sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Ué, mas não somos todos pecadores?


Uma das máximas do cristianismo, que aprendi na cataquese (sim! Eu vou para o céu. Ou não), foi a de que todos nós somos pecadores, não adianta, você pode fazer tudo certo, tudo de forma perfeita, mas, perfeito só Deus (e Jesus), o resto, é pecador (tá amarrado!). Porém, mesmo sendo pessoas tão falhas, Deus nos perdoará, porque ele nos entende e nos aceita assim (como pecadores).  

Digo isso, simplesmente não consigo entender essa cruzada anti-gay de diversos setores das igrejas (“cristãs”), principalmente a evangélica. Ai você, amigo crente, dirá: “você fala isso porque é um ateu, anti-cristo e não tem fé”. Não, não é verdade... Primeiro que nem sou ateu, me considero agnóstico (o famoso “ateu frouxo”), segundo que não sou anti-cristo, tenho até simpatia pela figura estórica de Jesus, e por fim, é, talvez eu não tenha muita fé mesmo.  

Mas, escrevo isso com o pensamento “cristão” (conversei com alguns sobre isso), sim, eu entendo vocês! (que meus amigos “vermelhos” não me leiam), eu entendo quando vocês falam que a homoafetividade é pecado, não concordo, mas, entendo. O cristianismo segue (pelo visto, só alguns) a bíblia, um livro que promete a VIDA ETERNA! Pô, a vida eterna é algo muito importante, então, como disse, entendo perfeitamente o ponto de vista cristão sobre isso (repito, não concordo).  

E por isso, argumento exatamente sobre essa forma de pensar: Pô, se a homoafetividade é um pecado, apesar de que isso é falado “apenas” no torpe velho testamento e de forma não muito clara em Coríntios (se não me engano), mas, beleza, justo, é pecado, ta lá... Por que esse pecado não é visto igual aos demais, e ai, volto ao início da postagem, se todos somos pecadores (ou seja, pecamos), e os gays, pecam (pela sua prática), eles são iguais a nós (óóóó) “apenas”, pecadores. Ou seja, como aprendi na cataquese, serão perdoados por Deus, porque ele nos entende e nos aceita assim (como pecadores). Afinal de contas, ele já perdoou assassinos (um inclusive virou apóstolo de Jesus), prostituta, ladrão, papas, etc. Então, por que ele não perdoaria um gay?  

Então, voltando ao início da postagens, eu não consigo entender o motivo da perseguição, sabemos que o discurso DA MAIORIA (da igreja) é: "Ser gay é pecado, saia dessa vida irmão se não você vai para o inferno" (vai para o inferno por que está pecando? Então, todos vamos)...Ao invés de: "Olha, te aceitamos como você é, e continuaremos a te aceitar, e não queremos apenas "te mudar", queremos você como irmão, na diferença, no “erro” até porque todos nós erramos, não acho certo o que você faz, mas, respeito e te aceito"... Por que não deixar esse discurso de TOLERÂNCIA de forma clara? Afinal de contas... Todos somos... Enfim, cês já sabem... 

Ahhh sim, e não adianta dizer que não discrimina (mesmo sendo intolerante).... Lembrem-se, Deus é onisciente, onipresente e onipotente (isso é meio controverso, mas, ai é outro assunto), ele sabe tudo, e só de pensar, você já pecou... Até porque, lembremos que a tolerância é uma virtude cristã... (pelo menos dizem que é)...  


“A tolerância é a melhor das religiões”.
Victor Hugo

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A banalização da importância do Diploma


Nos últimos anos a principal polêmica que rodeia os centros acadêmicos de jornalismo, era a obrigatoriedade ou não do diploma para exercer a profissão. Eu, apesar de formando no curso, particularmente nunca dei muita importância a isso, sinceramente, creio que a mudança ou não, interfere pouco diretamente na profissão, e como sabemos, o jornalismo da mais relevância a prática, do que a teoria, certo? (...) Mas, aceito toda e qualquer tipo de opinião contrária a cerca desse assunto.

No entanto o objetivo da postagem não é falar sobre a necessidade ou não do diploma, e sim sobre a sua recente banalização. Explico: Existem muitos (bons) jornalistas que não possuem diploma para exercer a profissão, um exemplo, Juca Kfouri (que é sociólogo), porém, existem vários, não tão bons, que possuem o papelzinho. E ai, para “manter a coerência” muitos, defensores do diploma, da meritocracia ou por pura “ignorância”, vêem em quem possuí diploma um “exemplo”, ou seja, não necessariamente interessa o que ele faz, seu conhecimento do assunto, sua capacidade, etc. “Tem diploma? Vale! É um jornalista formado e com conhecimento de causa”, diriam os idiotas da objetividade. Pegando o mesmo exemplo acima, seria assim, o Juca não serve (ele não tem diploma), mas o Oscar Roberto Godoy serve, esse sim, pode falar qualquer absurdo com “conhecimento de causa”, pois, ele tem diploma de jornalismo (sério, ele tem mesmo).

