domingo, 15 de novembro de 2009

Só acredito vendo! será?


Ontem (dia 14/11) assistindo ao filme Reencarnação, que por sinal eu não indico, muito fraco!, mas mesmo assim algo me chamou a atenção em sua história, onde um garoto de 10 anos diz ser a reencarnação do marido da personagem principal, claro ninguém acredita, porém o garoto de forma espantosa consegue lembrar tudo sobre sua vida suposta vida passada, no caso, no corpo de outra pessoa, a esposa até começa a aceitar sua versão, porém, muitos continuam sem acreditar, mesmo com tantas provas para o fenômeno. E esse ponto que me chamou a atenção, será que nós, pessoas "lúdicas" acreditaríamos? será que não buscaríamos alguma resposta plausível na ciência para tentar explicar algo supostamente sobrenatural.

Muitos de nós (e eu me considero um) costumamos dizer à lá de São Tomé que: "só acredito vendo." Será mesmo? além do exemplo anterior, posso citar outros como:

existe um certa discussão se existe ou não Et's, tá não vou entrar nesse mérito, porém vamos supor que existam, e uma pessoa "lúdica" encontra um em sua frente, provavelmente, dependendo da aparência do ser, ficará com medo e fugirá, ok, porém ao chegar em casa, creio eu que, tentará de alguma forma achar uma resposta coerente, que fuja do fenomenal para aquele caso, tipo, "há foi por causa do sono, tô vendo coisas", "ultimamente eu estou um pouco estranho(a) mesmo, vendo coisas e tudo mais (mesmo sem isso ser verdade)" ou "isso foi alguma peça (ou pegadinha) que alguém me pregou." Enfim, se arrumará uma série de respostas para o possível fenômeno, talvez ele só passe a acreditar que viu mesmo, quando isso já se tornar notório para maioria das pessoas, talvez quando a tv noticiar. E esse exemplo ainda levanta outra questão, normalmente pessoas mais influenciáveis, chamadas por muitos de, "ignorantes", Acreditariam logo de cara no que seus olhos lhe mostram, sem questionar ou debater muito, e aí fica claro, como pode ser tênue a linha entre a "ignorância e a não-ignorância." Que eu não irei me ater agora, e muito menos, dizer quem está certo ou errado nesses casos, já que o propósito desse post, é apenas de questionar se realmente, a maioria das pessoas acreditam no que seus olhos lhe mostram. E sinceramente, fazendo minha meia culpa, eu não acreditaria.

Sim, e só para constar, no filme reencarnação, o garoto não era a reencarnação do marido, tá vendo. Eita, contei o fim, mas tudo bem, não assistam esse filme, vão perder seu tempo.

"Com o conhecimento nossas dúvidas aumentam." Goethe.

domingo, 8 de novembro de 2009

Generalização do social.

Se tem uma coisa que me irrita, é ver idiotas (o termo só pode ser esse) se utilizando de sua antropologia durkheimiana (que se utiliza do distanciamento sociológico) criticarem, e pior, fazerem juízo de valor, de algo que não conhecem, porém acham que sabem de tudo (isso em todos os sentidos). É claro que todos tem direito a opinião, mas, daí a generalizar, uma pluralidade social, sem o contato com a mesma, já é demais.

E um exemplo é os das pessoas (facilmente encontrados na internet) que se utilizam de falsos Axiomas como: "Pobre é preguiçoso", "a maioria dos mendigos são pilantras e preguiçosos" ou "todo bandido, só é bandido porque é safado", etc. Sem conhecer a realidade (ou algo próximo a isso) das ruas, quer dizer, sem tirar sua bunda da frente do computador ou apenas lendo a "confiável" Veja.

Acreditar nessa máximas, é como eu digo, generalizar algo plural. Vamos analisar alguns casos, e ver quanta mentira se esconde atrás desse tipo de máxima. Muitos dizem que, "pobre é preguiçoso, e está nessa situação por culpa própria, já que, existem várias(sic) pessoas que nascem pobre, mas vencem na vida." tudo bem a afirmação não é de todo falsa, porém vamos pensar em um mundo perfeito (que creio eu, só exista na cabeça desses parvos) onde todos os pobres resolvem deixar de ser "preguiçosos" e estudam o máximo possível para vencer na vida, será que todos, teriam a oportunidade de vencerem na vida, será que no Brasil, mais de 100 milhões de pessoas teriam a chance de serem ricas? é, acho que não, sabemos que o sistema no Brasil não permite isso, um, dois talvez, agora, todos vencendo, todos tendo a igualdade de "armas" para lutar, e consequentemente sendo, mais difíceis de se comprar, de serem manipulados. É, isso apenas no mundo onírico mesmo. Então por que chamá-los de preguiçosos, porque desde cedo entram no mundo real (coisas que "muitos intelectuais" da net ainda não fizeram), sabendo que uma oportunidade de ascensão, a não ser como jogador de futebol, será quase impossível, e vão trabalhar no pesado para buscar o mínimo de dignidade, será que realmente esses são os preguiçosos? será que vivem nessa situação porque querem?

