negro e inculto. Seria
idolatrado se morresse pobre e entorpecido. Como devem morrer os negros neste
país. Como morreu Garrincha. Mulato inzoneiro alcoolizado e falido. Semideus de um
país que aplaude os seus ídolos do povo. Principalmente quando morrem
miseráveis e esquecidos"...</span></i></div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div>
</i></span></span><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><br />Faço questão de colocar na íntegra tamanha a perfeição. E, de novo me volta a pergunta, talvez respondida pelo texto de Roberto. Por que só o
Edson? Muitos podem lembrar da relação com a filha, atitude da qual, pessoalmente,
não teria feito da forma que ele fez, mas, repito, por que só o Edson é cobrado até
hoje por um “crime” que outros deuses/humanos como <a href="https://veja.abril.com.br/esporte/maradona-assume-filho-italiano-de-29-anos-e-se-emociona/" target="_blank">Maradona</a> e Garrincha
cometeram? É difícil imaginar que toda a revolta seja porque ele, ao meu ver
corretamente nesse ponto, não foi ao velório de uma pessoa com a qual nunca
teve qualquer relação, e mesmo que você considere essa uma atitude errada, não seria algo absolutamente... humano?! </span></div>
<div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Todavia talvez o que mais me chama atenção sobre o Edson é o fato de paradoxalmente ao clamor por ele se posicionar, há a necessidade de sempre silenciar aquele que “calado é um poeta”. E mesmo se ele falasse tanta bobagem como levantam,
o que não o faz, poucas coisas são tão castradoras como silenciar uma pessoa, negar a ela o direito de ter uma opinião, por mais frívola que seja. E não, não
tem como achar que esse tipo de afirmação é “engraçada” ou que não tem nenhuma carga social. Não é algo isolado. </span></div><span style="font-size: medium;"><o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Como disse no início, não é que o <a href="https://veja.abril.com.br/placar/pele-80-anos-o-cidadao-edson-sem-a-bola/" target="_blank">Edson, humano</a> que é, não
tenha erros. Não é que ele não poderia ser bem mais importante em temas
fundamentais, e do qual ele viveu, ou ser uma voz importante contra uma
Ditadura. Não é isso. Mas também é que, além de tudo, ele também é, como
muitos outros, um rapaz negro, pobre, que saiu do interior e viu sua vida mudar muito
cedo, ele poderia ser o que muitos pensaram, mas igualmente ele tem o direito
de ser o que escolheu, sem de forma alguma arranhar o mito, pois, antes
de tudo, ele é humano, demasiado Edson. </span></div>
<div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>
<!--[endif]--><o:p></o:p><p></p>David JChttp://www.blogger.com/profile/14281940840459539355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5748511313512828848.post-73735792439398931792020-04-07T21:33:00.003-03:002020-04-07T21:34:38.740-03:00Sobre rotinas... <span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEga5KL-jjWwRo4EzbARVXqu5gaK0dGqqPLwMuo0Ghs1a_Db1U4vPk9WRSETo1p3R83bY-517o5HjO1mAtChm41NFvAJsSM6bwhWrAQvjSUXj9OJhojDZd_2AeMGn0OHA9chxME2B4c-48g/s1600/download.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><img border="0" data-original-height="225" data-original-width="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEga5KL-jjWwRo4EzbARVXqu5gaK0dGqqPLwMuo0Ghs1a_Db1U4vPk9WRSETo1p3R83bY-517o5HjO1mAtChm41NFvAJsSM6bwhWrAQvjSUXj9OJhojDZd_2AeMGn0OHA9chxME2B4c-48g/s1600/download.jpg" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Depois de 3 semanas basicamente apenas em casa, acho que finalmente o "peso" da quarentena "bateu", não posso mensurar se muito ou pouco, mas posso classificar a forma: saudade da rotina.</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><o:p></o:p><br /></span>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Rotina. É interessante pois, em situações normais, ela é normalmente tratada como uma vilã, como a representação de algo monótono, da falta de opções ou até de uma vida sem objetivos. Diria que ela é tipo uma bactéria,
que em geral a gente associa a algo ruim, mas que muitas vezes <a href="http://www.microbiologia.ufrj.br/portal/index.php/pt/graduacao/informe-da-graduacao/430-os-beneficios-das-bacterias-na-saude-humana" target="_blank">mais ajuda do que atrapalha</a>. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Então, após tudo isso acabar, espero que da forma menos traumática
possível, algo que ficará para mim é sobre a importância da rotina. É sobre ela não ser o que restou e sim o que escolhi, claro, falando dentro de alguns privilégios e possibilidades. Amigos e conversas no trabalho, mesmo que repetidas, a cerveja na
sexta-feira, mesmo que no mesmo bar, a pelada da segunda, mesmo que com as
mesmas pessoas, as aulas da pior cadeira com aquele professor que é horrível,
dormir até tarde no sábado/domingo, porque é quando dá, enfim... A quarentena e o isolamento social obrigatório (e importante, diga-se) dentre outros
problemas nos tira o direito de escolher, mesmo que nossa escolha sempre
fosse a mesma.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Esse período me fará valorizar o pragmatismo de uma
escolha, e não apenas no clichê, que também não deixa de ser verdadeiro, de que darei mais importância a proximidade das amizades e aos momentos, mas sim que ela me fará
valorizar a minha opção pela repetição por si só. Pela rotina. De não ver como negativo o fato de ‘toda
semana fazer isso’. E sim que toda semana eu escolho, dentre outras opções,
fazer 'a mesma coisa'.</span></div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">É evidente que opções de escolhas variam de pessoas pra pessoas, alguns podem se
restringir mais, outros menos. Também não significa que até o fim da vida sempre farei repetidamente a mesma coisa, óbvio que as "quebras da rotina" são importantes. Mas o que fica para mim é que as minhas
escolhas rotineiras mais representam sobre o que é do que sobre o que deveria.
E eu gosto do que é. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
David JChttp://www.blogger.com/profile/14281940840459539355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5748511313512828848.post-40404231202194984372020-02-28T13:23:00.000-03:002020-03-01T13:34:31.843-03:00Não, você não foi cancelado...<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8-5haW1RAbBRNbd-R1fD2gH_RENL-Q8p8Pn2VW3bjZAjvAcHN_h9nAstqY1e6QtqXgfzXrSYkIJCixzhIhe3zc-HcF1VmksY4J89dGRtDSnY50FohxlpDZ_xJ3q9BTmGOZU0f6XYgORQ/s1600/patati.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><img border="0" data-original-height="287" data-original-width="440" height="208" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8-5haW1RAbBRNbd-R1fD2gH_RENL-Q8p8Pn2VW3bjZAjvAcHN_h9nAstqY1e6QtqXgfzXrSYkIJCixzhIhe3zc-HcF1VmksY4J89dGRtDSnY50FohxlpDZ_xJ3q9BTmGOZU0f6XYgORQ/s320/patati.jpg" width="320" /></span></a><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Recentemente o excelente historiador </span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><a href="https://www.travessa.com.br/Luiz_Antonio_Simas/autor/b5f69542-1535-48ef-9464-1048e3ed6225" target="_blank">Luiz Antonio Simas</a> fez uma <a href="https://twitter.com/simas_luiz/status/1229060175874707457" target="_blank">thread </a>em seu perfil no twitter e também <a href="https://noticias.uol.com.br/colunas/chico-alves/2020/02/17/fantasias-na-mira-do-politicamente-correto-luiz-antonio-simas-opina.htm" target="_blank">deu uma entrevista</a> sobre o <a href="https://www.meioemensagem.com.br/home/opiniao/2019/12/02/a-era-do-cancelamento-da-pra-cancelar.html" target="_blank">“cancelamento”,</a> palavra bem na moda, do <a href="http://caciquederamos.com.br/" target="_blank">Cacique de Ramos</a>, tradicional bloco de carnaval do Rio de Janeiro. </span></span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">A princípio, e usando apenas seu perfil pessoal como fonte, também fui um dos que achou absurdo o "cancelamento" do Cacique. Porém, lendo a entrevista percebi que, infelizmente, caí num </span><a href="https://qualeagiria.com.br/giria/bait/" style="font-family: verdana, sans-serif;" target="_blank">‘bait’</a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"> (outro termo da moda) do Simas, ou ele caiu no de alguém e repassou. Enfim, o fato é que o suposto cancelamento do Cacique era baseado em um comentário aleatório. Ou seja, não havia "a turma que iria cancelar", e consequentemente não havia polêmica.</span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">E esse é o ponto. Entendo e concordo com análises sobre a i</span><a href="https://theintercept.com/2019/12/10/esquerda-militancia-bolsonarismo/" style="font-family: verdana, sans-serif;" target="_blank">nfantilidade, intransigência</a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"> ou mesmo</span><a href="https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2019/09/20/todo-mundo-ta-de-mal-o-que-a-cultura-do-cancelamento-diz-sobre-nos.htm" style="font-family: verdana, sans-serif;" target="_blank"> a pouca efetividade da "cultura do cancelamento</a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">". Porém, o que vejo atualmente em alguns perfis, e esse exemplo do Simas ajuda a ilustrar, é o uso da crítica ao "cancelamento" para a criação, e talvez até maior divulgação (</span><a href="https://blogs.oglobo.globo.com/ancelmo/post/apos-polemica-do-cancelamento-cacique-de-ramos-tem-venda-recorde-de-camisas.html" style="font-family: verdana, sans-serif;" target="_blank">funcionou com o Cacique</a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">) de falsas polêmicas ou mesmo a tentativa de silenciar debates de fato importantes.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">É tipo algum 'influencer', ou algo próximo, pegar um comentário irrelevante de alguém falando em "cancelar", ou algo do tipo, e criar todo um “bait/isca” para maior divulgação, likes, mais seguidores, etc. Exemplo, seria como se eu (irrelevante) fizesse um comentário de que deveríamos "cancelar" o filme O Auto da Compadecida (que adoro, inclusive), a fala passaria despercebida, talvez um like, algumas críticas de amigos dentro da minha bolha e vida que segue. No entanto, alguém com mais seguidores vê isso e usa o que escrevi como base para um textão onde explica o quão absurdo é o meu comentário, algo que será compartilhado por outros e outros… e no fim teremos um monte de gente revoltada, e, por algum motivo, xingando identitários (outra palavrinha na moda que serve bastante como bode expiatório) e afins. Pronto, tá criada uma falsa polêmica, onde não há qualquer embate real de ideias, e sim um comentário (besta ou não) e um monte de textão, piadinha, lacração, xingamento e, principalmente, VEM COMIGO NESSA THREAD, ou seja, masturbação intelectual. </span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Outro grande problema da crítica vaga aos supostos "cancelamentos", é que ela serve de muleta para se atacar qualquer crítica real, e bem fundamentada, que lhe desagrade. Um exemplo, se eu, ou qualquer outra pessoa, fizer uma crítica sobre todo o machismo contido na música ‘</span><a href="https://www.letras.mus.br/zeca-pagodinho/78480/" style="font-family: verdana, sans-serif;" target="_blank">Faixa Amarela’</a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"> de Zeca Pagodinho, a não ser que seja diretamente expresso, em nada significa que estamos “cancelando” ou propondo o "cancelamento" de Zeca (que é excelente), apenas estará sendo apontando algo negativo em uma música sua, e, sinceramente:</span></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">
<i></i></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><i><i>... Mas se ela vacilar, </i></i></span></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><i>
</i></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><i><i>vou dar um castigo nela </i></i></span></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><i>
</i></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><i><i>Vou lhe dar uma banda de frente </i></i></span></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><i>
</i></span>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><i><i>Quebrar cinco dentes e quatro costelas </i></i></span></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><i>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Vou pegar a tal faixa amarela</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Gravada com o nome dela</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>E mandar incendiar</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Na entrada da favela… </i></div>
</i><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É meio evidente todo o problema que essa música traz. Inclusive o próprio <a href="https://tracklist.com.br/martinho-da-vila-altera-a-letra-da-musica-faixa-amarela-de-zeca-pagodinho-em-disco-tributo-por-instigar-a-violencia-contra-mulheres" target="_blank">Martinho da Vila, que também a canta, mudou esse trecho. </a>Ou seja, seria normal e natural um comentário negativo, inclusive, <a href="https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2020/01/01/interna-brasil,817587/em-tres-anos-3-200-mulheres-foram-vitimas-de-feminicidio-no-brasil.shtml" target="_blank">bem pertinente.</a> Mas o que soaria para alguns? claro: "COMO ASSIM TÃO QUERENDO CANCELAR ZECA PAGODINHO", "ESQUERDA IGNORANTE", "IDENTITÁRIOS!", "BOLSONARO GANHARÁ ATÉ 2050!"... etc... etc... Um monte de generalizações e insultos a ‘esquerda cirandeira’, ‘identitários’, ‘esquerda classe média’ (o louco disso é que na maioria das vezes quem o faz é também ‘esquerda classe média'), que, evidente, podem sim ser alvo de críticas. Todavia, com o mínimo de argumentação e não servindo apenas como bode expiatório.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sei também que os exemplos são recortes e resumos, no ‘mundo real’ nem o cancelamento e muito menos as falsas polêmicas possuem grande clamor. E óbvio, muitos dos comentários (VEM COMIGO) não passam do ego buscando seu biscoito de cada dia, ou de pessoas lutando contra seus espantalhos escada. Porém, mesmo como recortes, esse tipo de anulação de debates e certezas absolutas vão sempre para um caminho, no mínimo, desagradável, e aí não se trata de ‘cancelar’ ou não, e sim de ignorar todo e qualquer debate saudável (palavra que infelizmente não anda muito na moda) por qualquer <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Vit%C3%B3ria_p%C3%ADrrica" target="_blank">vitória de Pirro.</a><br />
<br /></div>
</span>David JChttp://www.blogger.com/profile/14281940840459539355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5748511313512828848.post-67017122402367271512020-01-31T15:24:00.001-03:002020-01-31T15:35:07.310-03:00O não tão admirável mundo novo<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1ley9r8gEE4QBAsDVlIfQZeyr21T0eUHR6fv0Man4e1L4rKZFdqSLxyhvWi3UUzOzD-V4tMst7RMAJj9HPlVR1o2efdbPIbeRxr3mWzOc0UBsHLBq3BnCNAi2Xhsu2C3H_0SikHkqVpo/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><img border="0" data-original-height="678" data-original-width="452" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1ley9r8gEE4QBAsDVlIfQZeyr21T0eUHR6fv0Man4e1L4rKZFdqSLxyhvWi3UUzOzD-V4tMst7RMAJj9HPlVR1o2efdbPIbeRxr3mWzOc0UBsHLBq3BnCNAi2Xhsu2C3H_0SikHkqVpo/s320/images.jpg" width="213" /></span></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Antes de iniciar é sempre bom deixar claro que o texto se trata de um recorte da sociedade, dentro de um contexto pessoal. Obviamente não é uma pesquisa científica e muito menos tem a audácia de tal. Algo, inclusive, bem comum atualmente no ‘mundo digital’.</span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Mundo digital esse que é um dos temas recorrentes de um autor que gosto bastante, </span><a href="https://revistacult.uol.com.br/home/entrevista-bruno-latour/" style="font-family: verdana, sans-serif;" target="_blank">Bruno Latour</a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">. Mas não citarei a excelente obra de sua autoria </span><a href="https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/845769/mod_resource/content/1/LATOUR_Jamais_Fomos_Modernos.compressed.pdf" style="font-family: verdana, sans-serif;" target="_blank">“Jamais Fomos Modernos”</a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">, e sim um trecho interessante de </span><a href="https://brasil.elpais.com/brasil/2019/03/29/internacional/1553888812_652680.html" style="font-family: verdana, sans-serif;" target="_blank">uma excelente ótima concedida ano passado</a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">:</span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /><i><br /></i></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><i>Diante disso, pode haver uma ideia compartilhada da verdade? </i></span><i><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><i><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></i></span></i><br />
<i><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><i><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">R. As pessoas se queixam das fake news e da pós-verdade, mas isso não significa que sejamos menos capazes de raciocinar. Para conseguir manter um respeito pelos meios de comunicação, a ciência, as instituições, a autoridade, deve haver um mundo compartilhado. É um tema que estudei no passado. Para que os fatos científicos sejam aceitos, é preciso um mundo de instituições respeitadas. Por exemplo, sobre as vacinas se diz: “Estas pessoas ficaram loucas, <a href="https://brasil.elpais.com/brasil/2019/02/12/actualidad/1549965432_448921.html">estão contra as vacinas.</a>” Mas não é um problema cognitivo, de informação. Os que são contra<a href="https://brasil.elpais.com/brasil/2019/02/27/ciencia/1551266455_220666.html"> não serão convencidos com um novo</a> artigo na revista The Lancet. Essas pessoas dizem: “É este mundo contra este outro mundo, e tudo o que se diz no mundo de vocês é falso.”</span></i></span></i><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><i><br /></i></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">A parte final da resposta para mim é um indicativo e um resumo interessante sobre a “sociedade conectada” que estamos (</span><a href="https://canaltech.com.br/telecom/mais-de-38-bilhoes-de-pessoas-nao-possuem-internet-aponta-estudo-133629/" style="font-family: verdana, sans-serif;" target="_blank">claro, com ressalvas</a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">). Os avanços tecnológicos e comunicacionais não levaram apenas a criação de</span><a href="http://osentidoeoverbo.blogspot.com/2012/04/guerra-do-aborto-e-os-guetos-na.html" style="font-family: verdana, sans-serif;" target="_blank"> “guetos na internet”</a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">, que, digamos, estariam restritos a conceitos mais individuais, tipo eu sou pró-aborto ou não. E além disso, cabe destacar que</span><a href="https://editoramultifoco.com.br/loja/product/verdade-ou-pos-verdade/" style="font-family: verdana, sans-serif;" target="_blank"> fake news ou ‘pós-verdade’ não é necessariamente algo novo</a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">, a comunicação sempre possuiu esses ruídos, através de manipulação direta ou mesmo crenças. Acreditar que </span><a href="https://super.abril.com.br/mundo-estranho/manga-com-leite-faz-mal/" style="font-family: verdana, sans-serif;" target="_blank">comer manga com leite</a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"> faz mal é um tipo de fakenews bem antiga.</span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">No entanto, atualmente, me parece que avançamos, e de forma bem rápida, para além de crenças ou individualidades. Como bem destaca Latour, foi ‘criado’ um novo paradigma de mundo, onde, nele, diversos fatores são depositados. Não é uma questão de acreditar em alguma teoria (doida ou não) da conspiração, ou mesmo </span><a href="https://guiadoestudante.abril.com.br/atualidades/entenda-o-que-e-o-movimento-antivacina/" style="font-family: verdana, sans-serif;" target="_blank">achar que vacina não funciona</a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">. Pois, muitos desses fatores em tempos passados implicavam em pontos individuais, não no macro, no social.</span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Atualmente, voltando a resposta de Latour, você não apenas acredita que vacina não funciona, em geral isso vem acompanhado de uma ideia de globalismo, terraplanismo, anti-ciência, conservadorismo ocidental, etc. É uma gama de fatores sociais e comportamentais, que vão ditar onde estudar, frequentar, o que ler, comer, com quem se relacionar, etc. E o principal, se em dado momento um mantra 'negacionista' era “questione tudo”, atualmente é “questione o outro mundo e o combata!”,</span><a href="https://blogdoenem.com.br/hegel-filosofia-enem/" style="font-family: verdana, sans-serif;" target="_blank"> não há uma troca hegeliana de visões</a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">, e sim, disputa direta. Ataque. E é algo, como podemos ver em representações de governos importantes de grandes nações, que vai além de simples ‘grupos do orkut’. Estão no poder.</span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">E qual seria o problema? Bem, </span><a href="https://brasil.elpais.com/brasil/2019/03/29/internacional/1553888812_652680.html" style="font-family: verdana, sans-serif;" target="_blank">na mesma entrevista </a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Latour traz uma ideia:</span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">P</span><i style="font-family: Verdana, sans-serif;">. Os dois mundos valem o mesmo? </i><i style="font-family: verdana, sans-serif;"><i><br /></i></i><br />