Mas, não é apenas no jornalismo, recentemente o estulto Pastor Silas Malafaia, aquele, que “arrebenta” as pessoas, esteve numa audiência pública na câmara de deputados, audiência essa, que tratava sobre o projeto de lei da “cura gay” (se tiverem curiosos, procurem no google, sobre) como cidadão, é óbvio que ele tem o direito de estar ali. Porém, o curioso é que ele lá estava, como psicólogo, sim, ele é formado em psicologia; e isso, segundo o mesmo, lhe dava o direito de opinar e falar sobre a “cura gay” e “combater” profissionais da área (a grande maioria) que acham esse tipo de procedimento um absurdo.

O detalhe interessante é que o Pastor, não tem exerce a profissão, não tem nenhum tipo de publicação ou artigo na área, enfim, ele “apenas” tem o diploma, que, como sabemos, não é lá algo muito difícil para conseguir, principalmente quando você tem dinheiro, mas, mesmo assim, ele se sente “gabaritado” pois é formado. Ou seja, é dado mais importância ao diploma do que ao conhecimento.


"O diploma não encurta as orelhas de ninguém." Barão de Itararé 

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Uma Breve análise das eleições municipais em 2012


Terminado o segundo turno das eleições de 2012, tenho a audácia de fazer uma breve análise sobre as eleições. Até porque se o Merval (ou Merdal) pode, por que eu não?

Bem ou mal, o PT sai mais forte dessas eleições, direta e indiretamente, governará a maior parcela da população (em relação a prefeituras) e de “bônus” terá a “jóia da coroa”, São Paulo, e cidades importantes no Estado, além de que, dos grandes (considerando o PSB um grande) é o segundo partido a ter um maior crescimento. Ou seja, negar a vitória do PT é um erro tremendo, é como diz o ditado “a negação é o primeiro sintoma de culpa”. Porém, de alerta para o PT vale o enfraquecimento no Nordeste, onde elegeu o prefeito apenas de uma capital, Luciano Cartaxo, em João Pessoa; e onde amargou derrotas importantes em Fortaleza e principalmente Recife e Salvador.

Porém o crescimento do PT só não chega próximo ao do PSB, que governará o maior número de capitais e o 2° maior número de eleitores (a frente do PMDB), com vitórias importantes e estratégicas como em Recife, Fortaleza e Belo Horizonte, onde foi mostrada a força de Eduardo Campos, dos irmãos Gomes e de uma interessante parceria com Aécio Neves, respectivamente.

No PSDB a se comemorar apenas o número de cidades grandes governadas, onde entre as 85 maiores, os tucanos irão gerir 15. O que acaba não querendo dizer muito com a derrota emblemática do “serrismo” em São Paulo, por sinal, vale muito à pena ver a avaliação do lúcido vereador, Mário Covas Neto (do PSDB) sobre os motivos da derrota de Serra. A se comemorar apenas a vitória de ACM Neto, tá, ele é do DEM, mas, acaba sendo importante para o PSDB (a quem fale em uma troca de partido), e o surgimento de figuras novas na legenda, como Daniel Coelho em Recife, Rui Palmeira em Maceió e Zenaldo Coutinho em Belém, os dois últimos eleitos. Já as eleições dos desgastados Arthur Vigilio e com Firmino Filho no “cural eleitoral” de Teresina onde o partido já governa a mais de 20 anos (curiosamente Teresina tem o 2° pior IDH entre as capitais), pouco representam para o partido.

Mas, e o que isso representa para oposição e situação em 2014. Para o PT, como falei o sentimento de vitória, já que, além do seu próprio crescimento, houve o do PSB (ainda da base aliada), e com a eleição de Haddad em São Paulo, ainda manterá firme o importante apoio do PMDB e agora, provavelmente, contará com o apoio integral “novo” (e importante) PDS, além de ter trazido para o “seu lado”, o ex-tucano Gustavo Fruet, hoje no PDT e eleito prefeito em Curitiba. Então, mantendo a base e sem nenhuma surpresa interna (no caso, uma candidatura do PSB de Eduardo Campos) o PT segue com total favoritismo para as eleições de 2014, tendo como único grande desafio eleger o governador de São Paulo.

Para a oposição PSDB/DEM, fica a prova, diria até a necessidade, de renovar os quadros e principalmente o discurso, porque se não, perderá a força de principal oposição para partidos que hoje compõem a base aliada do governo. E mudar o discurso significa que, não adianta a oposição “bater no mensalão” (“trunfo” usado em 2006, 2008, 2010 e agora, em 2012), negar os avanços e programas importantes do governo PT e a importância da figura do ex-presidente Lula. Essa “dicotomia” de bom x mau, não adianta mais, prova disso é que o PT venceu o PSDB em TODAS as principais disputas diretas entre os dois partidos. Tanto que, a “oposição” que mais cresce ao PT no Brasil é o PSB (e alguns quadros do PDS) que não atacam diretamente o PT ou negam sua importância (como feito em Recife e Fortaleza), apenas se colocam como uma opção nova para resolver o que o PT não consegue ou conseguiu. Além disso, não adianta para a oposição “ser vista” com figurar tidas como “reacionárias”, o conservadorismo cada vez perde mais força no país. Então, se continuar assim sobrará para o PSDB/DEM apenas a companhia dos nocivos PR e PMB (novo Partido Militar Brasileiro) além do confuso PPS. E por fim, creio que essas eleições (claro, com algumas exceções) acabam de vez com o “risco Collor”, ou seja, um candidato “boa pinta”, progressista e caçador de marajás pode/poderá voltar a fazer sucesso no país.

