quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Ser revolucionário não é genético!


“Ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética”. Pobre Che Guevara... Se soubesse o mal que essa sua frase causou. Claro, a revolução é algo justo, necessário e que deve ter a participação dos jovens. Porém, o jovem deve por “questões genéticas” ser “revolucionário”? Sinceramente, não. Para muitos (não todos, é claro) mais vale um jovem se politizando, entendendo o meio que vive do que um “revolucionário de piscina” (como tão mal definem).

Enfim, mas vamos ao objetivo desse post. A frase de Che é importante, dentro do seu contexto histórico, mas, atualmente, nem tanto. Ela cria a falta impressão (infelizmente seguida por muitos) de que: “Você é jovem, logo: você DEVE ser revolucionário”. Sem levar em consideração perspectiva de futuro e realidade social que vive. Enfim, tem que “revolucionar” de qualquer jeito, seja nas ruas ou em uma comunidade do Orkut.   

É complicado fazer qualquer perspectiva estatística, mas, muito provavelmente 80% dos jovens que participam de protestos, grupos estudantis, UNE, JS’s, etc. Poucos entendem de política, alguns até possuem bons sentimentos, mas, não contribuem para mudança de verdade. O importante é “apenas”, “ter seu grupo”, “estar no meio” é mais ou menos o “descolado” (aquele que na 4° série escrevia com caneta) ou pior, o importante é ser um novo Lênin, Mao, Che ou até (pasmem) Stalin (tá Hitler também, ahaha), é: “Ser um líder que vai levar o Brasil ao lugar que ele merece” (E depois desligar o PS3, evidente). E o fato mais “triste” de tudo é que a grande maioria deixa o espírito “revolucionário” quando fica mais velhos (a “responsabilidade chega né?”), não generalizando, porém, em muitos passa aquela velha impressão de que “meu pai paga eu posso ser revolucionário”. Enfim. Parece que a revolução não é “geneticamente adulta”, pra que maturidade no pensamento quando temos “a pureza da resposta das crianças”, não é verdade?

E vamos fatos. Acabou a Ditadura Militar no Brasil e o que restou? Os nostálgicos que não viveram aquela época, mas, acham que estão em estado de confronto com o Estado (Abaixo a Ditadura! viva a anarquia comunista consumista que nos consome!). E o que acontece? Sempre (ou quase) os mesmos protestos, as mesmas reinvidicações e os mesmos resultados. Como disse, sou a favor de protestos (vou generalizar, revoluções), mas as revoluções devem ser permanentes (e o pior é que eles ainda se dizem Trotskistas, pode?) elas devem de fato mudar, devem (no sistema atual) ser silenciosas, até porque quem “grita” é a nossa “amiga” “grande mídia” (e vai ser assim por muito tempo) deve seguir uma pedagogia crítica (Educação “comunistas”! Educação! é sempre um bom caminho) que: reconheça conexões entre seus problemas individuais, experiências e o contexto social em que eles estão imersos." (via Wikipédia. Ahahaha), É isso, a revolução deve/deveria ser lenta, colaborativa e “sem rostos”, sem mídia (sem máscara de palhaço também) e claro, sem resultados instantâneos, ao invés de “apenas” gritar na rua por “direitos iguais”, vá à casa de alguém e ensine a ela que ela tem o direito de ter direito, acredite, seria mais produtivo. É, no entanto é complicado, até porque “revolução silenciosa e eficaz” não dá, prestígio, cargo político, não é?


"A massa não é apenas objeto da ação revolucionária; é, sobretudo sujeito".
Rosa Luxemburgo