<i style="font-family: verdana, sans-serif;"><i>R. Não, mas estão em guerra. É um problema geopolítico. Antes, eram problemas de valores ou ideologia, mas num tabuleiro estável. Agora, não. O mapa está em discussão. “Na América não há problema climático, isso é falso”, diz Trump.</i></i><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><i><br /></i></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">De certo ainda não podemos afirmar que a visão de mundo “anti-globalista” esteja em uma guerra com o “globalismo”, ainda há convivência (cada vez mais abalada), mas, voltando aos valores e algumas mudanças sociais, até onde isso se mantém, se, parafraseando Raul Seixas, “faz o que tu queres a de ser tudo na lei”. </span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Então se a "lei" de determinados grupos/mundo é uma, até onde ela irá tolerar o contraditório? E quando em "lei" é no sentido de convivência social. Por que tolerar ou aceitar o 'mundo não real'?</span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">É sabido que as construções históricas para grandes cisões, algumas bem trágicas, não saem do nada e chegam ao ápice em pouco tempo. E pior, em um ponto onde se nega a história nem podemos dizer </span><a href="https://www.pensador.com/frase/NTM5NTgz/" style="font-family: verdana, sans-serif;" target="_blank">que ela se repete como fraude</a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">. Até porque, para muitos, ela representa a história de um novo mundo que nunca existiu, de uma realidade de fato paralela, que foi atacada por forças superiores.</span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Por fim, fica o questionamento central do texto. Numa sociedade, ainda mesmo que embrionária, em que se existem dois paradigmas de realidade, em que existem dois mundos, complexos e com uma gama de representações, quem mediaria esse choque? quem mediaria essa disputa? e, ainda mais, quem julga o julgador?</span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Ps. O filme que serviu como imagem para o texto é ótimo. Vejam.</span></div>
</div>
David JChttp://www.blogger.com/profile/14281940840459539355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5748511313512828848.post-40199622111283910622018-08-30T12:40:00.000-03:002018-08-30T13:17:07.148-03:00O Novo é de fato novo. Mas isso não significa que seja bom<div style="text-align: justify;">
<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiviqIZGyY_5gwkndxd7rCV6hDWbe-FtvDJ59VjRPpq4kELV7fMxdN5bNfP7GGXd3xafK-2wcb3C2ANCgaxrtog1wx4NkgUg18QysHpb4L9HjjiZvAtu2PTMmnpwIVaimG3uhF-MpHeTv8/s1600/download.jpg" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiviqIZGyY_5gwkndxd7rCV6hDWbe-FtvDJ59VjRPpq4kELV7fMxdN5bNfP7GGXd3xafK-2wcb3C2ANCgaxrtog1wx4NkgUg18QysHpb4L9HjjiZvAtu2PTMmnpwIVaimG3uhF-MpHeTv8/s400/download.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">O Partido Novo é, com o perdão do trocadilho, uma novidade nesta eleição, e apesar de não estar entre os principais, longe disso, vem recebendo críticas e elogios, ao meu ver até acima da sua representatividade, que até o momento é praticamente nenhuma. Porém, uma das críticas que mais me incomoda em relação ao Novo (o Partido) é falarem que “ele já nasceu velho”, “o Novo não é tão novo” ou "o Novo que é velho".</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br />Em primeiro lugar, o Novo, como falei anteriormente, é sim uma novidade. Ele possui pontos, em tese, que outros partidos não tem, como</span><a href="https://novo.org.br/12-razoes-que-fazem-do-novo-um-partido-unico-na-cena-politica-brasileira/" style="font-family: verdana, sans-serif;"> a limitação ao "carreirismo político" e ser vedado ao presidente do Partido que ele possua cargo eletivo</a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">. Até aí, ok. São novidades que não necessariamente mudam o panorama político nacional. No entanto, o problema não está em ele ser novo ou não, e sim, que ao colocarem como crítica o fato dele “não ser novo”, ou seja, velho, dá a entender que o “velho”, na política, é algo ruim, algo que não concordo. Quando se tenta desqualificar o Novo com a pecha de velho, basicamente você argumenta em prol do Partido dando a entender que “se ele realmente fosse uma novidade isso seria bom”, repito, não.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br />É claro que a evolução humana e consequentemente política é sempre bem vinda, tanto no campo liberal de esquerda como até mesmo no conservador. Porém, daí a empurrar dentro de um arcabouço político cheio de complexidades (frase clichê, eu sei) que “ser novo”, “renovar”, “nova política” significa algo necessariamente positivo, é resumir o que é complexo à </span><a href="https://www.significados.com.br/aforismo/" style="font-family: verdana, sans-serif;">aforismas</a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"> simples e de impacto, até porque se a gente parar e analisar de forma séria o que é, de fato, a “velha política”? qual o problema real da existência de “partidos velhos”? E até onde renovar significa, dentro de uma perspectiva iluminista, melhorar?</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br />Para a primeira pergunta muitos podem dizem: “política velha é política corrupta, é a política do toma lá da cá, a política feita por políticos de carreira, coronéis, etc”. Levando em consideração estes pontos como “política velha”, argumentaria que em relação à corrupção ela não necessariamente faz parte apenas da política, onde ela obviamente está presente, ela também é parte da sociedade em geral. Por exemplo, o Novo se orgulha de não ter “políticos corruptos” (para ser aceito no Partido é necessário ser ficha limpa), ok, acredito e acho até bacana. Mas isso não significa que ele não tenha pessoas corruptas no Partido, um empresário corrupto, médico, engenheiro, etc. Há um fato, às vezes esquecido, que para existir corrupção é necessário o corrupto e o corruptor, e praticamente desde a </span><a href="https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/iluminismo-1-ascensao-da-burguesia-e-crise-do-antigo-regime.htm" style="font-family: verdana, sans-serif;">ascensão da burguesia</a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"> que uma parcela do empresariado, sejam em sociedades socialistas ou capitalistas, é corrupto, porém não por isso se brada, principalmente no campo à direita, por um “empresariado novo”, “um novo jeito de ser banqueiro”, “temos que acabar com os velhos empresários”. Ou seja, as práticas de corrupção são um reflexo das pessoas (físicas ou jurídicas), não necessariamente do momento.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br />Sobre o ponto do “toma lá da cá”, levando em consideração que não há corrupção, tema abordado anteriormente, ele é nada mais do que à política, dentro do conceito de </span><a href="https://brasilescola.uol.com.br/politica/tres-poderes.htm" style="font-family: verdana, sans-serif;">poderes de Montesquieu</a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">, sendo colocada em prática. Ou seja, em tese, a partir do momento em que o Executivo precisa lidar com um Congresso/Legislativo múltiplo, é, ou deveriam ser, necessárias as negociações e ponderações em programas diferentes. Além disso, a troca de apoio por cargos, dentro de um conceito legal, é algo mais “novo” do que necessariamente antigo, é isso ou isolamento, ditadura, monarquia, ou algo semelhante. Mais ou menos parafraseando Churchill, “é o melhor dos piores modelos”.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br />Já sobre política de carreira e coronelismo, apesar de sim, ser uma praga em geral, ela não é constituída apenas dentro da política, fatores externos e bem importantes, “agregam valor” a esse formato. Ou seja, não é uma questão de “velha política” e sim, talvez, de “velha sociedade”. Por exemplo, os Sarneys não se mantiveram no poder e de alguma forma ainda são relevantes no Maranhão (e Amapá) por tanto tempo apenas baseados numa "opressão coronelista/política" eles possuem </span><a href="https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1995/9/04/brasil/26.html" style="font-family: verdana, sans-serif;">redes de TV e Rádi</a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">o, conjuram com setores do funcionarismo público e privado, todos fatores que vão além da política. Então, se propomos o “novo” para combater esse tipo de prática, também precisaríamos de “novas formas de fazer comunicação”, “novos modelos de empresários”, “novas formas de gestão pública e privada”. É combater o contexto (o famoso sistema) não apenas um dos seus pontos.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br />Ainda sobre o novo sendo tratado como um conceito moral superior, recentemente o candidato do Novo à presidência declarou, como se fosse algo positivo, que: </span><i style="font-family: verdana, sans-serif;">"Nos últimos 30 anos, o Novo foi o único Partido que não surgiu a partir de um sindicato, de uma agremiação religiosa ou de uma dissidência política”.</i><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"> Independente do ponto</span><a href="https://gz.diarioliberdade.org/artigos-em-destaque/item/247373-partido-novo-banqueiros-e-itau-montam-seu-proprio-partido-politico-para-governar-o-brasil.html" style="font-family: verdana, sans-serif;"> dele ter nascido de um banco</a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">, o que de fato tem de bom na declaração dele? Qual o problema real de um partido nascer de representações sociais fortes como sindicatos ou agremiação religiosa? (respeitando, claro, a laicidade do Estado). Partidos nascerem de grupos ideológicos é nada mais do que uma das principais funções de um Partido, ou seja, representar pautas e grupos, seja o verde, à esquerda, à direita, os cristãos, umbandistas, etc. Um dos problemas no Brasil é exatamente a falta dessas representatividades de forma partidária, o que leva a um grande cinza (chamado centrão) e Partidos fracos que são engolidos por personalismos (como Bolsonaro). Já sobre as dissidências, muitos dos candidatos do Novo vem do </span><a href="https://www.eusoulivres.org/" style="font-family: verdana, sans-serif;">“Livres”</a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">, um grupo político que tal qual o Novo se coloca como “liberal econômico”, e que de alguma forma é uma dissidência do PSL (</span><a href="https://politica.estadao.com.br/blogs/blog-do-fucs/com-chegada-de-bolsonaro-livres-anuncia-saida-do-psl/" style="font-family: verdana, sans-serif;">saíram de lá quando o Bolsonaro se filiou ao Partido</a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">). Enfim, sou um grande entusiasta de Partidos fortes e totalmente favorável ao Novo se colocar como um deles dentro do jogo político, levando suas ideias e modelos. Porém, jogar o jogo significa exatamente aceitar suas regras, fingir que possui regras próprias e mesmo assim jogar é esquizofrenia política.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br />Por fim, o “novo” sempre leva a outro conceito próximo que é o de “renovação” no legislativo, executivo, etc. Renovar é sempre algo importante a partir do preceito de evoluir. Mas renovar apenas por renovar significa melhorar? O MBL (Mamãe Falei, Kim etc) é, de fato, uma renovação política. Todavia, mesmo dentro do espectro de direita, é algo bom?. Eles também são uma “nova” forma de fazer política, porém, é positivo? Mesmo no campo da esquerda, Lula, Erundina, Suplicy, Ivan Valente, Tarso Genro e até mesmo, mais à centro-esquerda, Ciro Gomes, entre outros, são o “velho”, a “política antiga”. No entanto, esses nomes são piores do que uma renovação, à esquerda, às vezes forçada e mais próxima da </span><a href="http://revistazcultural.pacc.ufrj.br/o-debate-marxista-sobre-a-pos-modernidade-de-ricardo-musse/" style="font-family: verdana, sans-serif;">“pós-modernidade”</a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"> do que pautas populares básicas e constitucionais como moradia, educação, saúde e emprego? Não acho.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br />Isso sem contar que renovar o Congresso, na idade, </span><a href="https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/05/estreantes-nas-urnas-filhos-de-politicos-tentam-vagas-no-congresso.shtml" style="font-family: verdana, sans-serif;">elegendo os filhos dos políticos </a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">que anteriormente lá habitavam não é bem renovar, certo? É apenas colocar uma “mão de tinta” no passado. Sendo assim, ainda acharia preferível, não necessariamente ideal, colocar políticos “velhos” mas com ideias próprias e que deem a cara a tapa, não se escondendo atrás dos seus filhos.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br />Enfim, não estou fazendo uma defesa da acomodação política do “então do jeito que tá, tá bom”, longe disso. Apenas não aceito o antagonismo e maniqueísmo entre “novo” e “velho”, como se a política, esse negócio tão sério e complexo, fosse resumido à aforismas e frases de efeito. Como diria o Vanucci, </span><a href="https://www.youtube.com/watch?v=cSLAG1yq2zQ" style="font-family: verdana, sans-serif;">“Mudar ou…mudar de vez”,</a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"> não necessariamente significa pra melhor. </span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
David JChttp://www.blogger.com/profile/14281940840459539355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5748511313512828848.post-46034541006501273762018-08-06T13:07:00.002-03:002018-08-06T20:20:35.595-03:00Ferroviário: um ato de sobrevivência<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;">
<img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi65HbjtVRid7VJHFU6ZOwS3kn4Jmq4Wxx5ca3Oavkb4f6BDqXbxu4NM3JgxXnqZIHL_pFvszWkMY54xZfzn3Tt1lHgZtFLZ9amkttpLTNOwnNRIHSO2P3oHKHWMi42VwAnpyNlWWtFGV0/s400/ferrao_2.jpg" /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><b>Foto: Keylla Miranda</b></span></div>
<div style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;">
Algumas equipes vivem, por mais que suas torcidas neguem, de títulos. Um ano sem gritar "é campeão" é um ano fracassado. Outras de participações em torneios e títulos esporádicos. Podem não ganhar sempre, mas seus torcedores sabem que o ano comecará e terminará com jogos do seu clube. Eles sabem onde encontrá-la, quantos jogos faram no ano, toda sua tabela e perspectivas. Porém algumas equipes apenas sobrevivem. E ver seu time lutando apenas para sobreviver é o que pior pode acontecer para um torcedor. </div>
<div style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;">
Imagine você acompanhando alguém que ama apenas sobrevivendo, quase vegetando, olhar para a pessoa, saber de tudo (ou muito) do que ela viveu, ainda ver um certo brilho no seu olhar. Mas apenas isso. Ela apenas sobrevive. Ela não te faz mais sorrir, ter raiva, se emocionar. Ela apenas está lá. E foi isso que a torcida do Ferroviário viveu nos últimos anos, viu apenas seu time sobreviver. </div>
<div style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;">
Enquanto antigos rivais caiam, subiam, ganhavam títulos, <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Fortaleza_Esporte_Clube">ficavam encalhados na série C</a>. O Ferroviário apenas sobreviveu, dava alguns sinais vitais por 3 meses a cada ano para disputar uma decadente série B do cearense, contra equipes semi-amadoras. E a cada fracasso, a impressão para a torcida é que esses 3 meses eram apenas “a melhora da morte”. O medo era em algum momento receber a notícia que “o Ferroviário não disputará torneios profissionais este ano”, tamanha a crise que se deu sobre à Barra do Ceará. </div>
<div style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;">
O resgate, com um acesso <a href="https://www20.opovo.com.br/app/opovo/esportes/2016/12/29/noticiaesportesjornal,3676975/alto-santo-da-lugar-ao-ferroviario-mas-estadual-ainda-pode-mudar.shtml">mais a base da incompetência e amadorismo alheio,</a> trouxe um pouco de esperança. Porém, ainda era necessário ir além do “existir”. O time precisava de calendário, precisava competir e não viver apenas de 3 meses em campo, mesmo que na elite estadual. E conseguiu! Até mais do que esperava, indo além de uma vaga na série D, com vagas na Copa do Nordeste e Copa do Brasil. E assim, com o calendário cheio, o Ferroviário começava talvez em 2018 um maiores anos de sua vida. Onde ele, de fato, sobreviveu. <a href="https://www.youtube.com/watch?v=jBalLEg53LE">Fez história com uma bela campanha na Copa do Brasil</a>, enfrentou, e bem, equipes da elite nacional. E com brilhantismo conquistou seu primeiro título nacional. </div>
<div style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;">
Após a conquista era comum ver pessoas, <a href="https://twitter.com/pmatheusm/status/1025946006238715909">principalmente mais velhos</a>, chorando copiosamente. E isso se explica. Eles acompanharam de perto a luta do Ferroviário pela sobrevivência. Eles viram um time sair de um <a href="https://almanaquedoferrao.net/2017/04/25/ceara-x-ferroviario-e-na-pratica-o-classico-dos-classicos/">“clássico dasmultidões” </a>(contra o Ceará) tamanho era sua torcida, para minguar numa série B de cearense, sendo atropelado por times de bairro, como o Floresta, ou empresa, como o Uniclinic. Estes torcedores viveram, diariamente, o medo de ver seu time morrer antes deles. O medo real de nunca mais ver uma glória da equipe que tanto ama. De nunca mais se sentir minimamente respeitado. De andar nas ruas com a camisa do seu clube e ouvir, com um fundo de resiliência, “o ferrim ainda existe?”.</div>