"Na vida a gente não sobe de salto alto"
Dilma Rousseff

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Oi, oi, oi... E a crítica ao desconhecido


E hoje (dia 19) a ótima novela, Avenida Brasil chega ao seu fim. Vai deixar saudades. Não há nada mais divertido que acompanhá-la vendo os comentários no twitter. Porém, claro, “do outro lado”, já começam as críticas dos “cults” (ou algo do tipo) que odeiam novela e bla... bla...bla...

Só deixando claro, é evidente que a pessoa não é obrigada a gostar de novela e nem precisa se justificar por isso, é uma opção, algo justo e que deve ser respeitado. No entanto é exatamente ai que começa o problema, algumas pessoas tem a ânsia de se justificar. E aí já viu, é aquela coisa: “novela é coisa de idiota”, “novela é alienação”, “novela é isso, aquilo”, e por ai vai... O mais interessante é aquele tipo de gente, onde o diálogo seria mais ou menos assim:

- E aí, você assisti Novela?
- Não! Odeio novela!
- Ahh. Ok, então nem vou comentar contigo sobre Avenida Brasil.
- Essa novela é um lixo.

Ué? Se a pessoa odeia, logo, entendo eu, não assiste, então, como ela sabe que a novela Avenida Brasil é um lixo? E aí entra o objetivo do post. Por que há esse preconceito com as novelas? Esse esteriótipo, essa visão tão intransigente. Será que é porque novela é algo de “consumo popular”. Avenida Brasil é uma das melhores produções que já vi nos últimos anos, a trama em si, o jogo de câmeras, utilizando em algumas cenas, técnicas de acompanhamento (acho que é esse o termo) usado, por exemplo, no filme a Bruxa de Blair (excelente!), a forma mais realista das cenas no lixão, e claro, as atuações primorosas de José de Abreu (como Nilo), Adriana Esteves (como Carminha), Murilo Benício, pasmem (como Tufão)*, enfim, é uma novela digna de Terra Nostra, Rei do Gado e Torre de Babel, em minha opinião.

Então o amigo leitor (?) deve pensar. “Ah. Mas, que noveleiro chato”. Não, não sou. E até acho que a maioria das novelas não possuem boa qualidade, de cinco, diria que uma é boa. Porém, sei (ou tento) diferenciar e notar quando algo é bom (e Avenida, é) de algo que não é. E assim como as novelas não são “boas” em sua maioria, filmes (made in Hollywood) também não são, seriados (made in Estados Unidos) também não, muitos não conseguem nem ser originais, creio que você já viu algum seriado de um grupo de pesquisa (ou policiais) que investigam crimes, né?. E mesmo assim não vejo as mesmas críticas a essas produções. E não vale o argumento de que lá, são “superproduções” que gastam milhões. Ué, e desde quando gastar muito que dizer algo? Sendo assim, clássicos do cinema como: “E o Vento Levou”, “O Iluminado”, “Casablanca”, etc. Não podem ser considerados bons, porque não são “superproduções milionárias”.   

Enfim, como falei anteriormente, toda pessoa tem o direito de não gostar de novelas. Mas, é injusto demais criticar algo que não conhece a fundo. E pior! Criticar o gosto alheio, sobre algo que você não vê (nem quer). E ai não é questão de gosto, e sim, de respeito, que, como sabemos é o que de melhor temos em nossa condição de humanos (rá!).

"Aprendi a não tentar convencer ninguém. O trabalho de convencer é uma falta de respeito, é uma tentativa de colonização do outro." José Saramago



Sobre novela. (os comentários abaixo serão apenas para quem acompanha):

Como já havia falado em outros locais:

Na boa, de novo esse efeito "quem matou Odete Roitman". Já foi assim com Lineu (em celebridade), Norma (em insensato coração) entre outros... Pô, quanta falta de criatividade. tipo, porque não invertem a lógica? explico: ao invés de haver o assassinato e depois revelar matou, revelar anteriormente quem matou e nortear a história em cima da morte, trabalhando as razões (positiva ou negativamente) que levaram o personagem (já revelado) a cometer o crime... seria bem mais interessante, em minha opinião. 


*Sobre Murilo Benício, não sou muito fã do ator, dele, destaco (antes de Avenida Brasil) o filme “O homem do ano”. Mas, nessa novela ele foi muito bem. Deveria fazer o papel de um ex-jogador de futebol bobão, e fez maravilhosamente.

