Tecnicamente este é o final. Gostaria de dizer que já descobri “quem está aí”, que já administrei meus medos e, principalmente, controlei, em um yin-yang harmônico, a nostalgia com a ansiedade. Mas, não. A única coisa que consegui foi destravar alguns atalhos do tempo. Talvez (lembram?) antecipar algumas situações e atrasar outras, apenas para relativizar a agonia do dia-dia.
É difícil concluir algo que não
se conclui. Colocar um ponto final em algo que você nem sabe como começou,
seguir o tempo sem esbarrar com a nostalgia, ansiedade e, consequentemente, o
medo.
Quando falo de “tempo”, falo de momento, do hoje, do agora. Diferente do ontem e do amanhã, já citados anteriormente, ele não é mau, ele não nos engana e muitos menos cria perspectiva. O tempo é o nosso amigo fiel, estará conosco para sempre, onipresente, na maioria das vezes esquecido. É interessante pensar que algo tão importante, algo que, em tese, rege nossa vida, é tratado de forma coadjuvante, insignificante.
O tempo está lá e a gente sabe disso. Então, por sabermos que ele não nos abandonará, o colocamos em segundo plano, talvez, encantados pelo canto da sereia que a ansiedade nos traz, ou iludidos, com a nostalgia que nos atormenta.
Porém, por mais fiel que possa
ser, o tempo é efémero e aos poucos, sem que, às vezes, notarmos, ele vai se
distanciando, vai cansando de ser mal tratado, até que chega um momento em que
olhamos para os lados e apenas conseguimos enxerga-lo ao longe. O tempo não é
mau, ele, apenas, não é eterno. Na verdade, ele é bom demais para ser isso.
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É o verbo...