<div style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;">
O Ferroviário era a síntese da morte, ou luta pela sobrevivência, de times tradicionais como a Tuna Luso, Goiana E.C., América-PE, Alecrim-RN, Ypiranga-BA, etc. Ele foi por muito tempo apenas, romanticamente falando, uma foto manchada de um clube campeão “no século passado” (1995 seu último título). De algo que talvez não fosse existir outra vez. Onde torcedores mais velhos morreriam com medo de não deixar “seu legado” para os mais jovens. Pois, quem vai torcer para um time que apenas sobrevive? O título do Ferroviário também é um título da Tuna, América e demais citados. De clubes que sobrevivem, com torcedores fiéis, que comemoram cada vitória, por mais simples que seja, como se fosse um título. Pois, cada vitória é um ato de sobrevivência. </div>
<div style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNYFyy3zNL_izxwkCbiBaEA1qaoVqC0UPVyEr4Rhyphenhyphen8xlsrZosEk5qyIhbn-N_wIkDHCd-_4bnTxBKRJn6pXge5zJ1JLW-mHCc-DXI9KNmaYo0clR4Td5VyDIp7RvEcESKA3IASHc99TsY/s1600/Dj7JRKNX0AANQ-K.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNYFyy3zNL_izxwkCbiBaEA1qaoVqC0UPVyEr4Rhyphenhyphen8xlsrZosEk5qyIhbn-N_wIkDHCd-_4bnTxBKRJn6pXge5zJ1JLW-mHCc-DXI9KNmaYo0clR4Td5VyDIp7RvEcESKA3IASHc99TsY/s400/Dj7JRKNX0AANQ-K.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><b>Foto: Site do Ferroviário </b></span></div>
<div style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
David JChttp://www.blogger.com/profile/14281940840459539355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5748511313512828848.post-25342213292297544642018-06-11T15:29:00.003-03:002018-06-11T17:41:01.418-03:00Copa pouca meu pão e circo primeiro <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://brasil.elpais.com/brasil/2018/06/01/deportes/1527862375_020869.html" target="_blank"><img border="0" data-original-height="439" data-original-width="801" height="218" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4H9Gy0_IX1BEvviyoWwCVcLXRPcKblYmtSUdWK38eS6ngZT4LXmvzrO2-dEt3g4V0wBrWUtNwwo7FDWpRSM7NNGHZzqWQUVpQkU16xaaznnAtKGkB2E4wBrMKy45vqgQ3ECw-XeiNgIw/s400/Sem+t%25C3%25ADtulo.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><i><br />Panem et circenses</i> ou “pão e circo” foi, em tese, o modo com o qual <i><a href="http://editoraunesp.com.br/blog/obra-monumental-de-paul-veyne-desmistifica-o-%E2%80%9Cpao-e-circo%E2%80%9D-romano" target="_blank">os líderes romanos lidavam com a população em geral, para mantê-la fiel à ordem estabelecida e conquistar o seu apoio.</a> Esta frase tem origem na Sátira X do humorista e poeta romano Juvenal (vivo por volta do ano 100 d.C.). </i>Apesar que esse tipo de ação política talvez remonte até mesmo à<a href="http://editoraunesp.com.br/blog/obra-monumental-de-paul-veyne-desmistifica-o-%E2%80%9Cpao-e-circo%E2%80%9D-romano"> democracia Grega Antiga.</a> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Em um resumo simples, o que é até injusto já que o “pão e circo” é um termo/tema bem denso, ela é: <span style="background-color: white; color: #222222; font-size: 14px;">u</span><i>ma medida de manipulação de massas, onde a <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Aristocracia">aristocracia</a> incentivava a plebe de certa forma ficar desinteressada em política e dar atenção para prazeres como a comida, através do pão, e o divertimento, retratado pelo circo.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Esse tipo de política, mais uma vez, em tese, se perpetuou por diversos tipos governos, desde monarquias, repúblicas, impérios, ditaduras, enfim. Todos se utilizaram desse estratagema. Porém, e aí cabe o questionamento, desde quando o termo criado por Juvenal é um antônimo a uma <i><a href="https://jafetnumismatica.com.br/festa-em-homenagem-baco-carnaval/" target="_blank">ode a Baco?</a></i> Ou melhor, por qual motivo festejar algo é inversamente proporcional ao “<a href="https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/o-conceito-animal-politico-aristoteles.htm" target="_blank">ser político” de Aristóteles?</a>. Ou seja, quem disse que não dá para curtir o pão (estar bem alimentado) e o circo (“entretenimento/festa”) e, paralelamente, não participar da política? </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><a href="https://twitter.com/Maufalavigna/status/1004923515970183168" target="_blank">Como li recentemente:</a> <i>Pão e circo deveriam ser considerados direitos essenciais. De pão e circo levamos a vida. A felicidade humana está sempre no pão e no circo. Já o trabalho, esse castigo divino, deveria ser completamente dispensável. </i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Complementaria dizendo que a participação política não está excluída no "pão e circo", principalmente no segundo. A partir do momento em que você concorda que está excluída, você praticamente endossa que “<a href="https://gq.globo.com/Colunas/Tiago-Leifert/noticia/2018/02/evento-esportivo-nao-e-lugar-de-manifestacao-politica.html" target="_blank">eventos esportivos não combinam com política</a>”. Ou seja, você anula o<a href="https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/politica-e-esporte-sempre-andarao-juntos-o-importante-e-saber-usar-isso-9q5nifsxlldjoa51jwq61sura" target="_blank"> esporte como um ato político</a>. Ao meu ver, um erro. E não só esportivos, eventos em geral (até mesmo o circo) são ou podem ser “políticos”. E aí cabe um parêntese importante sobre o fato que “evento político” não se resume apenas a eleição, apoiar partido A ou B ou a ir votar. Política é muito mais do que isso, um evento político, pode existir, por exemplo, quando <a href="https://oglobo.globo.com/brasil/ditadura-perseguiu-ate-bailes-black-no-rio-de-janeiro-16733859" target="_blank">você vai curtir seu baile/festa </a></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Porém, muitos podem falar: “ah mas esses eventos servem para encobrir os problemas da população”. Daí questionaria, quais problemas? Se for a fome, então não existiria o “pão e circo”. Já que levo obviamente em consideração que o conceito de “pão e circo” serve para todos. Se alguém passa fome não é o “circo” que mudará esse panorama, e consequentemente à crítica ao conceito passa a ser vaga, pois, repito, não existe “pão”. Se alguém passa fome, não tem moradia, etc a pessoa não deixará de conviver com isso durante uma Copa. Assim como também não é o evento o responsável e sim, políticas públicas, das quais, como falei anteriormente, a ação política não se resume ao voto ou eleições.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Já outros podem dizer, “ah mas o pão e circo encobrem repressões, má administrações, etc, como em ditaduras, por exemplo”. Obviamente discordo, pois, a existência de um não anula o outro. O que “encobre” repressão, más políticas, etc… é a força midiática, empresarial (“o mercado”) e política. O esporte, falarei mais disso a seguir, não é o fim, é apenas a tentativa de um meio que nem sempre funciona. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Da esquerda à direita, o futebol é criticado como alienação do povo. Desde os que o faziam para criticar governos como o de Getúlio Vargas (ou Peron na Argentina), <a href="http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/view/2594" target="_blank">que utilizavam o esporte como um meio de propaganda política</a>, aos que o<a href="http://www.usp.br/aun/antigo/exibir?id=5933&ed=1045&f=3" target="_blank"> fazem para criticar Ditaduras, em toda América do Sul,</a> que se utilizavam da mesma sistemática. E sim, evidentemente isso ocorreu. No entanto, ao contrário do imaginário popular, o futebol (ou o esporte) não ajudou a manter nenhum governo ou encobrir problemas. Usando a Ditadura Militar do Brasil como exemplo, se ela se utilizou do título de 70 como propaganda, e, de acordo com alguns isso serviu para “acalmar o povo”, insucessos em 1966, 1974, 1978, 1982, etc… não causaram nenhum tipo de “revolta” ou “impopularidade” do governo. A Ditadura não se manteve porque “o brasileiro é alienado por futebol”, pelo contrário,<a href="http://trivela.uol.com.br/onze-vozes-futebol-que-se-rebelaram-nos-anos-de-ditadura/" target="_blank"> o futebol foi um dos principais meios de denúncia a esse sistema</a>, que, entre outros motivos, como já dito, se manteve por apoio midiático, empresarial, político, atentados aos direitos humanos, etc. Ignorar isso é simplesmente tratar o futebol como um “fim” e não apenas mais um dos meios, que nem sempre funcionam. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Usando o mesmo tipo de argumento em relação à “alienação” de uma Copa do Mundo em paralelo com a história das eleições. Mais uma vez cabe a lembrança, política não existe ou é feita apenas durante eleições. Se acha isso, o alienado talvez seja você. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Mas vamos lá... O título de 58 não tornou o brasileiro mais “passivo”, tanto é que na eleição seguinte a ele, <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Juscelino_Kubitschek">Juscelino Kubitschek</a>, mesmo com boa aprovação, não conseguiu eleger seu sucessor (<a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Henrique_Teixeira_Lott" target="_blank">Henrique Lott</a>), sendo eleito <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/J%C3%A2nio_Quadros" target="_blank">Jânio Quadros</a> com um discurso de “mudança” (<a href="https://www.youtube.com/watch?v=m0QfM_IJsBw" target="_blank">varre, varre, vassourinha</a>!). Já o título de 62 em nada serviu para um estado de “apoio” ao então presidente João Goulart, empossado em 1961 após renúncia de Jânio e<a href="http://acervo.oglobo.globo.com/em-destaque/campanha-da-legalidade-assegurou-posse-do-vice-joao-goulart-em-1961-18970047" target="_blank"> a campanha da legalidade.</a> Pelo contrário, um mês após a Copa,<a href="http://acervo.oglobo.globo.com/em-destaque/joao-goulart-institui-13-salario-em-1962-sob-pressao-de-patroes-trabalhadores-21560370" target="_blank"> Jango institui o 13°, crendo</a>, talvez, em um ambiente de maior calmaria, sendo que no caso, ocorreu o contrário. Provando, como disse anteriormente, que “mídia”, “empresários/mercado” e setores políticos possuem um poder bem maior de “alienação” política do que o futebol. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Mas, seguindo, se não fosse o sucesso do <a href="https://www.infoescola.com/economia/plano-real/" target="_blank">Plano Real </a>o título de 1994 dificilmente serviria para eleger FHC. Assim como o título 2002<a href="https://seuhistory.com/hoje-na-historia/lula-e-eleito-presidente-do-brasil-pela-primeira-vez" target="_blank"> não serviu para eleger seu sucessor</a>, e o Brasil passou, eleitoralmente, por talvez sua maior mudança de eixo político desde a democratização. Enfim, os exemplos citados apenas servem para mostrar que eventos esportivos por mais que tentem ser utilizados como “máquina de propaganda” não necessariamente funcionam ou alienam.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Como disse algumas vezes no texto, a “política” não existe apenas durante as eleições. Eventos, desde esportivos, como Copa do Mundo, <a href="https://www.brasildefato.com.br/2017/11/30/ha-49-anos-o-podio-mais-emblematico-das-olimpiadas/" target="_blank">Olimpíadas, etc são também expressões políticas/culturais.</a> Uma Copa não “aliena”, muitas vezes ela serve até como forma de conhecimento de outras culturas ou problemas de outras nações. O “pão” obviamente também não é um problema, pelo contrário, a sua ausência que é. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Ps. Vejam os hiperlinks, eles são importantes. </span></i></div>
<i><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"></span></i><br />
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></i></div>
<i><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">
<div style="text-align: justify;">
<i>Sobre a imagem que ilustra o texto. Saiba mais <a href="https://brasil.elpais.com/brasil/2018/06/01/deportes/1527862375_020869.html" target="_blank">clicando aqui.</a></i></div>
</span></i><br />
<i><br /></i>David JChttp://www.blogger.com/profile/14281940840459539355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5748511313512828848.post-80376754516405867192017-09-01T19:26:00.002-03:002017-09-01T19:28:04.579-03:00Essa tal liberdade... <div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br />O conceito da falta de liberdade, no que se refere ao domínio/controle de uma pessoa sobre outra, é algo sempre, e sem muitas exceções, criticável, não existe “mas”. Porém, sem mergulhar em </span><a href="http://pre.univesp.br/o-conceito-filosofico-de-liberdade#.WanRTT6GPIU" style="font-family: Verdana, sans-serif;">questões mais filosóficas</a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">, principalmente referentes à </span><a href="https://razaoinadequada.com/filosofos-essenciais/diogenes/" style="font-family: Verdana, sans-serif;">D</a><a href="https://razaoinadequada.com/filosofos-essenciais/diogenes/" style="font-family: Verdana, sans-serif;">iógenes</a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">, Platão ou </span><a href="http://colunastortas.com.br/2015/08/20/a-liberdade-em-jean-paul-sartre-responsabilidade-angustia-e-ma-fe/" style="font-family: Verdana, sans-serif;">mesmo existencialista</a><a href="http://colunastortas.com.br/2015/08/20/a-liberdade-em-jean-paul-sartre-responsabilidade-angustia-e-ma-fe/" style="font-family: Verdana, sans-serif;">s</a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">, etc (talvez algo mais Socrático, mas isso não vem ao caso), quando se fala em “liberdade” sendo relativo ao controle da pessoa sobre ela mesma, alguns pontos podem ser debatidos.<br /> </span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br />Óbvio, é sempre bom deixar claro que cada um, desde que não ameace ou interfira, de forma não aceita, na vida do outro, faz o que quiser da sua vida. Longe de mim “cagar regras” de como alguém deve ou não agir. Porém, a partir do momento em que vivemos em sociedade; atitudes, ações, opiniões e gostos estarão sempre passíveis de críticas. </span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /><br />Enfim, dito isso, o ponto central do texto parte da forma, ao meu ver equivocada, que a “liberdade” vem sendo (supostamente) vivida por alguns, em suma, as pessoas passaram a entender “liberdade” como “a obrigação de fazer tudo o que quiser” e não como ela deve ser vista, ou seja, com a opção de dizer não. Resumindo em uma frase: “As pessoas fazem algo porque podem fazer e não necessariamente porque querem”, e não, não há liberdade quando você se obriga a algo. Paradoxalmente, inclusive, ser livre.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="font-size: x-small; text-align: justify;"> </span><span style="font-size: x-small; text-align: justify;"> </span></span></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">
</span>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">No mundo virtual atualmente é bem comum textos e mais textos sobre<a href="http://www.escolhaviajar.com/motivos-para-largar-tudo-e-viajar/"> “curta a vida e viaje pelo mundo”</a>, “<a href="http://outraspalavras.net/destaques/pelo-direito-a-nao-ter-carreira-alguma/">não seja preso a (qualquer coisa que“prenda”) e curta você”</a>, etc. Ok. É evidente que viajar é legal, eu mesmo gosto bastante. No entanto, o faço porque: posso, e, principalmente, porque quero. E essa lógica de "liberdade" muitas vezes ignora isso, tanto a responsabilidade das pessoas, já que nem todo mundo é “filho de papai” e pode “dar uma volta por aí” indo para os EUA (ver imagem abaixo). Elas, em sua maioria, precisam trabalhar para ter o mínimo de conforto (sobre isso indico <a href="http://justificando.cartacapital.com.br/2017/06/29/meritocracia-de-quem-larga-tudo-para-fazer-o-que-gosta-e-branca-e-masculina/">esse texto</a>). E além disso, ninguém é obrigado a viajar apenas porque “viajar é bom”, às vezes, a pessoa pode simplesmente ficar em casa comendo brigadeiro, dormindo, vendo TV, etc... E, ao escolher isso, não estará privando sua “liberdade”, pelo contrário, o fato de escolher realça sua capacidade de ser livre.</span></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1hghvdQoa549E_krIRjS0anRPhCa-r_6eBbT6MDgp94gqTEzlhQn_ClLBjPb8U01HudeH_8_TBpWDYwLZeN1tcFKvAVD_lybx0Kn7WMMmKg84dFRK8GLUCM8ArIqCttmw3leIxUYYP44/s1600/DGwXFrYXgAEUalC.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" height="227" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1hghvdQoa549E_krIRjS0anRPhCa-r_6eBbT6MDgp94gqTEzlhQn_ClLBjPb8U01HudeH_8_TBpWDYwLZeN1tcFKvAVD_lybx0Kn7WMMmKg84dFRK8GLUCM8ArIqCttmw3leIxUYYP44/s400/DGwXFrYXgAEUalC.jpg" width="400" /></a><br />
<span style="font-size: x-small;"> <br /> veja o texto completo </span><a href="https://t.co/Mt1Y4NQjqc" style="font-size: small;">aqui.</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Fazer algo que não gosta, por exemplo, um emprego, não é tolher sua liberdade, é, na maioria das vezes, construir possibilidades de “liberdade” (escolha) em resumo, é ter dinheiro para poder escolher entre viajar e ficar em casa vendo série, entre sair com amigos ou sair só, ou mesmo entre comer feijão ou lasanha. Volto a dizer, é irreal o pensamento de “saia por aí se conhecendo e conhecendo o mundo, seja livre”, isso é resumido <a href="http://justificando.cartacapital.com.br/2017/06/29/meritocracia-de-quem-larga-tudo-para-fazer-o-que-gosta-e-branca-e-masculina/">a uma parcela muito pequena </a>da população, principalmente no Brasil.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Outro ponto bem comum na questão da liberdade é relativa às relações. A “liberdade sexual”, apesar de alguns pontos negativos, que surgem de diversos motivos, em geral foi positiva, principalmente para mulheres, pois rompeu algumas barreiras hipócritas e, porque não, machistas. Evidentemente, é importante cada vez mais as pessoas serem plenas em relação a isso. Não existe o “modo certo” de se relacionar, monogamia, bigamia, relacionamentos abertos, etc. Enfim, desde que aceito e conversado entre as partes, é tudo válido. Porém, assim como cada vez mais diminuímos a barreira do “o certo é uma monogamia entre homem e mulher”, alguns, contrariamente ao que deveria ser proposto, entendem isso como “a monogamia não é o certo, não é livre, prende". E veja bem como, obviamente, isso é reduzir a liberdade. Ser livre e ficar com quem quiser quando quiser (desde que com consentimento), não significa que ao não fazer isso e optar por ficar apenas com um ou uma, você não exerça sua liberdade, pelo contrário, é exatamente o direito de dizer “não” e “sim” para algo que lhe faz uma pessoa livre, até porque, vejam só, “não existe a forma certa de se relacionar”, qualquer uma pode ser boa, desde que as partes estejam bem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O mesmo vale para relações em família. Principalmente no início da adolescência (e é compreensível), preterimos a presença da família por ir à balada ou similares, algo totalmente normal, para muitos, normalmente os mais cerceados pelos pais, é um dos primeiros gostos de “liberdade”. Todavia, muitas vezes na ânsia de viver toda essa “liberdade”, preferimos sair porque “é muito 'careta' ficar uma sexta à noite em casa” mesmo não necessariamente querendo, nos obrigamos a fazer algo e, por algumas razões sociais, algumas vezes perdemos oportunidades de, em casa, conhecermos mais nossa família, ler algo interessante, ouvir algo, enfim, conhecermos a nós mesmos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Muitos podem argumentar: "Ahh mas se não vivermos algo como vamos saber se é bom ou não e assim, escolher?". É uma lógica muitas vezes vaga, qualquer escolha nossa, em geral, já parte de conceitos criados a partir de outras experiências. Por exemplo, se eu não gosto de altura e muito menos de velocidade é muito provável que eu não precise fazer Bungee Jumping para saber que não gostarei. Assim como se eu não gosto de ambientes lotados e fechados, se isso me faz mal, não se torna necessário ir ao <a href="http://joseliamaria.com//wp-content/uploads/2015/02/desfileIMG_1609.jpg">centro do Galo da Madrugada </a>para saber que não me sentirei lá. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Enfim, como falei anteriormente, longe de mim “cagar regras” de comportamento, pelo contrário, o objetivo é mostrar que em dado momento um ideário mais pós-moderno trouxe o que talvez seja uma inversão perigosa, que é a de sempre “se obrigar” a fazer algo porque pode. Ou seja, o paradoxo da liberdade. E a “<a href="https://razaoinadequada.com/2013/07/15/nietzsche-vontade-de-potencia/">Vontade de Potência”</a> não deve ser vista a partir da “potência” (o poder fazer) e sim, da vontade, o querer fazer.<br />