*A novela é ótima, mas, lamento demais o “núcleo Cadinho”, uma pena, era para ser engraçado? Não foi. Ficou pastelão, chato, forçado. Poderiam utilizar a deixa para tratar sobre o tema de um novo conceito de família, mas, não foi, só lamento.

*É claro que é muito chato esse exagero e “venda de peixe” que a Globo faz sobre seu produto, o exagero e o ufanismo já comum, mas, como disse é comum e não é isso que faz a novela ser ruim, temos que saber separar as coisas.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

"Enquanto te exploram tu gritas gol"... Com certeza! grito gol, pulo e abraço a pessoa ao lado...


Época de eleição é moda a frase “enquanto de exploram, tu gritas gol”. Eu poderia ser bem direto e dizer que isso é uma bobagem e uma coisa não tem nada a ver com a outra, no entanto, irei aprofundar mais sobre o assunto.

Normalmente quem fala isso está clamando, de forma moralista/hipócrita, uma “reação” do povo aos desmandos dos políticos. Mas, o que o futebol tem a ver? Assim... A pessoa precisa viver em função da política e de “não ser explorado” e quem comenta isso, entende e vive a política de forma ativa, ou só compartilha no facebook porque acha bonitinho?

Mas, os moralistas podem falar: “ahh. Mas as pessoas se importam mais com o técnico da seleção do que com o presidente do país”, realmente, muitas vezes o “povo” questiona bastante o trabalho do técnico, porém, vale lembrar que o “povo” (uma pequena parcela é claro), já saiu às ruas pelo impeachment de um presidente, vale lembrar que o “povo” (em uma parcela maior) saiu às ruas contra a Ditadura Militar. Ou seja, se em algum momento da história o trabalho do técnico da seleção brasileira de futebol é mais questionado que o do presidente, talvez seja porque o presidente (na concepção da maioria das pessoas) faz um bom trabalho e o técnico, não; e a democracia é isso, certo? Ou será que não existe democracia no “reino moralista” (pergunta recíproca).

Ai meus “amigos” moralistas dirão: “ahh. Você falando assim, parece que o Brasil é uma maravilha”. Não, realmente não é, porém, o que é passado ao povo é isso? A “grande mídia” vende o “verdadeiro Brasil”, ou, um Brasil ufanista? Por que movimentos que questionam nossas falhas sociais são “esquecidos” e demonizados? Ou seja, se temos de um lado “manipulados” (o que é questionável) do outro, estão os alienados. E esses alienados (os moralistas, tá) que se acham tão politizados ajudam em que na conscientização, postam no facebook a frase: “enquanto de exploram, tu gritas gol”, só isso?

Ainda pode-se falar: “Ahh. Mas, algumas pessoas dizem que trocam a mulher e o emprego, porém, não deixa seu time”. É, se isso tivesse muita lógica, creio que o número de separações e de empregos seria maior no Brasil. Enfim, e claro, não poderia deixar de lembrar aos moralistas que países como: Inglaterra, Alemanha, Espanha, Argentina, etc. possuem pessoas tão fanáticas por futebol (ou até mais) quanto o povo brasileiro, será que esse é o motivo da exploração deles? Isso sem contar a paixão dos estadunidenses, maiores consumidores de esporte no mundo, de Cuba pelo beisebol, Austrália pelo rúgbi, etc. Será que a mesma “lógica” que vale para o Brasil, vale para esses países? E Por favor, não vale usar o argumento “ahh, que se danem os outros”, que isso é muito vergonha alheia.

Por fim, não deve-se confundir o fato do futebol ser usado como meio político, e ai sim, muitas vezes para “manipulação”, do que o futebol por si só ser o motivo da “alienação/manipulação”, o futebol por si só é “apenas” uma paixão, distração, etc. Assim como várias outras que temos em nossa vida, para alguns é mais importante, para outros, não. Mas, não é o “ópio do povo”, já que, diferente da religião, por exemplo, não é o meio de uma “promessa futura” (de ser salvo) e sim de um momento de êxtase. “Apenas” o momento. É como disse uma mulher em documentário que vi dia desses. “O povo brasileiro quer educação, comida e alegria”. E a alegria, muitas vezes, é o futebol. 

"O que finalmente eu mais sei sobre a moral e as obrigações do homem devo ao futebol".

Albert Camus

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A ditadura do “é minha opinião”


Eu aprendi em umas das cadeiras que paguei no meu curso que o que diferencia o homem dos outros animais é o sua capacidade de raciocínio e comunicação. Tá, não é só isso, mas, justo. É por aí mesmo. Porém, com as redes sociais, blogs, etc. Esse “poder” humano vai se expandindo cada vez mais e ao invés de receptor, mais pessoas se tornam opinadores. E falam sobre tudo: política, religião, esporte e claro, mal do Brasil, esse último o assunto preferido de alguns. No entanto isso criou um problema que é a ditadura do “é minha opinião”. 

