quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Futebol, política e heróis.

O futebol sempre foi, e é, veículo político, no Brasil mesmo vale lembrar à época da ditadura militar onde existia um velho ditado: “onde a Arena (partido da ditadura) vai mal, mais um time no nacional”, isso, entre outra "intervenções".

Mas evidente que não apenas no Brasil existem esses tipos de caso, e por isso, usarei esse post para citar alguns exemplos:

O nazismo e a bola

O futebol alemão caminhou de braços dados com o regime de Hitler. Lançado em 2005, o livro Fussball Underm Hakenkreuz (“O Futebol sob a Suástica”, sem versão em português) dissecou a colaboração da federação alemã e de quase todos os clubes com o governo nazista. A conclusão: apenas o Bayern de Munique, que tinha fama de “clube dos judeus” por acolher atletas perseguidos, não se engajou no projeto nazista. Seu presidente, Kurt Landauer, chegou a ir para um campo de concentração. Mas ele era exceção. O técnico Sepp Herberger, por exemplo, se associou ao Partido Nazista em 1933 e assumiu a seleção em 1937. Continuou no cargo mesmo após a guerra – e foi campeão mundial em 1954.

A Copa dos quartéis

A ditadura militar que se instalou na Argentina, em 1976, tomou conta também da copa de 1978. Encarregado da organização, o general Omar Actis foi morto num atentado atribuído ao almirante Carlos Alberto Lacoste, seu substituto no cargo. Entre ameaças de boicote (a única concretizada foi do holandês Cruyff), a copa foi realizada e terminou em polêmica: após a Argentina vencer o Peru por 6 a 0, surgiram denúncias de suborno que envolveriam o envio de 35 milhões de toneladas de grãos ao país rival.

Xeque executivo

Como presidente da federação do Kuwait, o xeque Fahid Al-Ahmad Al-Sabah entrou para a história do futebol ao invadir o gramado e forçar o árbitro a anular um gol da França contra sua equipe na Copa de 1982. Seu fim viria pela vingança de um ditador. Em 1990, Saddam Hussein invadiu o Kuwait e, por isso, o Iraque foi banido do Comitê Olímpico Internacional. Em represália, Saddam ordenou a tomada do Comitê Olímpico do Kuwait, do qual Fahid também era presidente, e matassem quem lá estivesse. O xeque, inclusive.

Mais que um clube

Ou “més que un club” (em catalão), esse é o lema do Barcelona, e representa o sentimento de sua torcida para com o time que sempre foi uma espécie de braço armado da luta política contra o centralismo de Madrid, representado pela ditadura franquista.

O nazismo e o Herói

Matthias Sindelar, foi o maior jogador da Austria, e se recusou a participar da copa de 1938, quando a Austria foi unificada com a Alemanha, o que já causou a irá dos nazistas. Principalmente que há alguns anos antes em um amistoso entre Austria e Alemanha, ele marcou um gol que deu a vitória a seu país, desobedescendo ao acordo de empate para a partida, e pior, comemorou efusivamente frente aos líderes nazistas que estavam no estádio. Sindelar seria encontrado morto em 1939, com a namorada, Camilla Castagnola, em Viena. O veredicto oficial concluiu que a morte de ambos fora acidental: ambos teriam se asfixado por monóxido de carbono - algo comum na época - enquanto dormiam. Entretanto, a morte repentina do astro também gerou rumores de que teria sido assassinado pelos nazistas, o que ganhou força após posterior divulgação de que Sindelar estava sendo investigado pela Gestapo.


"Levei 4 gols, mas salvei 11 vidas." Antal Szabo


Antal Szabo era o goleiro húngaro na derrota por 4 a 2 para a Itália na final da Copa de 1938. Antes da partida, repetindo o que fez na final de 1934, o ditador fascista italiano Benito Mussolini mandou aos jogadores de sua seleção a sinistra mensagem “Vençam ou morram”. E ele não falava em sentido figurado.


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