<br />
<i>Ps. Se possível vejam boa parte dos hiperlinks, eles irão ajudar a entender o texto.</i></div>
</span>David JChttp://www.blogger.com/profile/14281940840459539355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5748511313512828848.post-52163840677691651252017-06-20T11:04:00.000-03:002017-06-20T11:20:59.126-03:00Espaço e tempo<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Na física, <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Espa%C3%A7o-tempo" target="_blank">espaço-tempo</a> é o sistema de coordenadas utilizado como base para o estudo da relatividade restrita e relatividade geral. No entanto, o assunto em questão não é física e os termos “espaço” e <a href="http://osentidoeoverbo.blogspot.com.br/2015/06/por-que-escrevo-parte-5-o-tempo.html" target="_blank">“tempo”</a> não serão usados no mesmo contexto, porém, a relatividade, de alguma forma, estará presente.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">É comum muitas vezes usarmos e vivermos a frase “antiguidade é posto”. De alguma forma ela é verdadeira, <a href="http://osentidoeoverbo.blogspot.com.br/2015/06/por-que-escrevo-parte-5-o-tempo.html" target="_blank">o tempo</a> sempre será um grande vetor de importância. Porém, não podemos deixar de lado a influência da relatividade (não aquela teorizada por Einstein) do espaço em paralelo ao tempo. Quando falo de espaço, cito o quanto de ocupação, relevância e entrega uma pessoa compõem em nossa vida, já o tempo diz respeito aos anos, meses, dias, etc, que você conhece e convive com alguém. A influência de um sobre outro dá ao tempo, mesmo imóvel, a sua relatividade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">E como se dá essa relatividade?... A partir do momento em que pessoas mesmo com menos tempo de convivência ocupam um espaço maior, deixam sempre o sentimento de novidade, a vontade de um pouco mais, por menor que sejam os dias, meses de conhecimento, eles nunca serão iguais. Em contrapartida existem pessoas com um tempo maior (você conhece por muitos anos) que no entanto, ocupam um espaço menor. Por exemplo, algumas você conhece por 10...15 anos, tem boa relação, sempre que encontra demonstra apreço, porém, não há <a href="http://osentidoeoverbo.blogspot.com.br/2016/11/simpatia-e-empatia.html" target="_blank">“mergulho”</a>, você não vive a pessoa em sua plenitude ou próximo a ela. Todavia, com outras, ocorre exatamente o contrário, cada dia você fica com mais vontade de “mergulhar” e descobrir o que há de novo nela. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">É evidente que a probabilidade de uma pessoa que ocupa um espaço maior por mais tempo seja mais importante. Porém, repetindo, esse conceito é relativo. Pode existir alguém que viveu 50 anos com você e ser, ao fim da sua vida, a pessoa mais relevante, assim como pode ser uma que viveu os 2, 3 últimos ou melhores anos dela e lhe marcou. 1 ano bom será sempre melhor que 10 monótonos. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">É óbvio que esse espaço não é fixo, às vezes a vontade de mergulhar simplesmente passa. Muda. Ou você encontra nesses mergulhos algo que não queria. As relações saem do espaço e passam a viver presas ao tempo. Viram recordações. Ou mesmo somem em buracos negros.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Enfim, não podemos viver presos a imutabilidade do tempo. Ele sempre estará lá, já o espaço é criado por nós e é nele onde colocamos as funções pro tempo, daí resolver a equação do que faremos com o tempo é algo mais difícil que:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">* <span style="background-color: white; font-size: 17px; text-align: -webkit-center;">ϒ =</span><u style="background: rgb(255, 255, 255); font-size: 17px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: -webkit-center;"> 1 </u></span></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 17px; text-align: -webkit-center;"> <span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 1.6em; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">[ 1 – (v/c)²]</span><sup style="background-color: transparent;"><span style="font-family: "raleway"; font-size: xx-small;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 1.6em; outline-color: initial; outline-style: initial;">1/2</span></span></sup></span></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; line-height: 1.6em; text-align: -webkit-center;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 1.6em; outline-color: initial; outline-style: initial; text-align: -webkit-center;"><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;">* (Cálculo matemático do fator de Lorentz> http://brasilescola.uol.com.br/fisica/transformacao-lorentz.htm)<br /></span></span></div>
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 1.6em; outline-color: initial; outline-style: initial; text-align: -webkit-center;">
</span>David JChttp://www.blogger.com/profile/14281940840459539355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5748511313512828848.post-4186579809878271452017-02-16T18:42:00.002-03:002017-02-16T19:02:24.814-03:00Ensinem os jogadores da base a fracassar. Mas que eles tenham oportunidade disso<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
<br />
Acho que seria repetitivo em falar sobre o desejo de boa parte dos jovens brasileiros em se tornar jogador de futebol. O foco do texto não é esse e sim falar dos que conseguem ou chegam bem próximo, porém, fracassam. Para isso, usarei como base um exemplo que ao meu ver pode ser estendido a diversos outros casos bem parecidos.<br />
<br />
<br />
Muito se fala sobre a utilização das categorias de base no futebol brasileiro. Porém, no geral, de uma ou outra maneira o foco sempre estará voltado para o resultado final: <b>o jogador profissional do clube</b>. E não para o que fica no meio:<b> a pessoa e sua carreira</b>. Ou seja, a ênfase será maior, nas melhores formas ou maneiras de um time aproveitar jovens da base no seu elenco principal e consequentemente lucrar com eles, com isso acabam esquecendo dos milhares e milhares de jogadores que basicamente iram fracassar. Em resumo, ao meu ver, boa parte dos clubes não se preocupam em ensinar aos jovens que, em sua maioria, eles não irão conseguir o que planejaram pra si, ser um jogador famoso. No entanto, isso não os tornará pessoas piores e muito menos significa que não podem ter uma carreira, mesmo no futebol, digna.<br />
<span style="line-height: 14px;"><br /><br />Dentro disso tudo há algo fundamental na construção desses jovens e que muitas vezes segue, de forma equivocada ao meu ver, a mesma metodologia. <b>A psicologia nas categorias de base.</b> No final do texto indicarei alguns artigos que reforçam esse pensamento. Porém, começarei com foco a um (</span><a href="http://universidadedofutebol.com.br/transicao-da-base-para-o-profissional-consideracoes-em-psicologia-do-esporte/" style="color: #015782; line-height: 14px; text-decoration: none;" target="_blank">clique aqui</a><span style="line-height: 14px;"> pra ver completo):</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 14px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 14px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><br /><br />“Não são poucos os casos de <b>jogadores que se destacam nas categorias de base,</b>mas que quando incorporados aos plantéis profissionais não conseguem manter o mesmo nível de desempenho ou mesmo acabam abandonando a modalidade.</i></div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 0.26cm; margin-top: 0.26cm; text-align: justify;">
<i>Dificuldades de adaptação? Aumento do nível de exigência? Mudança de foco? Provavelmente, todos estes fatores e mais alguns. Não é possível afirmar que a cobrança e expectativa por resultados seja diferente nas categorias de base e no profissional. Mas é relativamente fácil de observar que a exposição pública do jogador aumenta. E muito. Até existe cobertura de mídia nas categorias de base, mas nada comparado ao que ocorre nas equipes profissionais”.</i> </div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 0.26cm; margin-top: 0.26cm; text-align: justify;">
<br />
O artigo, que é bom, fala sobre questões importantes de o porquê determinados jogadores não conseguem chegar ao sucesso. Porém, mais uma vez, ele trata do produto final baseado no sucesso <b>“o jogador que era destaque” </b>e não necessariamente no básico, de do que é composta a maioria da base, <b>“o jogador que é mais ou menos”</b>. Os elencos das categorias inferiores são compostos por, digamos, 50 jogadores, entre sub-17 e sub-20, desses, no máximo e na média, sendo bem positivo, 10 conseguiram sucesso no futebol. E quando falo de sucesso é jogar uma Série B ou A. Os demais irão rodar por times pequenos, série B/C ou até D de estaduais e provavelmente não irão se sustentar apenas do futebol. E a grande maioria nem irá seguir na carreira.<br />
<br />
<br />
Para isso é importante destacar esse levantamento da CBF que diz que: Mais de 80% dos jogadores no Brasil ganham menos de R$ 1 mil de salário <span style="color: blue;">(clique nas imagens abaixo para ir para os textos)</span>.</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 0.26cm; margin-top: 0.26cm; text-align: justify;">
<br />
<a href="http://epoca.globo.com/vida/esporte/noticia/2016/02/que-riqueza-quatro-em-cada-cinco-jogadores-de-futebol-no-brasil-ganham-ate-r-1000.html" style="color: #015782; text-decoration: none;" target="_blank"><img border="0" height="308" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioKVY17A2Yty7u_N07xtOJdwH7UXjefeBHg8RCUvIAs7RciLbQCzlFtPaVyUkhZfVkyA7V03KkPYrRHbAtoPTSZMGINIh80z1INkylx-4oefT3_MrOn_keeNyiqmYnZXk6A8Fpkle80ccG/s320/jogador_01.jpg" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border-radius: 0px; border: 1px solid rgb(204, 204, 204); box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.2) 0px 0px 20px; padding: 8px; position: relative;" width="320" /></a></div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 0.26cm; margin-top: 0.26cm; text-align: justify;">
<a href="http://esporte.ig.com.br/futebol/2016-02-23/mais-de-80-dos-jogadores-no-brasil-ganham-ate-r-1-mil-de-salario.html" style="color: #015782; text-decoration: none;" target="_blank"><img border="0" height="148" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjF11dxVipBYSQEhhttQua6Z1BVKMjYMBRyKzLPfRh__AORT1I8wyUzXqKYhJh0IlTPx-PIhTIEDxCMVZgQcrGIm6oKQ6gyTeStc1kzoDMYQoo1EqrhrYYk6xehb54PfenTKGDSUZMzLuoW/s320/jogador_02.jpg" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border-radius: 0px; border: 1px solid rgb(204, 204, 204); box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.2) 0px 0px 20px; padding: 8px; position: relative;" width="320" /></a></div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 0.26cm; margin-top: 0.26cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 0.26cm; margin-top: 0.26cm; text-align: justify;">
<br />
Em resumo, essa introdução serve para destacar que, na base, uma minoria “tem talento” ou se destaca a ponto de se tornar um profissional que se sustente através do futebol. A maioria vai, basicamente e sendo bem direto: fracassar. E aí voltamos ao ponto central do texto: Se as categorias de base dos clubes realmente se preocupam com o ser humano que irá fracassar em seu sonho de ser um grande jogador de futebol "famoso". </div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 0.26cm; margin-top: 0.26cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 0.26cm; margin-top: 0.26cm; text-align: justify;">
<b>A história de um jogador –</b> Como disse, usarei um exemplo como recorte que, ao meu ver, engloba diversos e diversos jogadores. E ele é o do jovem que aos 14, 15 anos deixa sua cidade (no interior principalmente) para tentar a “sorte” de ser jogador profissional de um grande time (<a href="http://espn.uol.com.br/noticia/626673_chamado-de-novo-firmino-revelacao-de-r-7-milhoes-do-sport-quer-brilhar-na-europa" style="color: #015782; text-decoration: none;" target="_blank">um exemplo aqui</a>), que, na maioria das vezes são os que <a href="http://www.saopaulofc.net/estrutura/cfa-cotia/" style="color: #015782; text-decoration: none;" target="_blank">oferecem estrutura</a> de base a jogadores. Ou seja, nesse momento ele passa a optar e entregar boa parte do seu futuro a um objetivo: <b>ser jogador profissional.</b> Muitos clubes (<a href="http://jec.com.br/elenco/base/" style="color: #015782; text-decoration: none;" target="_blank">exemplo</a>), como deve ser, oferecem toda a assistência, estudantil, médica, etc ao atleta. No entanto, por mais importante que seja, não há como negar que o foco do rapaz, pelo menos até os 18...19 anos, será ser jogador de futebol, sua rotina será de treinos, competições, alojamento, etc. <b>Ele será apenas preparado para aquilo</b>. E vale lembrar que diferente de outras profissões <b>o futebol se resume a ele mesmo</b>. Exemplo, se um jovem sai de casa para estudar engenharia em outra cidade, mesmo que não se torne um engenheiro de sucesso, ele, na pior das hipóteses terá um diploma, uma capacitação que o destacará em meio a pessoas que não o tenham. É um diferencial. Porém “se formar” jogador de futebol servirá apenas para ser jogador de futebol. No “mundo real” isso não é diferencial de nada, no máximo, se não tiver futuro profissionalmente, ele ganhará uns 50 reais em algum torneio amador que participe.<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 0.26cm; margin-top: 0.26cm; text-align: justify;">
Mas voltando à história. Como digo na introdução, a maioria da base é composta por jogadores medianos, e esse jovem pode ser um desses. Chega ao clube, treina, fica no banco na maioria dos jogos do sub-17... estoura a idade, continua no banco no time sub-20...e encerra a carreira no juvenil. E aí? O que realmente foi feito do (ou para) o rapaz? O clube realmente se preocupou na <b>“formação da pessoa dentro do seu objetivo”</b> ou apenas na “formação de um atleta de elite que sirva ao próprio clube”. E e isso não se resume apenas na formação “moral” (como pessoa) de um jogador. E sim, na sensibilidade de dar a ele a oportunidade de uma formação profissional dentro do futebol, todavia, deixando claro que a chance dele ser “medíocre” (mediano) é grande.<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 0.26cm; margin-top: 0.26cm; text-align: justify;">
Boa parte dos clubes, e aí muitas vezes por questões <a href="http://noticias.r7.com/balanco-geral/videos/suposto-empresario-de-futebol-da-golpe-em-jovens-jogadores-em-sp-17102015" style="color: #015782; text-decoration: none;" target="_blank">de empresários</a> (outro fator que merece um texto a parte) ou interesses internos, basicamente prendem até onde podem os jogadores para depois simplesmente dispensá-los. E usando o exemplo citado anteriormente de forma prática, imagine esse jovem, sai do interior, etc... etc... ele basicamente construiu toda sua carreira juvenil em ser reserva ou ser titular com pouco destaque, com 20 anos, sem espaço na base e muito menos no time profissional ele é liberado/dispensado para “buscar novos times". Porém, como conseguir novos times, mesmo sendo pequeno, se você não tem o mínimo de portfólio (até conseguir empresário fica difícil), pouco se acompanha a base e os empresários que acompanham vão sempre buscar “os destaques” (que, inclusive, muitas vezes flopam o texto acima<a href="http://universidadedofutebol.com.br/transicao-da-base-para-o-profissional-consideracoes-em-psicologia-do-esporte/" style="color: #015782; text-decoration: none;" target="_blank"> – esse – </a>é ótimo sobre isso), porém poucos se importam com o “carregador de piano” ou o jogador “comum” que poderia muito bem, até porque a maioria dos jogadores em geral são “comuns” (é uma questão de oportunidade) conseguir um certo destaque em times menores e ter uma carreira minimamente digna. Ao fim o clube lhe nega isso apenas o tratando como um <b>“objeto de uso futuro”</b> que na maioria das vezes não irá usar. É a mercantilização de um sonho, de um objetivo.</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
<br />
Em resumo, <b>os clubes formadores não se preocupam em formar jogadores medianos para outros clubes menores</b>. A preocupação e foco, em geral, é formar jogadores para uso interno e descartar no momento que tenha interesse. Porém, como falado anteriormente, 80% dos jogadores estão encaixados no primeiro exemplo, e deles, boa parte se perde. Seria mais ou menos como se você tivesse uma escola em que a preocupação fosse de formar 10 pessoas, sei lá... em medicina. E as demais, bem, que se virem. Não lhe é dado mercado. Imagine se você é estudante de arquitetura e consegue um estágio onde você trabalha apenas “como estagiário” não tem qualquer aproximação com o trabalho profissional, dia-dia, etc. Que tipo de profissional você será? Que estrutura lhe darão para ir ao mercado? O mesmo vale para esses jogadores, e de forma até mais cruel porque, como falei anteriormente, o futebol se resume a ele mesmo. </div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
<br />
<br />
Muitas vezes as categorias de base se restringem apenas a fazer uma grande peneira onde os melhores passam e os medianos que se virem depois, sendo que você, como clube, ocupou 4...5 anos fundamentais da vida do jogador/pessoa. E repito, dar estrutura de alimentação, saúde e mesmo escola é o mínimo que o clube deve fazer. A questão aqui é dar a “estrutura profissional” para ele de seguir uma carreira, pelo menos mediana dentro do que foi preparado por anos.</div>
<br style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px;" />
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 0.26cm; margin-top: 0.26cm; text-align: justify;">