Mas o que seria isso? Não! Não é que eu seja contra liberdade de expressão. Porém, creio que existe limite para tudo (algumas coisas faladas/escritas são crime) e principalmente, qualquer coisa que é dita em público, óbvio, é de “domínio público” e merece ser questionada e devidamente respondida. Por isso, sem mais delongas, com a ditadura do “é minha opinião”, qualquer pessoa se sente no direito de falar qualquer besteira e acha que não deve ser questionada, e pior, respeitada, pelo simples fato que é a “sua opinião”. 

Ou seja, cada vez mais vai sumindo o fator “certo” e “errado” e tudo vira, mesmo que sem sentido algum, “opiniões diferente”. Você pode se questionar dentro de um viés filosófico: “Ah. Mas, ai você está julgando o conceito de bom e errado”, SIM! Por exemplo, uma discussão, com base, sobre capitalismo x comunismo (moda na internet) são opiniões diferentes que devem ser respeitadas. Mas, existem algumas coisas que simplesmente não se discute. Exemplo: discriminar alguém devido à cor da sua pele ou orientação sexual. É errado e acabou, não existe um é “na minha opinião”. Não existe um “é minha opinião” quando alguém vai falar sobre o direito das pessoas de serem respeitadas. 

Isso sem falar nos “doutores” da internet, aqueles que falam sobre tudo e todos, baseados em nada, sem conhecimento algum, mas, que exigem respeito porque é a “minha opinião”, dando um exemplo, é mais ou menos eu falar que a terra é quadrada e exigir que respeitem meu ponto de vista, porque é “minha opinião”, ou pior, uma pessoa discorda com todos os argumentos plausíveis, mas, não, ao invés de haver o certo e o errado, há, “divergências de opiniões”. Por favor, né? É simplesmente colocar no mesmo patamar uma opinião de um leigo com a teoria e experiência de quem entende do assunto. E não é questão de meritocracia, e sim, do que, como falei, é certo e errado.

"Há homens que se agarram a sua opinião, não por ser verdadeira, mas simplesmente por ser sua." (Santo Agostinho)

Veja abaixo o vídeo de Bill Maher : "Novas regras sobre aquecimento global".

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Costelinha deveria morrer


O título é meio pesado, pode causar estranheza e até repulsa. Porém, a causa é nobre. Mas, você não entendeu errado, falei denotativamente escrito mesmo: Costelinha deveria morrer.

Enfim, para quem não lembra, Costelinha é o inseparável (e muito esperto) cachorro do Doug, do seriado de mesmo nome (transmitido no Brasil, atualmente na TV cultura). Para quem não lembra ou pior, nunca assistiu. Um breve resumo do seriado:

A série retrata a vida de um garoto de 11 anos que mora em uma cidade pacata. A história simples narra situações do cotidiano como de uma criança: 1° amor, amizade, bullyng, escola, etc. Em suma, fala sobre a vida de uma criança.

E talvez por isso, pela simplicidade e realidade dos fatos, tanta gente se identificou com personagem e essa série fez (e faz) tanto sucesso no Brasil. Mas, para esse nobre blogueiro (?) fica uma lacuna, diria até um “tabu” que os produtores da série deixaram passar. Que é tratar sobre a morte. E na minha visão, o personagem escolhido deveria ser o Costelinha, por ele representar algo bem comum na vida das crianças que é o carinho e apego a um animal de estimação que inevitavelmente morrerá.

Muitos podem falar: “Mas seria traumatizante”, “Não tem sentido uma série para criança fazer isso”. Sim, poderia ser traumatizante mesmo, porém, mais traumático ainda, é as crianças passarem por isso na vida real, então, se o desenho retrata de forma tão humana e legal coisas do dia-dia das crianças, porque não falar sobre a morte? Convenhamos praticamente todas as crianças terão um “encontro” com a morte em um dado momento, então, não seria legal (e inteligente até), um desenho “prepará-las” para isso?

 O Doug (série) não me parecia ser apenas comercial, ela não era apelativa, era simples, bem direta até, ou seja, funciona perfeitamente como uma boa forma de “influência” as crianças, e os desenhos devem (deveriam) ter esse lado didático, então “nada melhor” do que matar o costelinha, para mostrar como esse fato é/será natural na vida dos pequenos espectadores. Quem tem (ou já teve) um animal de estimação querido durante a infância (ou mesmo já na fase adulta) sabe que a dor da morte é difícil, mas, que um dado momento você se recupera. Então, tenho certeza que o querido narigudo superaria também.


Saiba mais sobre Doug > http://meioorc.com/artigos/doug-funnie/

 "Os homens temem a morte como as crianças temem ir no escuro; e assim como esse medo natural das crianças é aumentado por contos, assim é o outro."  Francis Bacon

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A inabalável “cultura” da repulsa ao 24.


O ódio ao 24 surgiu com popularização do jogo do Bicho (criado em 1892) que dava ao simpático veado a responsabilidade de carregar este número pelo resto da sua vida. Com o passar dos tempos a fama do “veado” se espalhou, virou piada, ofensa e uma das mais imbecis formas de preconceitos que existem, maquiada pelo víeis do “humor”.


