Terminado o segundo turno das
eleições de 2012, tenho a audácia de fazer uma breve análise sobre as eleições.
Até porque se o Merval (ou Merdal) pode, por que eu não?
Bem ou mal, o PT sai mais forte
dessas eleições, direta e indiretamente, governará a maior parcela da população
(em relação a prefeituras) e de “bônus” terá a “jóia da coroa”, São Paulo, e
cidades importantes no Estado, além de que, dos grandes (considerando o PSB um
grande) é o segundo partido a ter um maior crescimento. Ou seja, negar a
vitória do PT é um erro tremendo, é como diz o ditado “a negação é o primeiro
sintoma de culpa”. Porém, de alerta para o PT vale o enfraquecimento no
Nordeste, onde elegeu o prefeito apenas de uma capital, Luciano Cartaxo, em João Pessoa ; e onde
amargou derrotas importantes em Fortaleza e principalmente Recife e Salvador.
Porém
o crescimento do PT só não chega próximo ao do PSB, que governará o maior
número de capitais e o 2° maior número de eleitores (a frente do PMDB), com
vitórias importantes e estratégicas como em Recife, Fortaleza e Belo Horizonte,
onde foi mostrada a força de Eduardo Campos, dos irmãos Gomes e de uma
interessante parceria com Aécio Neves, respectivamente.
No PSDB a se comemorar apenas o
número de cidades grandes governadas, onde entre as 85 maiores, os tucanos irão
gerir 15. O que acaba não querendo dizer muito com a derrota emblemática do
“serrismo” em São Paulo ,
por sinal, vale muito à pena ver a avaliação do lúcido vereador, Mário Covas
Neto (do PSDB) sobre os motivos da derrota de Serra. A se comemorar apenas a
vitória de ACM Neto, tá, ele é do DEM, mas, acaba sendo importante para o PSDB
(a quem fale em uma troca de partido), e o surgimento de figuras novas na
legenda, como Daniel Coelho em Recife, Rui Palmeira em Maceió e Zenaldo
Coutinho em Belém, os dois últimos eleitos. Já as eleições dos desgastados
Arthur Vigilio e com Firmino Filho no “cural eleitoral” de Teresina onde o
partido já governa a mais de 20 anos (curiosamente Teresina tem o 2° pior IDH
entre as capitais), pouco representam para o partido.
Mas, e o que isso representa para
oposição e situação em 2014. Para o PT, como falei o sentimento de vitória, já
que, além do seu próprio crescimento, houve o do PSB (ainda da base aliada), e
com a eleição de Haddad em
São Paulo , ainda manterá firme o importante apoio do PMDB e
agora, provavelmente, contará com o apoio integral “novo” (e importante) PDS,
além de ter trazido para o “seu lado”, o ex-tucano Gustavo Fruet, hoje no PDT e
eleito prefeito em
Curitiba. Então , mantendo a base e sem nenhuma surpresa
interna (no caso, uma candidatura do PSB de Eduardo Campos) o PT segue com
total favoritismo para as eleições de 2014, tendo como único grande desafio
eleger o governador de São Paulo.
Para a oposição PSDB/DEM, fica a
prova, diria até a necessidade, de renovar os quadros e principalmente o
discurso, porque se não, perderá a força de principal oposição para partidos
que hoje compõem a base aliada do governo. E mudar o discurso significa que,
não adianta a oposição “bater no mensalão” (“trunfo” usado em 2006, 2008, 2010
e agora, em 2012), negar os avanços e programas importantes do governo PT e a
importância da figura do ex-presidente Lula. Essa “dicotomia” de bom x mau, não
adianta mais, prova disso é que o PT venceu o PSDB em TODAS as principais
disputas diretas entre os dois partidos. Tanto que, a “oposição” que mais
cresce ao PT no Brasil é o PSB (e alguns quadros do PDS) que não atacam
diretamente o PT ou negam sua importância (como feito em Recife e Fortaleza),
apenas se colocam como uma opção nova para resolver o que o PT não consegue ou
conseguiu. Além disso, não adianta para a oposição “ser vista” com figurar
tidas como “reacionárias”, o conservadorismo cada vez perde mais força no país.
Então, se continuar assim sobrará para o PSDB/DEM apenas a companhia dos
nocivos PR e PMB (novo Partido Militar Brasileiro) além do confuso PPS. E por
fim, creio que essas eleições (claro, com algumas exceções) acabam de vez com o
“risco Collor”, ou seja, um candidato “boa pinta”, progressista e caçador de
marajás pode/poderá voltar a fazer sucesso no país.
"Na vida a gente não sobe de salto alto"
Dilma Rousseff
"Na vida a gente não sobe de salto alto"
Dilma Rousseff
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