E o que deveria ser feito? Ao meu ver, ter como objetivo central formar jogadores por formar, para os outros clubes utilizarem, sem o interesse real em “fazer dinheiro” com ele. Até porque essa será a realidade da maioria. É claro que existem as estrelas na base e esse terão um <a href="http://www.netflu.com.br/em-entrevista-abel-cita-caso-de-jogador-mimado-da-base-do-flu/" style="color: #015782; text-decoration: none;" target="_blank">“tratamento especial”</a> (<a href="http://esportes.terra.com.br/futebol/prata-da-casa/blog/2013/04/27/formacao-do-ser-humano-ajuda-a-evitar-jogadores-mimados-no-futuro/" style="color: #015782; text-decoration: none;" target="_blank">que muitas vezes mais atrapalha do que ajuda</a>). E é óbvio que os clubes também podem lucrar com a base. Porém, sem esquecer que estão trabalhando com pessoas e a maioria ali não irá “muito longe” e que deve-se saber trabalhar isso, deixar claro que<b> o fracasso será natural a grande maioria.</b><br />
<b><br /></b></div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 0.26cm; margin-top: 0.26cm; text-align: justify;">
Se o jogador com 18, 19 anos ainda não subiu e joga ativamente no profissional é porque provavelmente ele não é um "diferenciado", então, empresta pra time menor. <b>Dê a oportunidade a ele de construir uma carreira</b>. Por exemplo, ele pode sair de um São Paulo, onde não teria espaço, para jogar a série A3 no Taboão da Serra. Porém, estará jogando, se, como acontece com a maioria, não “der certo” no time grande ele terá minimamente tem a oportunidade de construir uma carreira profissional em times menores, em “arriscar”. Vai que ele faz uma boa temporada num time da A3 e é contratado para jogar uma série B, C... já subirá de patamar. Até porque, repito,<b> a maioria dos jogares são medianos</b>. É bem possível que um jogador que é reserva do Boa Esporte (que disputa a série B) e ganhe, sei lá, 6 mil reais, seja do mesmo nível de um jogador que joga a 4° divisão de São Paulo pelo XV de Jáu e recebe 1 mil. É tudo apenas uma questão de oportunidades, formar portfólio, ter seu momento, motivação, etc. E a partir do ponto em que um clube com estrutura, que já tem um nome no mercado “prende” seu jogador na base (como estagiário) ele tira dele essa oportunidade.</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 0.26cm; margin-top: 0.26cm; text-align: justify;">
<br />
O que acontece é que muitas vezes um jogador que seria mediano, no entanto, teve uma estrutura de base, perca espaço para outro mediano sem estrutura e que <b>subiu “de qualquer jeito”</b> em um time menor. E isso cria um círculo vicioso que acaba sendo ruim pra ambos. É ruim porque o jogador de base formado “sem estrutura” normalmente já tinha outros objetivos, <b>outra construção e mentalidade,</b> talvez até mais conformista, o que leva a uma diminuição de seu potencial de formação. Resumindo ele não foi "moldado" para ser jogador de futebol, ele tinha talento, se fosse, beleza, se não, tudo bem também (existem, óbvio, exceções). Já o atleta (de time grande)<b> é formado “para ser atleta”</b> é estruturado para aquilo, porém, muitas vezes, acaba ficando “preso” ao circulo que falei anteriormente, ou seja, a categoria de base. Isso frustra. Causa decepção. Diminui sua potencialidade. Nesse caso <b>ele foi "moldado" para dar certo</b>, mas, como na maioria das vezes, e se não der?</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 0.26cm; margin-top: 0.26cm; text-align: justify;">
<br />
Até porque, usando o exemplo anterior, imagine você saindo cedo de casa com o sonho de ser profissional, sendo acompanhando a distância pelos seus pais/família que provavelmente esperam que seu filho jogue num time grande, e aí passa um ano e você na base, passa outro e você continua lá, faz um treino esporádico com o time profissional mas, não sai da base, enquanto isso talvez algum companheiro seu já tenha subido (o que causa frustração) e no final de tudo você “volta pra casa” (pra família) dizendo que não conseguiu jogar no profissional e vai procurar outro time (menor). O abalo que isso causa na sua família e consequentemente em você é alto, principalmente se não tiver uma estrutura que lhe indique, desde cedo que você <b>vai/pode fracassar (A maioria fracassa, a probabilidade disso acontecer é maior)</b>. Isso pode fazer com que alguém que poderia ser um jogador mediano de clubes medianos, se torne uma pessoa frustrada <b>(e aí abala a formação humana mesmo).</b><br />
<b><br /></b></div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 0.26cm; margin-top: 0.26cm;">
</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
Finalizando e como “considerações finais” é que os clubes formadores devem saber que seu principal papel é: Formar jogadores para outros times.<b> Que eles não irão ter lucro com a grande maioria</b>, mas, a partir do momento em que trabalham com jovens devem ter na mente que possuem essa responsabilidade de dar a oportunidade de formação profissional (média) a todos. A responsabilidade de, repito, fazer a base para que outros (times), de menor poder aquisitivo, utilizem. </div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
<br />
<br />
-------</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
<b>Alguns artigos sobre psicologia na base:</b></div>
<br style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px;" />
<b style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px;"><a href="http://espnfc.espn.uol.com.br/bahia/nasci-para-vencer/12359-futebol-o-papel-importante-das-categorias-de-base" style="color: #015782; text-decoration: none;" target="_blank">Futebol: O papel importante das categorias de base</a></b><br />
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px;">
<b><br /></b></div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px;">
<b><a href="http://www.uff.br/esportesociedade/pdf/es2105.pdf" style="color: #015782; text-decoration: none;" target="_blank">Entre cientistas e gurus: psicologia do esporte e categorias de base em algumas narrativas </a></b></div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px;">
<b><br /></b></div>
<b style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px;"><a href="http://www.olhardireto.com.br/noticias/exibir.asp?noticia=tabu-no-futebol-psicologia-ajuda-a-explicar-sucesso-de-ronaldo-e-fracasso-de-pato&id=324097" style="color: #015782; text-decoration: none;" target="_blank">Tabu no futebol, psicologia ajuda a explicar sucesso de Ronaldo e fracasso de Pato</a><br /></b>David JChttp://www.blogger.com/profile/14281940840459539355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5748511313512828848.post-84486724172436059382017-01-05T17:14:00.003-03:002017-01-06T01:25:07.355-03:00Roteiro... <br />
Eu escrevi um roteiro<br />
Um longo roteiro...<br />
Li uma vez e queimei<br />
Para passar a segui-lo <br />
<br />
Continuarei seguindo algo que planejei<br />
Porém, poderei incluir novas lembranças<br />
Poderei deixá-lo solto, sem páginas para prendê-lo<br />
<br />
Um dia talvez eu esqueça que tenha escrito um roteiro<br />
Sem problemas...<br />
Ele não foi feito quando o escrevi, e sim quando o queimei<br />
<br />David JChttp://www.blogger.com/profile/14281940840459539355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5748511313512828848.post-9522494315313657082016-11-22T19:04:00.001-03:002016-11-25T00:04:05.211-03:00Simpatia e empatia<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Aceito a tese de que diversas <a href="http://www.psicologiadialetica.com/2010/02/o-conceito-junguiano-de-persona-no.html" target="_blank">personas</a> compõem a personalidade de uma pessoa. No entanto, para este texto, como sugere o título, focarei em duas das principais e que estão dentro da maioria de nós. A simpatia e a empatia. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dentro de todo um arcabouço de vivências dois tipos de personalidades se destacam. Existem as pessoas que falam pra muitos, que se expõem mais, estão em mais lugares e, com as redes sociais, dão opiniões sobre mais coisas. Elas parecem mais vivas, presentes, carismáticas. Essas são as pessoas simpáticas. Em contrapartida existem as que seguem o caminho, de certa forma, contrário, se expõem menos, se comunicam menos, parecem estar menos presentes e possuir menos carisma, por mais paradoxo que seja, essas são as empáticas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Uso como exemplo os professores. Alguns conseguem falar para uma turma inteira (de 50 alunos), a mesma mensagem, os mesmos ensinamentos, no entanto, sem profundidade. Vão lá, dão sua aula da melhor forma possível e pronto. Esses são os simpáticos. E têm os que falam para menos, sua mensagem talvez não seja muito bem entendida por todos, porém, ele buscará sempre imergir da forma mais precisa nos alunos que têm mais potencial ou dificuldade, buscará observar as peculiaridades, e seus ensinamentos, para esses, irão fazer total diferença. São os empáticos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E é assim. Uma pessoa simpática nunca conseguirá imergir de fato, nunca conseguirá ser 100% presente, porque, como disse anteriormente, seu círculo de relações é muito grande e ela sempre, por seu espírito protagonista, irá buscar empilhar mais e mais pessoas, e é impossível, assim, entender cada uma em sua individualidade. Não há o individual em multidões, há um eco que, talvez, lhe faça bem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Já a empatia requer um trabalho a mais, uma disposição e talvez frustrações. Você mergulha em relações (em geral), absorve problemas, busca soluções, tenta enxergar, de fora, o que o outro não consegue ver. Isso lhe torna um/uma especialista nas pessoas. No entanto, também lhe torna mais sobrecarregado e com menos possibilidades. Lhe expõem a erros e, principalmente, lhe coloca em um estágio de coadjuvância.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Feita a separação é importante pontuar a proximidade. Evidentemente perfis se relacionam, empáticos não vivem com empáticos e simpáticos sempre com simpáticos. Não, pelo contrário, há uma troca. Para os simpáticos muitas vezes é necessária a existência de uma pessoa empática, mesmo que você busque uma vida com menos relações de imersão, sempre mais superficiais, sempre se movimentando e trocando peças de forma rápida, você precisará de algum tipo de porto seguro (que muitas vezes foge as relações familiares), precisará de alguém que minimamente saiba mais sobre você até porque, pelo caminho que você buscou, nem você sabe tão bem sobre si mesmo/a. Você pisa em vários caminhos porque lhe faz bem viver uma certa plenitude, no entanto, muitas vezes, não percebe onde pisa e pra isso conta o auxílio da empatia para lhe dizer “por aí não”.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Já o empático precisa do simpático para suas emersões, quando se imerge é necessário sair um pouco à margem para respirar, se atualizar. Talvez um dos maiores problemas do empático é se afogar (pois está preso) em sua própria empatia. Ignorar opções, perceber que é sempre possível emergir para imergir em outras situações. Ou seja, não consegue encontrar aquela luz na parte de cima. E, para isso, se apegar a luz de uma pessoa simpática (que normalmente são mais iluminados), o que se torna um refúgio. Um escape. De algum modo uma forma de se sentir mais presente. Menos coadjuvante.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pessoalmente acredito que existem desvantagens para ambos. Mas não faço juízo de valor de bom ou ruim em ambos os perfis. A superficialidade não necessariamente é algo mau, pode ser apenas uma resposta a indiferença, medo, anseios. Assim como imergir demais pode fazer com que você não tenha forças para voltar ao topo e se afogue. Talvez algumas pessoas achem que o melhor é encontrar o meio termo. Não sei. Meio termo já possuímos na vida por limitar nossas escolhas. Em relação a isso, um meio termo em dados momentos poderia ser proveitoso, em outros, e principalmente se fosse feito de forma forjada, nos levaria a negação do que somos e a busca do que não somos. Não seriamos nada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
David JChttp://www.blogger.com/profile/14281940840459539355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5748511313512828848.post-68136582969038875022016-11-21T14:50:00.001-03:002016-11-22T18:59:13.085-03:00Derrotas<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Ano passado escrevi uma série<a href="http://osentidoeoverbo.blogspot.com.br/2015_06_01_archive.html" target="_blank"> “Por que Escrevo” </a>onde trato de temas como medo, ansiedade, nostalgia e o tempo, caso tenha curiosidade, só <a href="http://osentidoeoverbo.blogspot.com.br/2015_06_01_archive.html" target="_blank">clicar aqui</a>. Este ano tentarei sair de questões internas para externas. E começo pela mais presente de todas. A derrota.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Existe uma frase que diz que morremos várias vezes em vida, morremos quando relacionamentos acabam, quando partes de nós morrem, quando momentos morrem, enfim, morremos toda vez que sabemos que não conseguiremos mais repetir momentos. São mortes. São derrotas. A certeza da morte anda paralela com a derrota. Não adianta, tudo que fizermos de melhor no mundo se findará, tudo que gostamos, sonhos, desejos, ambição, conseguindo ou não, terá um fim. E o pior da derrota é que ela sempre acompanhará os bons momentos. No entanto, os bons momentos nem sempre acompanham as derrotas. Muitas vezes, na verdade, na maioria, nós perdemos apenas por perder, sem qualquer bônus. Tá, até nos enganamos falando que ficam as experiências, às vezes sim, outras, é apenas um engodo para nos fazer dormir melhor.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu sei. O início do texto parece muito pessimista, pesado, rancoroso e determinista. Talvez Cioran tivesse orgulho de mim ao ler. Talvez. Porém não é. Esqueçam o maniqueísmo de bom ou mau, feliz ou triste. Normalmente não há separação, todos estão juntos, estão lá. E a derrota, como falei, é apenas mais uma de suas consequências. Não a culpe. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Todos somos derrotados, todos! Em algum momento da nossa vida abriremos mão de algum objetivo, aceitaremos frustrações, viveremos negações e teremos derrotas. Ela é inerte muitas vezes ao ato de levantar, quando não podemos ficar mais “uns vinte minutos” na cama. O que é a derrota se não o fato de não conseguir seus objetivos? Quando o time não vence o jogo (levando em consideração que não há empate na vida), ele perde. E a vida é assim, se quando jovens temos determinado objetivo e não chegamos a ele, não é porque “pensamos diferente” ou somos outra pessoa, é porque a vida nos trouxe a derrota. Em dado momento percebemos o quanto aquilo não fosse o que pensamos e, sendo assim, perdemos! Os sonhos e momentos em que almejamos aqui, são derrotas que ficam. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas não só de pessimismo vive esse texto. As derrotas não levam apenas ao “ruim”, sem maniqueísmos. Como falei anteriormente, acho que essa conversa de “amadurecer nas derrotas” apesar de verdadeira, muitas vezes, não é o ponto final. Para mim, o ponto mais importante da derrota é que ela nos revela até onde somos fortes, até onde vai nosso devir, até onde estamos girando, vivendo, respirando, sonhando, buscando, e, claro, perdendo. Ela é uma consequência da ação. Ela é uma consequência da vontade e do desejo (não o Kantiano). Enfim, a derrota é a principal consequência da vida. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Existem times que entram no campeonato apenas pensando no título. Apenas o vencer importa. Sua torcida não vive cada gol, não vive cada pequena vitória, porque, pensa apenas no objetivo final, ser campeão. Algo que é para poucos. E existem os times que perdem a maioria dos jogos e praticamente entram sem chances de ser campeão em algo. Nesses times a torcida vibra a cada gol, porque sabe que pode ser o último, trata cada vitória como um título, cada grande jogo como um evento. Saboreia as pequenas vitórias, porque sabe que sua rotina é de derrotas. Pode não parecer, mas a segunda torcida talvez seja mais feliz.<br /><br />
<br /></div>
David JChttp://www.blogger.com/profile/14281940840459539355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5748511313512828848.post-59326805430232393612016-11-17T16:59:00.000-03:002016-11-17T17:04:59.506-03:00Eu ainda lembro. Eu ainda estou aqui... <div style="background-color: white; margin-bottom: 6px;">
<div style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; text-align: justify;">
<span style="color: #1d2129;">Na falta do que fazer resolvi olhar todas as minhas conversas no Facebook desde que tenho o perfil (2012). Sim, uma por uma (demora menos do que você imagina), indico bastante as pessoas fazerem isso por algum momento. Porém, admito, bate uma tremenda tristeza. Me lembrou muito do que Bauman (</span><a href="https://www.youtube.com/watch?v=LcHTeDNIarU" target="_blank"><span style="color: blue;">ver aqui</span></a><span style="color: #1d2129;">) fala sobre relações nas redes sociais (relações liquidas).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;"><span style="line-height: 19.32px;">No começo você passa pelas pessoas com que conversa de forma mais f</span><span class="text_exposed_show" style="display: inline; line-height: 19.32px;">requente, algumas menos, outras mais. Porém, com bastante frenquência. Essa parte é normal, no máximo você pensa: “Eita, nem respondi fulaninho, vacilo”. Quando vai passando e chegando nas pessoas que não conversa há uns 2...3 meses, tirando os casos de papos pontuais (algo de trabalho, curso etc), já vem aquele pensamento: “Porra, como assim faz 3 meses que não falo com essa pessoa? Por que? Ela era tão frenquente... como chegou a esse ponto e nem percebi”. </span></span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;"><span style="line-height: 19.32px;"><br />Seguindo e de alguma forma aumentando a tristeza/nostalgia, entre pensamentos como: “oxe, quem é essa pessoa mesmo? Deixa eu ver aqui... Ahhh lembrei!” e...“Sério que eu ainda bati papo com isso?”... você começa a chegar nas pessoas que não fala há mais de um ano, algumas você entende, pois conversou devido aquele curso, aquele show, algo pontual, outras, simplesmente lhe deixam com o sentimento de: “Porra. Eu falava muito com essa pessoa ano passado, eu sei muito sobre ela, como assim não sei mais nada? Como assim ela 'deixou de existir'”... Como disse no começo, é triste. Você simplesmente começa a mergulhar numa </span></span><a href="https://www.blogger.com/(http://osentidoeoverbo.blogspot.com.br/%E2%80%A6/por-que-escrevo-pa%E2%80%A6" style="font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;" target="_blank"><span style="color: blue;">nostalgia</span></a><span style="font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;"><span style="color: blue;"> </span><span style="color: #1d2129;">e em questionamentos de como tudo passa rápido e termina de forma tão pouco importante. </span></span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;"><br />Mas, claro, as coisas podem piorar. Regredindo para 2...3 anos atrás, mais uma vez, tirando as conversas pontuais ou alguns “olá” ignorados, você basicamente se depara com um passado que de fato acabou. Olha que tenho boa memória. Mas, demorar a me recordar e pensar “quem é essa pessoa?” de gente que, mesmo que por um mês, estiveram tão fortes e frenquentes na minha vida, é triste, simplesmente porque sei que a recíproca deve ser verdadeira. Entrar na conversa e ver o que foi falado, que a última coisa dita foi algo não muito agradável, um “é melhor assim” ou apenas um emoji ignorado é desalentador. Ou, de uma forma mais dura, ver que aquela pessoa já morreu... </span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;"><span style="color: #1d2129;"><br />E sabe o que é pior, além de alguma forma ter que encarar o</span><span style="color: blue;"> </span></span><a href="http://osentidoeoverbo.blogspot.com.br/2015/06/por-que-escrevo-parte-5-o-tempo.html" style="font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;" target="_blank"><span style="color: blue;">tempo</span></a><span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">. É imaginar que daqui uns 3...4 anos, quando fizer isso de novo, muitas das pessoas que são importantes pra mim hoje, estarão nesse, digamos, limbo. Que muito do que é dito, feito, vivido, no fim, é ignorado e vira apenas uma conversa antiga e cheia de poeira no Facebook.</span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;"><br />Enfim, a vontade real é de ir em cada conversa de pessoas que foram importantes e pedir desculpa, de falar: “lembra daquele dia? Então, eu ainda lembro. Eu ainda estou aqui”...</span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;"><br /></span>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;"><br /></span></div>