Ai alguma pessoa pode imaginar. Mas, qual a lógica disso? Não é apenas um número? Sim! Deveria. É evidente que a numerologia está presente na vida das pessoas (de quem acredita ou não), vide o “azarado” para alguns e “sortudo” para outros, número 13. Porém, nem o número da besta (666) é tão achincalhado como o coitado do 24.

No entanto, uma pessoa lúcida deve imaginar... “ahhh mas, é só brincadeira, ninguém leva isso a sério, qual a lógica de um número dizer ou não que uma pessoa é homossexual”... É “pessoa lúcida”, você está errado. E para isso eu pego como exemplo o esporte mais popular do país, o futebol. Na série A do nosso maior campeonato, 13 clubes (olha o 13 aí) usam números fixos (ou seja, do 1 ao 99), então, fazendo uma conta rápida 13 x 30 (média de jogadores em cada elenco) temos ai 390 jogadores!... E adivinha qual é o único número (do 1 ao 50) que não é usado? Adivinha? Claro! O nosso herói: 24!...

Mesmo assim, você pode pensar: “mas que bobagem, os jogadores não usam porque não querem ser taxados de gay, não querem ser 'zoados'”. Certo! É exatamente esse motivo. No entanto, vamos pensar a luz da lógica; Não tem lógica! O jogador vai ser “zoado” porque usa um número? Então agora fulaninho é ou não é gay (o que nem deveria ser ofensa, mas, isso é outro assunto), porque usa UM NÚMERO? “Ahh. Mas, isso é da nossa cultura”, diriam os sábios. Exato! Assim, como a escravidão já fez parte da “cultura” (se você não sabe o que é uma analogia, perdão!).

Vamos ver o que o dicionário fala sobre “ser homossexual”:

Diz-se da relação sexual ou afectiva mantida entre pessoas do mesmo sexo.

Estranho não menciona nada sobre o nosso querido número. Então vamos fazer uma recapitulação da “lógica do 24":

1 - Ele nasceu do Jogo do Bicho (que é ilegal)
2 – Ele cresceu da associação do homossexual ao Veado (que é preconceito)
3 – Ele se mantém devido a “cultura” da ojeriza ao número 24 (que é uma idiotisse)

E mesmo assim, em um âmbito PROFISSIONAL que deveria ser um exemplo para sociedade, NINGUÉM tem a coragem (ou maturidade) de usar este número, quebrando, de certa forma, os paradigmas acima. Motivo? “ele será zoado”. Evoluímos bastante, hein? Ou será que não saímos da 5° série ainda.



PS. O goleiro Cássio, campeão da Libertadores pelo Corinthians, jogou com a 24 porque era obrigado (pelo regulamento da Commebol) quando pode optar pela escolha dos números o Corinthians  (que possuí numeração fixa) optou por não usar o nosso "herói".

"A cultura não se herda, conquista-se." André Malraux

segunda-feira, 9 de julho de 2012

A espera dos 50 anos depois...


Em um 9 de julho de 1833 nasceu o maior poeta brasileiro da história, Joaquim de Souza Andrade ou Sousândrade, de quem tenho grande admiração. Desconhecido e pouco valorizado (ainda) no Brasil. Sousândrade cometeu um grande pecado em vida. Ousou!!!... pensou a frente do seu tempo, pensou progressivamente. Creio que quando Machado de Assis em seu Quincas Borba escreveu: “Ao vencedor as batatas”, pensou na figura de Sousândrade. Porém, não só as batatas, as pedras, os insultos, o esquecimento...Várias figuras injustiçadas na história do Brasil tiveram seu devido reconhecimento, sua “alforria”... Sousândrade, acho que ainda não... E sinceramente, creio que os “50 anos depois” ainda não chegaram... Guesa jamais será!!!...


Ouvi dizer já por duas vezes que o Guesa Errante será lido 50 anos depois; entristeci – decepção de quem escreve 50 anos antes.” (Sousândrade, 1877).

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Que voltem com as bigas!!!...


Desde os seus primórdios o MMA/UFC vem sendo criticado por não ser um esporte e sim uma “rinha humana”, “luta de bárbaros” e pela sua falta de civilidade, entre outros adjetivos. Os amantes da prática, se defendem, dizendo que todos os competidores são atletas, treinados e que tudo não passa de um esporte, onde o grande objetivo é vencer o adversário. Enfim, o tema central não é esse. (Só para constar, não, eu não acho que seja um esporte).

Mas, o fato que me chama atenção é a esperada luta entre Anderson Silva e Sonnen, esse combate, por uma boa jogada de marketing dos lutadores e da organização, se tornou um grande evento, aguça a curiosidade das pessoas e, principalmente, vem despertando o ódio. Vejo muitos fãs de Anderson Silva torcendo (de forma denotativa) para que ele machuque bastante o Sonnen, deixe ele em coma, outros até, para que ele o MATE (isso mesmo, MATE), claro, os últimos são minoria.