Outro exemplo a ser combatido, é o que diz que, "os mendigos ou quem trabalha como flanelinha, vendedor de balas, etc, são pilantras (sempre generalizando), já que poderiam ter "empregos de verdade." Não vou entrar no mérito dos flanelinhas que roubam ou dos vagabundos que se utilizam da exploração infantil para pedir esmolas, esses realmente são pilantras. Porém, o que faz das pessoas que escolhem pedir esmolas ou trabalhar de forma informal por opção, pilantras? será que assim como nós buscamos em toda nossa vida, eles também não tem o direito de escolher algo mais cômodo, ao invés de se matarem trabalhando como bóia-fria ou arriscarem ser escravo em alguma dessas fazendas (normalmente comandadas por grileiros e políticos, não é Inocêncio). E até onde eu sei ninguém obriga (e se caso faz é bandido, e aí já é outro exemplo) outro a dar esmolas ou comprar balas, a pessoa faz se quiser. Portanto não é justo tachar de pilantra, alguém que prefere gerir sua vida, mesmo ganhando pouco, do que ser escravo, e ganhar pouco do mesmo jeito.

Por fim talvez o exemplo mais polêmico, o que diz, "todo bandido está nessa condição porque é safado." Será? é claro que quem é bandido, normalmente, é por opção, alguns por intimidação, vingança, imposição, mas normalmente, opção, até aí ok, porém vamos tentar pensar, e se encaixar na realidade de alguns, não todos (nada de generalizar) deles:

"você é filho do mundo, não conhece seu pai, sua mãe não está nem aí para você, obviamente vive nas ruas, e mesmo que não seja, será tratado como trombadinha pela maioria, mas tenta seguir na lei, e trabalhar no que é possível, porém, o que ganha só da para se alimentar, e mal, enquanto isso muitos dos seus "amigos" que vivem no crime, com roupas melhores, comendo melhor, sendo visto com mais "respeito" (medo na verdade). Mas você sabe que aquela vida vai lhe levar à morte, cedo ou tarde, porém o que garante que essa sua vida também não irá, muitos inocentes morrem na rua, e mesmo assim, se morrer, o que tem a perder, uma vida infeliz?."

É claro que todos os fatos, que apesar de serem exemplos, não fogem da realidade, apresentados acima, não é motivo (na minha opinião) para entrar no crime, no entanto, para mim, e muitos que não vivem na pele é muito fácil falar, será que dentro do seu contexto social, e das oportunidades que lhe deram, não é o melhor caminho? é errado, sim, mas o que eles tem por errado, por ético (muitos "gênios" da imprensa e política, por exemplo, não sabem o que essa palavra significa), então sinceramente dizer que eles são apenas e simplesmente, safados, não condiz com a verdade. E outra coisa que não poderia deixar de citar, por que muitos desses "trombadinhas", que roubam bolsas de madames ou carteiras, que cheiram cola, etc, devem ser mortos (muitos, e eu acho que você conhece gente assim e tomara que não seja um deles, pensam assim) e os também bandidos do colarinho branco que roubam milhões, apenas cadeia? (já notaram isso) Ah, porque talvez, muitos deles, sejam parentes das madames ou de quem pede a morte do "trombadinha".

Esse post não é para querer (e espero que não tenha entendido assim) provar que, todo pobre, mendigo, flanelinha, "trombadinha" etc, são santos, claro que não, estaria sendo contraditório com meu discurso, já que combato as generalizações. Mas sim, para mostrar como essas falsas verdades, muitas alimentadas pela mídia, vivem dentro do nosso dia, e como isso apenas alimenta a continuidade das injustiças. E olha que eu nem entrei na discussão daquela besteira de que, "todo favelado é bandido." Já que isso é tão descabido e imbecil como que a diz.

"Tá vendo aquele edifício moço
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas prá ir, duas prá voltar
Hoje depois dele pronto
Olho prá cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado "Tu tá aí admirado?Ou tá querendo roubar?."

Música CIDADÃO de Lucio Barbosa, imortalizada por Zé Ramalho.