</div>
David JChttp://www.blogger.com/profile/14281940840459539355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5748511313512828848.post-17668547315735802002016-10-19T15:34:00.000-03:002016-10-19T15:35:02.087-03:00Sobre a prisão do Eduardo Cunha<div style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<div style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; text-align: justify;">
Ou ela faz parte de um “grande esquema” que tentará passar o ar de credibilidade e imparcialidade da Lava-Jato e culminará com a prisão de Lula ou ele (Cunha) é um “homem-bomba” que delatará geral e pode por em risco o atual governo (?). Ou um, ou outro. As duas coisas não coexistem.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;"><br /></span></div>
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;"><div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 19.32px;">Sobre a primeira possibilidade. Entendo e aceito o argumento de imparcialidade, porém, não é a prisão do Cunha que mudará o discurso midiático (tão presente e impo</span><span class="text_exposed_show" style="display: inline; line-height: 19.32px;">rtante) nesse tempo de Lava-Jato, já tivemos vários e vários exemplos do direcionamento da operação e acobertamento midiático, não é necessária a sua prisão para se mudar isso. A mídia já ignorou coisas piores.</span></div>
</span><span style="line-height: 19.32px;"><div style="text-align: justify;">
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;"><br /></span></div>
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;"><div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 19.32px;">E sobre essas coisas piores entro no mérito da delação. Que valor tem uma delação do Cunha, sinceramente? Se já tivemos delações mais robustas, com a de Marcelo Odebrecht, com dados, contas, números e até apelidos (abraço, viagra) que foram piamente ignoradas (como disse anteriormente). Se já tivemos ministro falando claramente que houve um esquema para derrubar a presidenta (pode não parecer, mas isso é grave).</span></div>
</span></span><span style="line-height: 19.32px;"><div style="text-align: justify;">
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;"><br /></span></div>
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;"><div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 19.32px;">Então, por que a delação do Cunha, figura abertamente defenestrada, iria ter “credibilidade”, seria mais fácil, inclusive, o Cunha falar que na verdade os pedalinhos foram presente dele para o Lula e o pessoal “comer a pala”. Ou vocês acham que ele delataria o fiel escudeiro Paulinho da Força? Isso sem contar que o ex-presidente da câmara não foi julgado, e, na verdade, nem apresentou sua defesa ainda. Ou seja, é algo bem preventivo. </span></div>
</span></span><span style="line-height: 19.32px;"><div style="text-align: justify;">
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;"><br /></span></div>
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;"><div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 19.32px;">A tese de que o PSDB tá envolvido para enfraquecer o atual governo (?) e chegar lá via congresso, o famoso “golpe dentro do golpe” também me parece equivocada. Por que fariam isso? Só conseguiriam mais desgaste. Tem eleição em 2018, é mais fácil se afastar do frágil atual governo (?) do que assumi-lo. "Ahhh mas o Lula tá liderando as pesquisas"... Beleza. Mas, calma. Pessoal conseguiu levar o Lula duas vezes para um segundo turno mesmo com uma aprovação muito maior que a atual. O cenário é outro.</span></div>
</span></span><span style="line-height: 19.32px;"><div style="text-align: justify;">
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;"><br /></span></div>
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;"><div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 19.32px;">Enfim, talvez a prisão do Cunha seja apenas, sei lá, a prisão (preventiva) de alguém que cometeu algum crime. Apenas um “aê galera, a gente tá trabalhando hein”... Talvez foi dada mais importância ao Cunha (inclusive como “grande estrategista”) do que ele realmente teve, ele tava lá e fez o que o “sistema” pediu. Às vezes a política, ou o que vem à tona, é mais simples do que se imagina. </span></div>
</span></span><span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;"><div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 19.32px;">dito isso</span></div>
<br />... </span><span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;"><br />...</span><span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;"><br />...</span></div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKJOwUUdJeEr3DwJBWmkdU7-ijWAorNrwQnj-8_Vqy2sCtIoNjlUJHNC2O-ctdWnWureyBzndgC2Qf2iKnFuTVxjlTHopgb8MMt13bIyiS_eRCVP028xjyhHMTjeid8yvXSOURUxraEs0/s1600/14642055_801544523282390_4987773470604277697_n.jpg" imageanchor="1"><img border="0" height="74" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKJOwUUdJeEr3DwJBWmkdU7-ijWAorNrwQnj-8_Vqy2sCtIoNjlUJHNC2O-ctdWnWureyBzndgC2Qf2iKnFuTVxjlTHopgb8MMt13bIyiS_eRCVP028xjyhHMTjeid8yvXSOURUxraEs0/s320/14642055_801544523282390_4987773470604277697_n.jpg" width="320" /></a></div>
</div>
David JChttp://www.blogger.com/profile/14281940840459539355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5748511313512828848.post-40314331624497159062016-03-05T20:37:00.000-03:002016-03-09T14:36:46.239-03:00O PT precisa ir além, e não é Lula que deve dar esse passo<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não entrarei no mérito da ação coercitiva, da operação
Lava-Jato ou nas reações a respeito disso, creio que a internet/meios de
comunicação oferecem veículos (e textos) bem melhores para esse tipo de
informação. Meu foco é o desdobramento do <a href="http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/pf-esta-nos-enderecos-de-lula-e-fabio-luis-em-nova-fase-da-lava-jato/" target="_blank">caso ocorrido ontem</a> com o
ex-presidente Lula e como ele pode afetar, ao meu ver negativamente, as
eleições de 2018.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Em primeiro lugar, diferente do que alguns tuiteiros, <a href="http://spotniks.com/e-o-comeco-do-fim-o-pt-ja-era-e-voce-ira-junto-com-ele-militante/" target="_blank">blogs e etc,</a> seja por desconhecimento, caça-clique ou mesmo má-fé tentaram afirmar,
após o que houve nesta sexta-feira, o PT não acabou e não acabará. O PT é um
partido enorme que possuí, mais do que qualquer partido político no Brasil,
militância orgânica e que consegue organizar massas. E sim, isso manterá o
partido por muitos anos entre os maiores, por mais que diversos setores, inclusive
alguns dentro do próprio PT, tentem o contrário.<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vejo como coerente, assim como ocorreu com Dirceu,
Genoíno, etc. a defesa do PT (incluindo seu fiel escudeiro PC do B) ao ex-presidente
Lula, a partir do momento em que o partido avalia que há perseguição, e é um
direito seu, defender seus partidários, independente de qualquer “senso-comum”
é algo bem normal e natural, não vejo problema nisso. No entanto, e é esse o
principal objetivo do post, me preocupa, mais uma vez, a personalização do
caso. <o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Achei interessante, e até certo ponto previsível, o discurso
de Lula após o ocorrido, o argumento de “eles contra nós” é uma carta sempre
segura do PT, e, convenhamos, a mídia faz por onde alimentar esse tipo de
argumento. Porém, me chamou atenção negativamente quando o ex-presidente (<a href="https://www.youtube.com/watch?v=oMQCkqn6zaM" target="_blank">apartir dos 25min e 20 segundos</a>) diz: "eu descobri agora que nem tudo está
acabado como pensei que estava. É preciso recomeçar".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esse tipo de declaração indica que Lula, no alto de toda sua importância
interna e externa, algo provado ontem, simplesmente diz que havia desistido do
governo Dilma. E pior, é necessário ele, um senhor, como o próprio fala em
discurso, com mais de 70 anos, conclamar um partido enorme a “recomeçar”. Mas, recomeçar
por onde? O que especialmente Lula pode oferecer de novo? <o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ontem, como em alguns momentos dessa crise (ou “crise”) se
abriu a possibilidade do PT, dentro da sua grandeza, se renovar, propor algo
novo, novas lideranças e direcionamento que, em primeiro lugar, não fique preso
a lógica de “nós contra eles”, e, em segundo, não viva em função do “é melhor
assim do que voltar ao que era”. É evidente que o novo pelo novo não é a solução dos problemas, porém, a forma como foi tratado o caso no
meio petista, elevando Lula como o “presidente de 2018” me passa a imagem de um
partido atrofiado que propõe, para 2018, uma lógica “é melhor ficar na década
de 2000 do que voltar a de 90”, sinceramente, isso não me encanta. É, mais
uma vez, repetir todo o discurso já desgastado de 2014. <o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O discurso de Lula de “nós avançamos socialmente e eles não
aceitam”, mesmo que correto, é velho. Sim, houveram avanços, mas, e agora qual
é a proposta que vá além de “pelo menos não são eles?”. O PT, e
consequentemente o ex-presidente, perderam uma grande oportunidade de fazerem o
que já deveriam ter feito faz muito tempo, que é zelar e se necessário limpar a
imagem de uma das figuras mais importantes da história do Brasil. O que me
parece é que o partido ao invés de aprender com seus erros e, principalmente,
com a história, ao invés de preservar a marca Lula, prefere cometer os mesmos
erros outrora cometidos por Vargas, o da personificação do Estado, do
sebastianismo político, talvez sem a mesma consequência, todavia, sem qualquer
tipo de avanço ou proposição de melhora. É o culto à personalidade de um
partido que, através de sua militância, poderia propor algo além do nós contra
eles. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<i>Ps. Também me incomodou bastante o ex-presidente, vítima da
ditadura militar, não contestar o exagero de parte da militância petista que
comparava uma ação coercitiva, onde, segundo o próprio presidente ele foi “bem
tratado pelos delegados” com as prisões e crimes da ditadura. É algo de um
desrespeito enorme com a história dos que foram perseguidos por esse período.</i> <o:p></o:p></div>
</div>
David JChttp://www.blogger.com/profile/14281940840459539355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5748511313512828848.post-29618510168702737342015-10-16T13:19:00.002-03:002015-10-16T17:35:10.061-03:00A (suposta) polarização não é o problema <div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Recentemente estava lendo esse <a href="http://www.cartacapital.com.br/politica/juntos-pt-e-psdb-se-afundam-na-lama-de-cunha-8225.html" target="_blank">texto</a> (<a href="http://www.cartacapital.com.br/politica/juntos-pt-e-psdb-se-afundam-na-lama-de-cunha-8225.html" target="_blank">Juntos, PT e PSDB se afundam na lama de Cunha</a>), junto com algumas análises que levam sempre a mesma conclusão: “O Brasil não pode ser refém do PT e PSDB”,
que segue a lógica de “temos que acabar com a polarização” (Alô Marina!). Discordo da forma simples, e paradoxalmente às vezes dualista como
é colocada a questão e explicarei em alguns pontos.</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<b></b><br />
<div style="text-align: justify;">
<b>Qual polarização? –</b> Um ponto importante do discurso de “tem
que acabar com a polarização” é que ele dá uma importância acima do normal ao
Executivo Federal, é como se tivéssemos um monarquia dividida entre dois partidos. E
não é bem assim. Já é um discurso meio batido, porém, ao meu ver, ainda atual que “existem vários brasis”, e dentro desse contexto,
evidentemente existem os governos estaduais e municipais que, em muitos casos,
possuem influência igual (ou maior) que o Federal. Sendo assim, não
podemos dizer que "há polarização” no Rio de Janeiro (não entre PT e PSDB,
fracos no Estado) ou em Pernambuco, Ceará, Bahia, Rio Grande do Sul, etc. isso
sem contar grandes cidades. A dita polarização é macro, porém, suas bases
não se mantém de forma igual. Claro, existem exceções, como os maiores colégios
eleitorais do Brasil, São Paulo e Minas, e isso é sintomático sim, porém, não é
conclusivo.</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A princípio levei em consideração apenas os cargos do Executivo, porém, claro, além do Judiciário, que é um caso especial que foge,
em tese, a qualquer partidarismo, temos o poder Legislativo em diversas
alçadas, do Federal ao Municipal, e é difícil dizer que ele é “polarizado” entre
PT e PSDB. Pegando o exemplo da Câmara Federal, que no geral é dividido <a href="http://www.camara.gov.br/internet/deputado/bancada.asp" target="_blank">por bancadas</a> (podendo ser de um Partido ou um grupos partidários), o PT tem “apenas”
a 3° maior bancada, PSDB, 4°, ambos pouco fazem sem alianças, seja com a
bancada do PMDB/PEN (68), ou do PSB, com 33, entre outras. No geral não há nem
uma polarização de ideias visto a diferença e comunhão de interesses entre as
bancadas, no final, acaba valendo mais o jogo de “trocas” do que a defesa de
ideias (pontos ideológicos).</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<b></b><br />
<div style="text-align: justify;">
<b>Por que mudar? – </b>Já falei de como o sentido da polarização,
vendo de uma forma de divisão de poderes, não é bem o que falam. No entanto
agora discutirei apenas tendo o Governo Federal como base. É comum, sempre quando há
uma “crise da democracia” (seja lá como definem isso) o discurso “precisa sair
da mesmice”, “precisa mudar”, “não dá mais para continuar com PT e PSDB
revezando o poder”. Vamos aos pontos,
começando pelo final, nem vou entrar no discurso de “nos EUA há o
bipartidarismo (<a href="http://www.suapesquisa.com/religiaosociais/partidos_estados_unidos.htm" target="_blank">não é bem assim</a>) e funciona”. Não acho que o modelo deles se
encaixa diretamente com o nosso pelo fato que lá são mais de 200 anos de um
modelo consolidado, e esse é o ponto. No Brasil possuímos “apenas” 25 anos do
nosso modelo de democracia e isso é muito pouco tempo para levantarmos a
bandeira do “esgotou o modelo/sistema” (e aí se incluí sim, a polarização), não há modelo político que se “esgota”
em 25 anos. Sofre crises? Sim. Sofre mudanças, ou atualizações? Sim. Porém, esgotar é uma
palavra muito forte que remete a total falta de opções. Um exemplo simples para
isso é que nesses breves 25 anos ainda nem chegamos a consenso de que pode ou
não reeleição.</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas, vamos levar em
consideração que o problema está na polarização e ela deve acabar. Aceitando que Marina Silva
vence as últimas eleições, o que, de fato, mudaria?. É possível constatar que o “problema (crises) da representatividade" está no sistema em
si, então o que levaria Marina a não participar desse “sistema”, se até o
próprio Lula, eleito com muito mais força e uma base maior, não conseguiu fugir. Alguns podem
dizer, “ah mas o Lula já entrou na intenção de participar, a Marina é
diferente”. Ok, vou aceitar a lógica, porém, o que a Marina faria não
participando do jogo? que força teria no Congresso? apenas um suposto apelo popular seria forte o bastante para legitimá-la?. Vale lembrar que boa parte do eleitorado faz parte do
que chamam de <a href="http://blogdoafr.com/articulistas/joao-francisco-neto/a-maioria-silenciosa/" target="_blank">“maioria silenciosa"</a>, que, pessoalmente, chamaria de “maioria
silenciosa <a href="http://www.urutagua.uem.br//ru02_politica.htm" target="_blank">hobbesiana</a>”, ou seja, ele delega (nesse caso, o acordo se daria através do voto) ao seu líder escolhido o
“direito de escolher o que é certo ou não", o poder é dele, e ele que resolva, e se por algum motivo ele não fizer o "correto", que muitas vezes é definido por outros atores, que se coloque outro (o exemplo atual da
rejeição a Dilma, inclusive de eleitores, mostra isso). Então, voltando ao
assunto, se a Marina ganhasse que exemplo prático poderíamos usar para dizer
que “seria diferente” e que ela não seria
engolida pelo <a href="http://www.recantodasletras.com.br/ensaios/4292393" target="_blank">“bloco hegemônico”</a>? Alguns podem falar: “Mas seguindo essa lógica não precisaríamos nem trocar o PSDB pelo PT”, sim, não seria absurdo, pego como
exemplo o México que foi governado, de forma democrática (eleições e tudo mais)
de 1929 até 2000 pelo <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Revolucion%C3%A1rio_Institucional" target="_blank">Partido Revolucionário Institucional</a>, e nem por isso o
país é muito pior (ou melhor) que o nosso, possuímos, inclusive, um IDH (para
pegar uma amostragem) bem parecido, o México é 71° o Brasil 79° (dados de 2013).</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
E também, como diria <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Andr%C3%A9_Singer" target="_blank">André Singer</a> (autor de <a href="https://docs.google.com/file/d/0B7Wd2VQKqSAWcG0zajZaRW5jMTQ/edit" target="_blank">“os sentidos do Lulismo”</a>): <span style="background: white; color: #252525; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 9.0pt; line-height: 115%;"> </span>“O lulismo (governo PT) é um modelo de mudança dentro da ordem, até com um reforço da ordem”, o mesmo também<a href="http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2012-09-30/andre-singer-o-lulismo-nao-e-um-monopolio-do-pt.html" target="_blank"> diz que</a>, “O lulismo não é um monopólio do PT,
outras forças políticas se realinharam em torno do fenômeno, guiados por ações
como Bolsa Família e aumento do salário mínimo”. Ou seja, o Lulismo/Governo PT
não necessariamente é uma “quebra do sistema”, apenas uma atualização do mesmo
levada por um líder carismático e necessário para o momento, que era o Lula, seguindo um processo, talvez natural, de um sistema democrático jovem.</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<b></b><br />
<div style="text-align: justify;">
<b>Precisa mudar de Partido? – </b>Já posto a questão da
polarização e “por que mudar”. Entro em outro ponto importante, ao meu ver até
mais decisivo, que é a <a href="http://www.dicionarioinformal.com.br/significado/homogeneiza%C3%A7%C3%A3o/665/" title="Significado de Homogeneização enviado por Jadeny Lemes Fernandes">Homogeneização</a>
do discurso partidário. Ou seja, se nega as correntes divergentes dentro de um
Partido. Uso o PT como exemplo, mas também vale para o PSDB. Dentro do PT