Porém, o fato ai é ver a que ponto chegamos, esse tipo de pensamento não faz acabar com qualquer argumento da “esportividade” do evento, convenhamos, as batalhas coliseu, onde um barbado deveria MATAR o outro, não podem ser considerados esporte, certo? E é isso que me preocupa, o objetivo geral é de um adversário vencer o outro, sem a necessidade do sadismo, do dolo.

Fico imaginando o Anderson Silva (de forma exagerada, é claro) espancando até a morte o Sonnen e as pessoas comemorando nas arquibancadas, em casa, ou mesmo em uma transmissão de TV. Isso pode acontecer, e se por acaso ocorra, não tira toda essência do que pode ser chamado de “esporte”? Ou a falta de humanidade se tornou “esporte”? A que ponto chegamos...Ou pior, de que ponto paramos de evoluir. E na boa, se é para involuir, que voltem com as corridas de bigas, seria bem mais divertido.


Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, no que respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta. Albert Einstein

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Uma breve história brasileira


Seu Marcelo é o representante da MAIORIA do povo...

Seu Marcelo não teve muita "sorte" na vida, não nasceu rico, trabalha desde cedo, estudou em escola pública, enfim, um típico brasileiro. Ele acorda cedo, pega seus dois busões (e um metrô, ou mesmo seu carro comprado em várias prestações). Vai para o trabalho onde fica 8h (às vezes até mais já que faz serão para ter uma renda extra)... Sai do trabalho às 18h, 19h...Enfim, pega ônibus lotado (e trânsito para voltar) ao chegar em casa, cansado, assiste o Jornal Nacional e depois a novela (para se "entrerter" um pouco). Ao ver o JN, fica indignado com a roubalheira e a situação do país, lhe causa revolta a desconforto. Mas, o que seu Marcelo pode fazer? No dia seguinte, é mais um dia de trabalho pela frente. No fim de semana, sábado ele dorme até tarde, faz os serviços da casa, assiste tv, filmes,etc. No domingo, futebol, beber com amigos. E na segunda...volta a rotina do trabalho...enfim, esse é Seu Marcelo...Mais um BURRO brasileiro..

Do outro lado temos o jovem Wanderson, ele teve mais sorte na vida. Estudou mais, também trabalhou, mas, por circunstâncias da vida, trabalha menos que Seu Marcelo, e tem mais acesso a informação (para seu Marcelo é um absurdo gastar 10R$ numa revista política; dinheiro que ele poderia usar na feira). Wanderson também conhece (e mais a fundo) os problemas no Brasil e o que ele faz para mudar? coloca a culpa no BURRO do Seu Marcelo, claro, a culpa é: “desse ignorante, que não sabe votar e não faz nada para mudar”, diz, Wanderson, mas, ele não...NÃO É MANIPULADO!...

E nessa história ainda tem Mauricio que é filho de papai, estuda em escola cara, tem acesso a tudo de “bom”, não trabalha. E... ODEIA o Brasil porque: “é um país de burros” (como Seu Marcelo), e o que ele faz para mudar? diz que a culpa é do Seu Marcelo... que, evidentemente, é burro...


Sim... nesta história ainda tem um fato interessante, Mauricio adora "besteiras" de internet (coisas da idade) como o Pânico na TV, por exemplo. Já Seu Marcelo (que é a maioria do povo brasileiro, certo?) nem sabe usar um mouse, e não gosta do Pânico na tv (o que ele chama de "essa besteira"). Mas, se alguma "polêmica" acontece na internet sobre esse programa (ou qualquer outro besteirol), Wanderson, diz que é culpa de SEU MARCELO, que é BURRO... pode???


E essa breve e até certo ponto “dramática” história, que vem sendo escrita a cada dia, e cada vez mais com mais força e vai criando o receptor passivo/responsável... até porque, a culpa é sempre do Seu Marcelo...


"Não é pra curar aids, cancer, a tecnologia é pro internauta trocar foto de pedofilia"... Facção Central (O homem estragou tudo)

terça-feira, 17 de abril de 2012

A GUERRA DO ABORTO E OS GUETOS NA INTERNET

Existem alguns textos na vida que você gostaria de ter escrito, da uma inveja de quem o fez. E esse que irei postar abaixo é um belo exemplo disso:

Por Rafael Rodrigues

Ontem, ao abrir meu twitter pela manhã, fui surpreendido por uma timeline recheada de tuites sobre o mesmo tema: aborto. Fui analisar o debate e pude perceber a existência de três trincheiras nesse campo de batalha: os pró-aborto, os contra e, obviamente, os trolls que sempre estão ali para tirar sarro de qualquer discussão existente na internet. Lendo os tuites fui percebendo algo que há tempos tenho visto na minha geração: uma proliferação em grande escala dos guetos nas comunidades virtuais.


Creio que há um engano na afirmação: “internet é um lugar onde procuramos conhecer pessoas de todas as culturas”. Isso não é verdade. A internet me parece muito mais uma extensão do nosso quintal de opiniões do que propriamente um lugar onde se conhece várias delas.

