segunda-feira, 29 de março de 2010

Uma entrevista com deus [2].

Porém percebi uma coisa da qual ainda não havia me tocado, ele é onipresente! Então eu talvez não precisa-se encontrar um ser em especial, para encontra-lo era necessário apenas olhar para o lado, já que ele está em todo lugar. E eu fui perceber isso logo numa rua movimentada, quer dizer, todos que estavam ali poderiam ser ele, ou eram, e isso me deixa bem perturbado, porém trás um pouco de esperança de fazer a entrevista. Então pensando dessa forma e vendo todas as opções, eu já começava a acreditar em deus. E sendo assim, o que eu poderia fazer, perguntar a um por um se ele é deus? Mas se eles podem ser ele, porque eu também não poderia, a sua onipresença não é bem exemplificada, se é algo exterior e material ou interior e imaterial, e se for assim, ele poderia estar dentro de mim, ser uma parte presente, ou criada, pertecente a todo ser humano. É confuso e uma reviravolta tamanha, mas não deixa de ser uma forma de pensar e tentar terminar, ou conseguir respostas. Porém creio que os deuses que esperam por essa entrevista não pensam dessa forma. A não ser que esses deuses tenham sido indicados por ele, o que não iria me deixar surpreso, visto o poder que eles possuem.

É verdade que ele pode até ser onipresente, e ser, mesmo não sendo, exatemente o que pensam que ele é. E também é fato que isso parece uma filosofia barata (de forma alguma nilista), mas não deixa de ter sua coerência, se você realmente entender o que ele é. No entanto, mesmo sendo onipresente, eu ficarei sem saber quem, ou quais, ele representa, se o Deus Cristão ocidental ou oriental, Judeu, mulçumano, espirita, protestante, olorum ou até Odin, etc. Talvez aí esteja também contido outro sentido de sua onipresença e até onipotência, mas principalmente onisciencia imposta, por ele poder ser todos eles, e ao mesmo tempo, nenhum. Tudo vai de acordo com o que você acredita ou em que você quer fazer os outros acreditarem e aceitarem. Isso prova que realmente, mesmo muitos dizendo o contrário, deus é bom!, já que tudo o que nos é conveniente é bom. Acho que nem preciso me utilizar de lógica para explicar isso.

Será que essa forma de pensar é pecado. Mas e o que é pecado? Realmente existem graus diferentes de pecados, ou de pessoas, eu particularmente acho que de pessoas, os pecados podem ser os mesmos, porém as pessoas não, deus instituiu isso, assim como todos temos “direitos iguais”, mas alguns são mais iguais que os outros, todos pecamos da mesma forma, mas uns são mais pecadores que os outros, digamos que já nasceram assim, Deus instituiu isso (ou será que foi Calvino). E por isso eles são (e talvez seram) levados ao juízo de formas diferentes, e creio eu que ao fim de tudo, todos os pecados são “capitais”.


trecho do livro (inacabado), uma entrevista com deus, de minha autoria.


"Eu tenho tanta autoridade quanto o Papa. Eu só não tenho tantas pessoas que acreditam nisso".
George Carlin.