possuímos pelo menos <a href="http://www.rudaricci.com.br/blog-ruda/origens-das-tendencias-pt/" target="_blank">4 grandes correntes</a> a CNB (majoritária), Articulação de
Esquerda, Mensagem ao Partido e Movimento PT, fora outras menores que possuem
representatividade no Congresso Nacional. O fato é que dentro do próprio PT existem vários partidos que divergem, inclusive, de
forma ideológica, óbvio que, no final, por questão “pragmática” todos “são PT”. Só como exemplo, o PSOL,
partido pequeno e com apenas 5 congressistas, possuí três grandes correntes
(fora algumas menores) que discordam frontalmente entre si. Então, já pensou se a cada discordância entre
as tendências fossem criados novos partidos? Se atualmente já acham muito os <a href="http://www.tse.jus.br/partidos/partidos-politicos/registrados-no-tse" target="_blank">35registrados no TSE,</a> teríamos, no mínimo, uns 50.<br />
<br />
Singularizar os partidos não é nada mais que uma forma menos agressiva de
dizer que “o PT/PSDB só tem corruptos”. Até aceito o discurso que existem
laranjas podres no PT (ou PSDB), porém não podemos generalizar,
existem bons políticos/correntes e, principalmente, duas militâncias orgânicas
(com destaque para a do PT) bem fortes. Então o que faz um político que, por
discordar de a ou b muda de partido, melhor que outro que mesmo discordando
de a ou b continua na legenda buscando melhorá-la. Pegando a lógica da
mudança, já pensou, se todos os “bons” políticos do PT (ou PSDB) sempre que algo
“discordante” (um ato de corrupção interna, por exemplo) resolvem sair do partido. Esses
“iluminados” criam outra legenda ou vão para outra, lá, havendo outro
caso de “corrupção” (ou discordância interna) vão mais uma vez mudar e assim sucessivamente, isso, obviamente, criaria um enfraquecimento e fragmentação de
legendas, e, ao meu ver, o discurso “sem partido” é danoso a nossa democracia, assim como a hipertrofia partidária. <br />
<br />
Então caso haja uma análise que o “lulismo” (petista) não
tem mais força para seguir, é totalmente possível que o PT construa, com sua base, que é inegavelmente grande, uma nova
força política, com novas ideias, etc. Assim como o próprio PSDB, caso seja
constatado o mesmo, também pode fazer. E é, inclusive por serem partidos grandes, com maior número de adeptos, correntes, ideias e até força de “negociação”, mais seguro esses partidos fazerem um possível processo de mudança do
que centralizar isso em uma figura <a href="http://www.infoescola.com/historia/sebastianismo/" target="_blank">sebastiânica</a> (já tivemos o péssimo exemplo
de Collor em nossa história). “Ah mas o PT e o PSDB já estão viciados nesse modelo (de
coalizão) podre”, acho um discurso simplista, mas, ok. Voltando ao que falei antes, se o PT e o PSDB estão “viciados” o que comprovaria que outros não
ficariam? Ao meu ver, caso haja um problema, ele está no sistema (bloco
hegemônico), a simples troca de atores não mudaria muita coisa no jogo, talvez ao contrário, numa nação com "apenas" 25 anos de uma combalida democracia, que
ainda não definiu se reeleição é positivo ou não, qualquer ruptura drástica
(mais à esquerda ou à direita) só levaria a uma reação igual ou mais forte
(sim, é a<a href="http://www.brasilescola.com/fisica/terceira-lei-newton.htm" target="_blank"> terceira lei de Newton </a>aplicada a política). <br />
<br />
O discurso pode parecer um pouco pessimista, e de certa
forma é, porque não acredito em revoluções (positivas) a curto prazo em um
sistema ainda jovem (e frágil). No entanto, isso não quer dizer que não poderíamos ter uma
liderança positiva (e propositiva) em outros partidos, de forma alguma sou
determinista ou reduzo o discurso a “deixa assim que ta bom”. Porém, afirmar
que o fim dessa suposta polarização é o “caminho”, é nada mais que um
sebastianismo partidário que, pelos motivos expostos, apenas atrapalha e confunde.</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
David JChttp://www.blogger.com/profile/14281940840459539355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5748511313512828848.post-32157966855923255572015-07-04T10:57:00.000-03:002015-07-04T11:02:30.728-03:00Vai na paz, garoto...<div class="MsoNormal">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando se é filho único e tem “problemas” (no sentido de
profundidade afetiva) com seus pais, o cachorro (ou animal de estimação) que
cresceu com você terá uma importância acima do normal (se é que há um conceito
de “normal”) na sua vida. Não é difícil entender o porquê. Com o tempo ele vai se
tornando o irmão que você nunca teve, ou seja, ele estará lá para lhe ouvir nos
momentos difíceis de uma das piores (em vários sentidos) fases da sua vida, a
adolescência. Ele saberá sobre todas suas desilusões amorosas, os problemas no
colégio, os sonhos, os medos, etc. Ele sempre lhe escutará, não responderá,
óbvio, não dará pitaco, não lhe julgará, apenas escutará. E talvez por isso
seja tão confortável tê-lo como ouvinte. <br /><br />Porém, atualmente, devido a uma doença e a idade meu velho e
bom amigo... ahh é Scoby o nome dele, mas, pode chamar de “Cubi”, “Bão”,
“Troço” ou “Toma!” que ele irá atender do mesmo jeito. Mas, voltando...devido a uma doença, ele já
está na fase final da sua vida. E aí é que as palavras, para descrever o momento, começam a sumir...
....<br /><br />Atualmente não moro mais com meus pais, sendo assim, só vejo
meu amigo, sei lá... uma, duas vezes por mês. Sinceramente, ainda bem. É cada
vez mais difícil olhar para ele e não ver mais a força e a alegria de outros
tempos, ver que ele não consegue mais pular em mim quando eu chego, que não tem
mais o brilho nos olhos de outrora. Enfim, observá-lo definhando aos poucos.<br /><br />Porém, mesmo assim, ele ainda vai seguindo firme no desejo de viver. Às vezes
acho que ele faz isso por saber o quanto sua morte me deixaria mal, em um
momento que já não é dos melhores. Talvez ele saiba que, de alguma forma, eu
ainda preciso dele, que mesmo já adulto, quando vou até lá, à noite, sem
ninguém por perto, chego nele e digo: “garoto, essa semana foi difícil”... <br /><br />Também acho que ele continue vivo apenas por não entender
porque não estou mais lá, talvez ele pense: “será que eu fiz algo de errado
para ele ir embora?” “por que ele me abandonou?”...e siga vivo, bem ao estilo
Hachiko, esperando o dia em que voltarei. Sinceramente, a vontade que tenho é
essa, de voltar, mas, não para ficar, apenas para dizer a ele: “Vai em paz, garoto.
Você já fez muito por mim, obrigado por tudo”. <br /><br />E fez mesmo, sabe. Na verdade, continua fazendo... A
primeira vez que “encarrei à morte”, ainda criança, foi devido a um antigo
cachorro. Aprendi muito. Scoby, mesmo que sem querer, está me ensinando não só a
encarar a morte e sim a encarar a dor de ver algo que gosta acabando diante dos
olhos e não poder fazer nada. Talvez ele saiba que a minha vida será maior que
a dele e que eu passarei por isso outras vezes. Talvez seja só sua última
lição. Ou pior, talvez, ele esteja querendo me dizer que por mais doloroso que
seja, chega um momento na vida que a gente tem que sacrificar algo que gosta
para que ambos não sofram mais. Sinceramente, espero que não pense assim, pois
significaria que ele não me escutou muito bem, pois, se tivesse escutado, saberia
que eu não sou forte o bastante para isso. <br /><br />Não sei quando o verei de novo, espero ainda vê-lo com vida
para ler essa carta para ele. Sei que ele não entenderá. Sei que ele não me responderá com um
“obrigado”... Mas, lerei na esperança de pelo menos mais uma vez voltar a vez o
brilho nos seus olhos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjr0bRv5rolRJtrIK2TYKGFpNGK8IOtRERZ7-d9n-fu2hR4BvyYrlgRkzSXRwcqy02_i4Wa3vRJiKPWFZvIUx-UciZc1HHpLfQobI0IIQ7Ad1lYRRCg4mfTBLsMBXfVJJvsGArdDtt0h4M/s1600/318539_106182252818624_4686056_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjr0bRv5rolRJtrIK2TYKGFpNGK8IOtRERZ7-d9n-fu2hR4BvyYrlgRkzSXRwcqy02_i4Wa3vRJiKPWFZvIUx-UciZc1HHpLfQobI0IIQ7Ad1lYRRCg4mfTBLsMBXfVJJvsGArdDtt0h4M/s1600/318539_106182252818624_4686056_n.jpg" /></a></div>
</div>
<o:p></o:p>David JChttp://www.blogger.com/profile/14281940840459539355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5748511313512828848.post-74629114961641189242015-06-30T02:21:00.000-03:002017-07-07T13:07:09.100-03:00Por que escrevo? (parte 1 - Quem está aí)<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não sei sobre o que escrever. Queria dizer tantas coisas mas a
cabeça não permite. Ela apenas diz: “escreve, escreve, escreve”... é como se
fosse uma paródia do “run, Forest”, porém, menos glamourosa e mais aflita. Paralelamente converso com outras pessoas no meio da noite/madrugada com o objetivo de sentir que “há alguém do outro lado”. Não é
questão de solidão, não é questão de medo, não sei se é porque quero ser
ouvido, mas, me deixa um pouco mais feliz saber isso...</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Queria realmente ter
algo tocante para dizer, algo “do coração”, que pudesse mexer (ou coisa do tipo), algo que no
futuro alguém viesse a ler e falasse “nossa, que espetacular”. Mas não. É
apenas um grito no escuro, sufocado por distâncias... uma tentativa, talvez
falha, de não dormir, de não “sair de si”. Apenas reforçando o paradoxo do
momento, já que isso é o mais quero.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Gostaria de estar triste. Não
estou. Talvez se estivesse pudesse voltar a saber o que são sentimentos. Também
gostaria de estar com raiva, não posso. Descobri cedo que as pessoas são
falhas, mas, principalmente, que sou falho em pensar isso e que a raiva é, de
alguma forma, apenas um jeito de amortecer dores, de transportar culpas,
quando, na verdade, numa existência vazia, não há esse tipo de coisa. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Enfim (acho que não é momento de usar enfim). Escrevo na
expectativa de que até o último parágrafo, que não sei qual será, possa
conseguir chegar a uma catarse, possa liberar “todo meu saber” (ou o que acho
que sei). Escrevo na expectativa de que ao terminar esse texto, ele não seja só mais um
diário vago que ninguém lerá, e que, provavelmente, no futuro eu olharei com
desdenho (e até vergonha).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Não sei se escrevo para ser lido. Interpretado.
Rebatido. Questionado. Talvez seja o jeito mais fácil que consegui de me ouvir. De me pedir
desculpas, ou, sei lá, de me pedir, “pare, por favor, pare”. No entanto, ao
mesmo tempo, não consigo me entender. Ruídos surgem, mesmo numa
noite silenciosa. Os ruídos são os risos de outras conversas que não voltam, o
choro por pessoas que não voltarão ou mesmo a dor por sentimentos que... ...
enfim (acho que agora usei o enfim de forma correta).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Talvez isso esteja lhe parecendo depressivo (com quem estou
falando?). Mas não é. Também não é confortável ou libertador. É apenas uma
tentativa de me fazer ouvir mesmo (Mas, sério. Com quem estou falando?). Porém,
não surgem mais ideias. Não surgem mais palavras. Não surge o sono. Não surge o
último parágrafo. Mas eu queria continuar aqui. Queria descobrir com quem
estou falando. E, admito, no fundo no fundo... saber que alguém está me ouvindo.<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Talvez devesse ligar para minha mãe e dizer que a amo. É, eu
nunca disse. Mas seria estranho, só iria trazer mais preocupação para ela. É
interessante isso né (ainda não sei com quem estou falando) talvez a melhor
coisa que poderia dizer, lhe causaria uma grande preocupação. É o
tal do paradoxo (gostaria de citar algum autor famoso agora, só agora). E meu
pai? bem... prefiro não comentar aqui... acho que iria acabar com o resto de coerência
que ainda há no texto. <o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Aprendi na faculdade que você não precisa terminar o texto
com “a frase”, que o mais importante é o conteúdo, bla, bla, bla... essas coisas... não sei... nunca acreditei muito. Sempre fico buscando “a frase” em tudo na vida, talvez
seja isso que me motiva. Porém, quando reli esse texto, percebi que o "final perfeito" ficou dois parágrafos atrás. Poderia ter voltado, deletado o resto e terminado ali. Mas, não. Representa bem como às vezes a gente não percebe e "não escuta" os melhores momentos e acaba deixando-os passar, ficando apenas com um final clichê.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
David JChttp://www.blogger.com/profile/14281940840459539355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5748511313512828848.post-73068138282591396862015-06-29T23:02:00.000-03:002015-06-30T20:04:04.891-03:00Por que escrevo? (parte 2 - Viver com medo ou com o medo)<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Várias perguntas parecem simples, mas, normalmente nos trazem uma resposta complexa ou evasiva. Tipo: “o que te faz feliz”, “diga algo bom e algo ruim em você”, “de que você tem medo”, “por que existe algo ao invés do nada”. Tá, essa última nem tanto.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A complexidade das respostas normalmente vem quando se entende que as questões não possuem o tanto de simplicidade que imaginávamos. Chega um momento que elas acabam nos levando a uma espécie de círculo onde surgem mais dúvidas. Exemplo, se te pergunto “o que te faz feliz”, você ao invés de responder talvez se questione o que é felicidade e isso levará a outros questionamentos e por aí vai. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas meu foco não é a felicidade, sei lá, não acho que cheguei a maioridade para falar sobre isso. Talvez nunca chegue. O ponto principal, como fica claro no título, é o medo. Sempre evito responder sobre ele, e se questionado, sigo exatamente os dois modelos (que citei antes), ou respondo de forma evasiva, digo que tenho medo de “dentista”, ou complexa, falando que tenho medo da eternidade. Em ambos os casos falo a verdade, no entanto, são apenas a ponta de um iceberg que se esconde dentro de “águas frias de um pacífico”.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Meus medos sempre andaram muito próximos dos meus demônios. Uma pausa rápida: eu sei que dentro de uma cultura cristã/ocidental/maniqueísta o termo “demônio” é algo pesado, evoca “tudo que há de pior”, algo muito mau. Não é essa intenção. Os “meus demônios” podem ser classificados como algo difícil de interpretar e, às vezes, controlar, porém, não necessariamente (ou sempre) me atormentam. Seguindo... meus medos vivem uma simbiose com meus demônios, o que me leva a um distanciamento de ambos, porém, e, sendo assim, evito combate-los. É como diria uma frase de, se não me engano, Nietzsche: "ao matar seus demônios, cuidado para não destruir o que há de melhor em você".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E esse é o ponto. Talvez meu maior medo (eu sei, eu sei, deixa tudo meio incoerente) seja exatamente expô-los. Eu sei conviver com eles, sei quando me atingem, quando eu posso evitá-los ou mesmo quando posso usá-los ao meu favor. Talvez tenha o receio de, ao expor meus medos esteja expondo a mim mesmo. Talvez o medo guie minha vida e, paralelamente, eu tenha medo (?!) de que eles sejam o alicerce dela. Aí, emergindo em mim, faria a “pergunta elementar”, por que há algo ao invés do nada? E a resposta talvez seja: porque há o medo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Porém, não sei se vocês (eu ainda nem descobri com quem falo, e agora já estou ‘falando’ com mais de uma pessoa. rsrs) notaram que toda a base do último parágrafo, que é o mais importante desse texto, é composto por “talvez’, não existem certezas. Claro, óbvio e evidente que, sei lá, desde os 16 anos... aboli as certezas da minha vida, provavelmente (eu sei, evitei...) essa seja a marca mais forte da minha evolução (?). No entanto, basear sua vida no “talvez”, talvez... seja apenas estar expressando o medo (olha ele aí de novo) das certezas... E assim viver em círculos existenciais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Entendem o complexo das perguntas? Não é apenas não saber responde-las ou criar outras dúvidas. É o medo (desculpa, foi inevitável) do círculo que ela pode lhe criar. Por que eu iria me preocupar com o nada se eu ainda não responder o que existe (e o que é isso). Por que iria me preocupar em responder sobre o que não tenho certeza se tento ter certeza que ela (a certeza) não existe? E principalmente, por que iria me preocupar em detalhar meu medo se não sei o que pode estar por trás dele e do que ele me protege. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Isso tudo pode levar aquela clássica discussão sobre as “maravilhas em ser ignorante”, de tomar a “pílula azul” (ver Matrix) e continuar em um maravilhoso mundo onde reina o "não saber”. Desculpem, não foi essa intenção, queria apenas conseguir escrever, mesmo que numa palavra, mesmo que sem a intenção que alguém entenda, sobre do que tenho medo. Talvez isso me faça dormir. Talvez.<br />
<br /></div>
David JChttp://www.blogger.com/profile/14281940840459539355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5748511313512828848.post-64896178477295110572015-06-28T01:34:00.000-03:002015-07-14T01:21:44.248-03:00Por que escrevo? (parte 3 - A ansiedade)<div class="MsoNormal">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Acho que todo mundo já passou pelo desejo de adiantar o
relógio da vida apenas “para saber o que vai acontecer”. Sim, bem ao estilo do
<a href="http://www.adorocinema.com/filmes/filme-47179/" target="_blank">filme Click</a>, muito bom inclusive (apesar de que o tema poderia ser melhor
aproveitado). Mas, enfim... voltando ao assunto, tudo isso é a ansiedade/curiosidade
“trabalhando em nós”, esse (s) sentimento (s) tão humano. Sim, porque
particularmente não acho que a “curiosidade matou o gato” não creio que ele, e
os animais em geral, sejam curiosos ou tenham ansiedade, eles apenas buscam
encontrar “algo melhor”, o que leva a situações diferentes.</div>
<br />
<o:p></o:p>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Nós não. Normalmente apenas queremos saber o que vai
acontecer, dando certo ou não. Mentimos dizendo “é só para ver se tem como dar
um jeito”, quando, na verdade, sabemos que mesmo se soubéssemos de forma antecipada,
cometeríamos os mesmos erros. E é aí que a ansiedade “nos destrói”, ou nos
torna mais humanos, sei lá...</div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Admito que normalmente sempre negligenciei a ansiedade,
lembrava (ou tentava esquecer) os medos, angústias, solidão, alegrias, dúvidas,
enfim. Mas a ansiedade, não sei bem o porquê, ficava em segundo plano. Até ser “lembrado”
(talvez da pior forma) dessa “figura”. E que chato isso... pois, pior do que a ansiedade,
é alimentá-la. É torná-la algo “vivo”, um parasita que vai corroendo seus dias
pouco a pouco em troca de um “futuro” incerto, de respostas para perguntas que
você nunca quis fazer e de momentos que apenas alimentam mais ansiedade lhe
deixando preso em um “eterno” círculo (tenho que fazer um texto só falando
sobre esse círculo. Nietzsche, aí vou eu!).</div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A ansiedade talvez seja a mais cruel capanga do tempo. Ou
pior que isso, talvez seja o próprio “mestre” do tempo que prefere viver em um
anonimato e deixar seu pupilo mais famoso “brilhar”. Pois o tempo nos entrega o
que promete, de uma forma ou de outra, cedo ou tarde. Já ansiedade, não. Ela
brinca com o tempo, brinca com nossa mente, emoções, etc. Ela praticamente
segue o preceito religioso (dogmático) de “me segue que eu te ofereço o paraíso”.
