terça-feira, 7 de abril de 2020

Sobre rotinas...



Depois de 3 semanas basicamente apenas em casa, acho que finalmente o "peso" da quarentena "bateu", não posso mensurar se muito ou pouco, mas posso classificar a forma: saudade da rotina.

Rotina. É interessante pois, em situações normais, ela é normalmente tratada como uma vilã, como a representação de algo monótono, da falta de opções ou até de uma vida sem objetivos. Diria que ela é tipo uma bactéria, que em geral a gente associa a algo ruim, mas que muitas vezes mais ajuda do que atrapalha

Então, após tudo isso acabar, espero que da forma menos traumática possível, algo que ficará para mim é sobre a importância da rotina. É sobre ela não ser o que restou e sim o que escolhi, claro, falando dentro de alguns privilégios e possibilidades. Amigos e conversas no trabalho, mesmo que repetidas, a cerveja na sexta-feira, mesmo que no mesmo bar, a pelada da segunda, mesmo que com as mesmas pessoas, as aulas da pior cadeira com aquele professor que é horrível, dormir até tarde no sábado/domingo, porque é quando dá, enfim... A quarentena e o isolamento social obrigatório (e importante, diga-se) dentre outros problemas nos tira o direito de escolher, mesmo que nossa escolha sempre fosse a mesma.

Esse período me fará valorizar o pragmatismo de uma escolha, e não apenas no clichê, que também não deixa de ser verdadeiro, de que darei mais importância a proximidade das amizades e aos momentos, mas sim que ela me fará valorizar a minha opção pela repetição por si só. Pela rotina. De não ver como negativo o fato de ‘toda semana fazer isso’. E sim que toda semana eu escolho, dentre outras opções, fazer 'a mesma coisa'.

É evidente que opções de escolhas variam de pessoas pra pessoas, alguns podem se restringir mais, outros menos. Também não significa que até o fim da vida sempre farei repetidamente a mesma coisa, óbvio que as "quebras da rotina" são importantes. Mas o que fica para mim é que as minhas escolhas rotineiras mais representam sobre o que é do que sobre o que deveria. E eu gosto do que é.