segunda-feira, 30 de junho de 2014

A Copa & eu


Um inglês, um japonês, dois gregos e alguns costarriquenhos e brasileiros entram no banheiro. O que está acontecendo? ...Não! Não é uma suruba ou a introdução de uma piada sem graça, é Copa do Mundo!.  A cena descrita é apenas uma das várias que me marcou em um dos momentos mais legais nos meus 23 anos de história, que foi assistir a um jogo de Copa do Mundo no Estádio (no caso, Arena Pernambuco).

Desde o momento em que sai de casa, às 14h30, até às 20h em que cheguei. Tinha apenas um objetivo em mente: Curti o máximo possível da experiência. Então, por isso, não havia melhor opção de interação do que o metrô. E, como esperado, foi bem legal. Desde a ida, no vagão, ouvindo as histórias de um grego muito louco (figuraça) até o momento de pegar o ônibus (integração) até o Estádio e começar a sentir o clima de um jogo de verdade, ou seja, tome batuque no busão... e “vamos!!!...vamos!!! Ticos!”... 

No campo você começa a sentir a dimensão da grandeza do evento quando vê duas pessoas de CINGAPURA para acompanhar o jogo. É uma espécie de Torre de Babel horizontal com um gramado no meio. Sobre a organização, pouco o que se criticar (talvez a lama devido a chuva ou a falta de troco na barraca de cerveja). E também, como crítica, fica aquele “gosto” de que em jogos nacionais pudéssemos ter algo parecido (em relação a estrutura). 

Mas. Enfim. Vamos ao jogo. Ou melhor, o jogo não, que a partida (Costa Rica x Grécia) só terá graça lá pelo final...Então, vamos ao clima dentro do Estádio. Que, no primeiro tempo, tirando uma ou outra “ola” foi bem chato (no início), admito. Acreditem o “euuuu sou brasileiro... com muito orgulhoooo... com muito amooorrr”... consegue ser mais chato pessoalmente. 

Para o segundo tempo a pedida foi emoção, por isso, em um ato de “rebeldia” (não façam isso em casa, crianças), sai do meu local (setor 3 na parte superior do estádio) e fui, “no jeitinho brasileiro”, para parte inferior (o setor mais caro) assistir o jogo mais de perto e acompanhar dentro da torcida, da Costa Rica, claro. E esse momento posso dividir em 3 atos. 

1° A festa – Do Gol da Costa Rica. Sensacional todos os momentos. Que mostra que, dentre várias coisas universais a comemoração (e emoção) de um gol é uma das mais forte (se Kant tivesse ido por esse caminho talvez tivesse mais sorte). Isso sem contar que, ao estar no campo de jogo algumas coisas ficam mais claras, como a desolação do goleiro, a irritação (e briga) dos (defensores) gregos ou a oração reservada do rapaz no banco da Costa Rica. 

2° A tensão – Com o gol da Grécia. E não poderia ser de forma mais tensa. Aos 46 do segundo tempo. No mesmo momento olhei para o lado e vi os Costarriquenhos meio que como pensassem: “Estamos sonhando? Como assim. Foi tudo um sonho. Acabou?”. Mesmo o time não tendo perdido, senti que a confiança (até aquele momento inabalada) havia dado um tempo. Até que, lá pela prorrogação começaram a puxar um “si, se puede!... si, se puede!... No gol da Grécia também vale uma menção aos brasileiros que, em sua maioria, torceram para Costa Rica, mas, comemoraram (efusivamente) o gol grego. Não comemorei, no entanto entendi perfeitamente, neutro aos times, nós queríamos mais uns 30 minutos de Copa em nossa terra... 

3° - O desfecho e o heroi – ... E como valeu a pena, não os 30 minutos de um futebol mais ou menos na prorrogação, mas os pênaltis. Ahhh os pênaltis... Em dado momento, mesmo neutro, me peguei tremendo e, claro, tenso, junto aos meus novos amigos costarriquenhos. Difícil definir esse sentimento. Mas, tinha confiança que o Navas pegaria pelo menos um. E dito e feito!... ele pegou, à Costa Rica fez e conseguiu fazer história... lágrimas se misturavam com risos e cerveja jogada pra cima... A minha “mais nova pátria” (pelo menos por 120 minutos) havia feito história. Mas, admito, que após todo o ocorrido bate aquele desejo de “poooxa. Os dois poderiam vencer e todo mundo saia fez do estádio”. Ledo engano. Ao sair, gregos, alemães, ingleses, costarriquenhos, brasileiros, etc... festejavam, zoavam, riam, talvez sabendo que, o mais importante ali não era apenas o resultado e sim a história sendo. Teve Copa!... vai deixar saudades. Mas, valeu cada minuto... ...

Então. SI, SE PUEDE!!!