E nós, tolos, nos deixamos levar.</div>
<o:p></o:p><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Desculpem (?) eu falo “nós” na esperança de que essa “figura”
não seja apenas um fantasma pessoal, que ela realmente seja todo esse monstro
(bem) escondido debaixo da cama. Daqueles monstros tão terríveis que não
adianta se esconder debaixo do cobertor para fugir.</div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Voltando... eu gostava quando minha única ansiedade era
saber como seria o episódio de Dragon Ball Z no outro dia, ou, nos finais de
semana, a ansiedade de ir viajar (para praia, piscina, etc) ou ansiedade da prova.
E é curioso pensar assim. Pensar que, quando eu vejo a ansiedade como algo “positivo”
acabo alimentando outro monstrinho (ou um grande monstro), a nostalgia. E
pensando bem, não tem muito para onde correr, né? Na verdade, se a gente
imaginar que algumas religiões se baseiam muito em um tridente (para bem ou para
o mal), talvez a “nossa” tenho o seu poderoso trio que “nos guia”. São eles: a nostalgia,
o tempo e a ansiedade. O Passado, o presente e o futuro. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<o:p></o:p>David JChttp://www.blogger.com/profile/14281940840459539355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5748511313512828848.post-15879610556969705222015-06-27T10:49:00.000-03:002015-06-30T20:04:52.308-03:00Por que escrevo? (parte 4 - Nostalgia)<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Já falei sobre a ansiedade, ou seja, o futuro. Agora, nada mais justo que falar do passado, a nostalgia. Justo não, difícil... Pensei em alguns autores para começar de forma mais “filosófica”. Porém, creio que a nostalgia vá além da vã filosofia, de teorias, teses e pensamentos. Ela talvez expresse de forma mais “material” um sentimento.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Amor, saudade, tristeza e até mesmo a ansiedade, são sentimentos que sabemos (alguns) quando estamos, porém, bem difíceis de explicar, claro, fugindo a clichê de “amor é quando você etc... etc..”... No entanto a nostalgia, não. Ela é palpável, ela existiu. Você só sente(ou deveria sentir). nostalgia de algo que viveu. Ou seja, não é algo apenas idealizado, é (ou foi) real. E como isso pode ser ruim. Anteriormente falei que “A ansiedade talvez seja a mais cruel capanga do tempo”. Verdade. Porém, a mais sádica, a que nos corrói por dentro de forma mais lenta e, muitas vezes, dolorosa, é a nostalgia. E não adianta, ela sempre virá com a face de algo bom. De lembranças de bons momentos, etc. Até porque, a “irmã ruim” da nostalgia é o pesadelo que nos traz as lembranças desagradáveis.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas, então como convivemos com o bom que não volta mais? Ela não nos está prometendo algo, como a ansiedade, ela está nos dizendo “Você gostou daquilo, lembra? Foi bom né... então, talvez nunca mais volte. Como você vai conviver com isso?”. E como convivemos? As vezes fingimos que o que passou foi satisfatório, mentimos para nós mesmos, outras vezes, dizemos que nem foi tão importante, e continuamos mentindo. E claro, existem aqueles momentos em que entendemos a armadilha em que a nostalgia nos colocou, e aí, caímos nos braços da ansiedade, criando fantasias ou planos de repetir o que passou e aí pisamos no tempo, ou pior ainda, na realidade, de forma dura.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A nostalgia é tão sacana e sádica que ela nos faz sair do real para o irreal, o “impossível”. Se na ansiedade, mesmo que muitas vezes difícil, nós idealizamos algo que, talvez, possamos conseguir (mesmo que de forma torpe). Na nostalgia, não. O fruto dos nossos desejos não serão mais repetidos. O máximo que podemos fazer é querer voltar no tempo. Ou seja, o impossível (até onde se sabe). E ela é um sentimento tão “palpável” que nos leva a outros estágios. Talvez, do tridente (ansiedade, nostalgia e tempo), só ela nos faça rir, lembrando dos momentos, ao mesmo tempo em que choramos, lembrando que eles não voltam, e sente raiva, ao imaginar que deveria ter aproveitado. Tudo lá, ao mesmo tempo, como se fossem aqueles socos abaixo de cintura que parecem “leve” mas, doem bastante.<br />
<br /></div>
David JChttp://www.blogger.com/profile/14281940840459539355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5748511313512828848.post-4211405318044412752015-06-25T20:01:00.000-03:002015-07-24T18:59:34.128-03:00Por que escrevo? (parte 5 - O tempo)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
Tecnicamente este é o final.
Gostaria de dizer que já descobri “quem está aí”, que já administrei meus medos
e, principalmente, controlei, em um yin-yang harmônico, a nostalgia com a
ansiedade. Mas, não. A única coisa que consegui foi destravar alguns atalhos do
tempo. Talvez (lembram?) antecipar algumas situações e atrasar outras, apenas
para relativizar a agonia do dia-dia. <br />
<br />
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É difícil concluir algo que não
se conclui. Colocar um ponto final em algo que você nem sabe como começou,
seguir o tempo sem esbarrar com a nostalgia, ansiedade e, consequentemente, o
medo. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
Quando falo de “tempo”, falo de
momento, do hoje, do agora. Diferente do ontem e do amanhã, já citados
anteriormente, ele não é mau, ele não nos engana e muitos menos cria
perspectiva. O tempo é o nosso amigo fiel, estará conosco para sempre, onipresente,
na maioria das vezes esquecido. É interessante pensar que algo tão importante,
algo que, em tese, rege nossa vida, é tratado de forma coadjuvante,
insignificante. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
O tempo está lá e a gente sabe
disso. Então, por sabermos que ele não nos abandonará, o colocamos em segundo
plano, talvez, encantados pelo canto da sereia que a ansiedade nos traz, ou
iludidos, com a nostalgia que nos atormenta. <o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Porém, por mais fiel que possa
ser, o tempo é efémero e aos poucos, sem que, às vezes, notarmos, ele vai se
distanciando, vai cansando de ser mal tratado, até que chega um momento em que
olhamos para os lados e apenas conseguimos enxerga-lo ao longe. O tempo não é
mau, ele, apenas, não é eterno. Na verdade, ele é bom demais para ser isso.<br />
<br />
<br />
<o:p></o:p></div>
David JChttp://www.blogger.com/profile/14281940840459539355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5748511313512828848.post-67044084389669142092014-11-28T21:23:00.000-03:002014-11-28T22:56:05.146-03:00Chaves e a melancolia do nosso dia a dia<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Muitas coisas marcam o seriado Chaves. As frases clássicas (acho que nem preciso repeti-las), as piadas que, mesmo “velhas”, são sempre válidas, as lições de moral (“a mentira nunca é plena, mata a alma e a envenena”), etc...etc... Enfim, não é à toa que esse programa já está há 30 anos (e provavelmente ficará por mais 30) na tv brasileira.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Porém, tirando tudo ligado ao humor, algo sempre me chamou atenção sobre o seriado e talvez seja melhor definido na frase que li hoje é: “Existem algumas referências da infância que nos preparam pra vida: era o caso da melancolia embutida em Chaves". E é bem isso. Não é só fazer sorrir, Chaves, pelo menos para este que vos escreve, também conseguia, como ninguém, nos fazer tristes. Mas não a ponto de necessariamente chorar (apesar que o episódio em que ele é chamado de ladrão testou minha fé), e sim no sentido melancólico/reflexivo. Diria até, sendo presunçoso, no sentido de nos confortar e confrontar sobre a irrelevância/importância da vida.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Se pensarmos direito Chaves representava (ou representa) nada mais do que a repetição diária da nossa vida. E, talvez por isso, nos prende tanto. “Sempre as mesmas piadas”, “sempre o mesmo cenário”, “sempre a mesma roupa”, “sempre as mesmas pessoas”. A escola, o professor, os amigos, o trabalho (que falarei um pouco mais adiante). Enfim, tudo a “mesma coisa”. Mas, o que seria isso senão um pouco (pelo menos para boa parte das pessoas) de nossas vidas? uma série de “episódios repetidos”. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Temos amores correspondidos (que nos convidam para tomar uma xicará de café), amores não correspondidos (que nos chamam de bruxa), aquela pessoa que sempre terá um brinquedo melhor que o nosso, o tiozinho pilantra, mas, gente boa, que nos dá bons conselhos, brigas, cascudos, medos, festa da vizinhança e o parque diversão de vez em quando... Enfim... como disse, cenários repetidos, que praticamente todo mundo já passou e, em alguns casos, são universais. Ou seja, não apenas o “rapaz pobre do subúrbio” sofre com isso.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A melancolia em Chaves talvez seja melhor representada pelo seu “melhor episódio” que, para muitos (e para mim), é a viagem a Acapulco. Por que? Simplesmente porque quebra a rotina, é “o diferente”. Outro cenário, outras roupas, outras pessoas, outras situações, outras comidas. E, convenhamos, quem de nós não tem aquela viagem especial, aquele momento que, talvez, represente o dia mais divertido em nossas vidas. Enfim, Chaves, desde cedo, nos apresenta isso.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Assim como, para muitos (e para mim), o pior episódio é o do restaurante. Por que? É aquilo, convenhamos, o trabalho não nos traz as melhores lembranças. É difícil encontrar uma pessoa que diz: “olha, o dia mais feliz da minha vida foi no trabalho”. Você pode ser feliz trabalhando, claro, assim como, apesar de “ruim”, conseguimos dar risada com aquele episódio. Mas, marcante... marcante, não é!. E isso sem contar que o trabalho nos priva de pessoas importantes. Em muitos casos (e me incluo nisso) você tem bons amigos, para alguns, até familiares, esposa/marido trabalhando com você. Porém, na maioria das vezes, ao ir trabalhar deixamos algo em casa (ou longe de nós). E em Chaves não foi diferente, por “deixar em casa” figuras especiais como Quico e Seu Madruga, naquele episódio. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Enfim, Chaves nos faz rir? sim, evidente. Muito!. Mas, as vezes, mesmo que sem querer querendo, eles nos faz querer nos esconder no barril, para não nos verem chorando dos cascudos da vida. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Ps. Essa é a centésima postagem do blog. Perfeito! Acho que não poderia ser melhor ao que se propõe esse (muito) pequeno espaço. Valeu, Bolanõs.</i></div>
David JChttp://www.blogger.com/profile/14281940840459539355noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5748511313512828848.post-64504232571075977282014-10-27T11:34:00.002-03:002014-10-27T11:38:33.777-03:00A supervalorização das Jornadas de Junho<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Apesar da importância histórica das <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Protestos_no_Brasil_em_2013" target="_blank">Jornadas Junho </a>(ou como diriam outros,<a href="https://www.facebook.com/JornalismoWando/posts/653023464786844" target="_blank"> Xornadas de Xunho</a>) esse movimento criou, ou aumentou, na cabeça de alguns, a sua torpe visão holística da sociedade (já comentada <a href="http://osentidoeoverbo.blogspot.com.br/2014/07/como-pode-ninguem-na-minha-timeline.html" target="_blank">aqui</a>). É impressionante como para eles o POVO foi as ruas em 2013, porém, o mesmo POVO votou no PT em 2014. Não há divisões, distinções, nem paradoxos. O substantivo masculino POVO representa apenas uma parcela da população, que pensa (ou deveria) igual, que vivem a mesma realidade e compartilham (ou deveriam) as mesmas opiniões. Será?... Evidentemente que não. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dando um exemplo com números. <a href="http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/06/20/em-dia-de-maior-mobilizacao-protestos-levam-centenas-de-milhares-as-ruas-no-brasil.htm" target="_blank">No dia de maior mobilização </a>as jornadas juntaram mais de 1 milhão de pessoas que foram as ruas protestar contra “tudo que está aí”. Se contarmos todos os dias, poderia arredondar para uns 2 milhões, ou pouco mais, enfim... Sabe o que isso significa? Menos da metade das pessoas que votaram nulo/branco tanto no primeiro como no segundo turno, <a href="http://placar.eleicoes.uol.com.br/2014/2turno/" target="_blank">só no segundo</a> foram mais de 7 milhões de pessoas que não votaram em nenhum dos dois candidatos. Então, numericamente falando, poderíamos muito bem dizer que as pessoas que foram as ruas “querendo mudanças” preferiram não votar, mantendo sua “coerência” (e ainda sobrariam várias). Mas, não só isso, vale lembrar que alguns protestaram contra PEC37, outros pelo Passe-Livre também tiveram os que foram contra “Cura Gay”, etc. Em tese, isso não necessariamente significa que estavam lá “querendo mudar o comando do país”. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Também é importante destacar que o não sentimento de mudança não é só relativo ao PT (presidência). “Aiiinn mas o povo vai as ruas mas vota no PT, depois”, podem dizer alguns. Tirando o que já comentei acima (e não vou desenhar de novo). Ué? O Estado que deu<a href="http://placar.eleicoes.uol.com.br/2014/2turno/sp/" target="_blank"> a maior vitória ao PSDB</a>, São Paulo, é o mesmo que é governado por mais de 20 anos pelo.... ...PSDB! Então, seguindo a lógica acima, eu poderia dizer, “Os Paulistas vão as ruas pedindo mudanças, mas, continuam votando no PSDB”. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas, voltando a visão binária e holística de mundo. “Ahhh mas eu fui as ruas para mudar o governo”. Bem, primeiro que mudar governo “nas ruas” ou com golpe ou revolução, e acho que as “xornadas” do ano passado passaram bem longe disso. E segundo, se você realmente acha que o processo democrático se resume a uma eleição, bem, em minha humilde opinião, você tem que melhorar muito seu conceito de democracia e representatividade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em suma, as “xornadas” e sua supervalorização representaram exatamente o que se “entendeu” delas. Um monte de vozes dissonantes pedindo várias coisas. No entanto, algumas dessas vozes, talvez <a href="https://tradicionalmente.files.wordpress.com/2014/10/beloargumento.jpg" target="_blank">criadas a iogurte</a>, achavam que todos lá estavam para realizar seus desejos, para lutar pelas suas convicções, e que, ao ver seus anseios derrotados, choram, como grandes crianças mimadas que são. A eles, posso dizer apenas: “Sem violência!, sem violência!!”...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
David JChttp://www.blogger.com/profile/14281940840459539355noreply@blogger.com0