Por mais que as pessoas estejam num espaço onde há milhões de opiniões diferentes como a internet, elas sempre estarão mais propensas a procurar os de semelhante opinião e descartar os opositores. Por exemplo, se um cara de direita quiser estudar sobre o que é socialismo, ele irá procurar informações em sites como a Veja, Globo.com. Obviamente, as informações que ele obterá serão parciais, mas serão satisfatórias para quem procura. E assim os semelhantes vão se juntando e formando guetos na internet para partilharem assim dos mesmos pontos de vista.

O que isso significa? Significa que se o cara tiver um Twitter, ele só irá seguir pessoas que tenham a mesma opinião que ele. Significa que se ele tiver um Facebook, as páginas que ele vai curtir estarão intimamente ligadas com aquilo que ele acredita.

O problema desses guetos é a ilusão de que só porque a sua timeline está dizendo a mesma coisa referente ao mesmo assunto é porque a grande maioria da sociedade concorda com aquilo. Por exemplo, a pessoa é homofóbica e no seu twitter só segue gente que partilha dessa opinião. Certamente, essa pessoa terá a ilusão de que a sociedade inteira é homofóbica assim como ele.

Aí quando este rapaz sai para rua e encontra um homossexual, qual seria a reação lógica dele? Reprimir aquela pessoa, afinal, a sociedade em sua maioria concorda que a homossexualidade é errado (olhando assim não é difícil entender como uma pessoa sai em plena Avenida Paulista com uma lâmpada na mão para agredir um casal de homossexuais).

Ou seja, os guetos estão aí na internet mais para intensificar as suas convicções do que para dialogar com as diferentes opiniões. Por que tentar entender o outro lado se afinal é o nosso que está sempre certo?
E nessa ideologia os guetos se enfrentam, quebram pau e levam a briga pro octógono da internet: os trending topics. O que se vê ali é quase sempre uma briga de quem consegue subir a tag “mais forte” na esperança que “a voz do povo seja a voz de Deus”. E foi isso que eu vi no debate sobre o aborto. Nenhum dos lados queria ouvir o outro, apenas atacar. Os pró-aborto chamavam os anti-aborto de “religiosos babacas” e o inverso chamando-os de “assassinos”. Poucos ali estavam realmente dispostos a discutir a lei e ver quais seriam os benefícios e possíveis malefícios dela.

Estamos na época mais conservadora de nossa História.

Antigamente, por mais que nós tivéssemos opiniões diferentes do nosso vizinho, nós tínhamos que abrir concessões e nos adaptar aos códigos sociais que garantiam uma convivência amigável. Hoje, se você não quiser ouvir alguém basta dar unfollow e só ouvir aquilo que te convém. Não é necessário agir de forma amigável na internet – o que dá vazão a uma nova era de intolerância e desrespeito.

A internet nos ensinou a ter voz e esse foi o um passo importante para a Humanidade, resta agora aprendermos a ter ouvidos para ouvir a todos, principalmente aqueles que pensam diferente de nós.

FONTE: http://youpix.com.br/colunistas/a-guerra-do-aborto-e-os-guetos-na-internet/

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

NÃO É O BRASIL!!!

Recentemente (dia 19/01) o jornalista Carlos Nascimento fez um comentário sobre o “caso Luiza no Canadá” (ver aqui) no qual ele finaliza com “nós já fomos mais inteligentes”. Não sei se foi a sua intenção, mas, isso levou a uma onda de comentários (a seu favor) que classificavam o POVO BRASILEIRO como burro e fútil. Porém, espera ai... O que o POVO BRASILEIRO tem haver com esse caso?

Também não achei muito interessante esse “caso Luiza” (ver aqui), no entanto não classifico como idiota quem achou. Agora o que me assusta é a generalização. Como assim o POVO BRASILEIRO? Vamos aos fatos. Atualmente menos de 50% dos brasileiros tem acesso à internet, sendo que “apenas” 38% das pessoas acessam a web diariamente (fonte), ou seja, um número que apesar de grande não pode representar o BRASIL em geral. E também devemos levar em consideração que boa parte dos possuem acesso, não necessariamente se importam co m redes sociais e seus derivados... (muitos acessam devido ao trabalho, por exemplo).

O problema é que não é a primeira vez que isso ocorre. Qualquer viralização (modinha) da internet se torna “culpa” do Brasil ou algo que o representa, pode ser uma brincadeira, polêmica fútil, preconceito, opinião, etc. E isso pode criar uma situação mais grave. Tenho minhas duvidas se todo o país terá acesso pleno à internet (não interessa a quem governa, certo?). Então, será que a “vida útil da net” continuará representando o BRASIL? Muitos jornais já se pautam por ela (internet). Então quem não tem acesso continuará sendo apenas um receptor passivo (o que de certo modo já ocorria) e com um fator a mais, eles serão passivos/responsáveis, ou seja, não praticam a ação, porém levam a culpa.

Isso é preocupante fará com a internet, que deveria servir para agregar e informar, desagregue mais, torne o povo (de fato) um ser mais distante e vítima de generalização e estatísticas...E viva a hipocrisia dos “entendidos”...

“Maldita EXCLUSÃO digital”...   David J. C.