quarta-feira, 4 de julho de 2012

Que voltem com as bigas!!!...


Desde os seus primórdios o MMA/UFC vem sendo criticado por não ser um esporte e sim uma “rinha humana”, “luta de bárbaros” e pela sua falta de civilidade, entre outros adjetivos. Os amantes da prática, se defendem, dizendo que todos os competidores são atletas, treinados e que tudo não passa de um esporte, onde o grande objetivo é vencer o adversário. Enfim, o tema central não é esse. (Só para constar, não, eu não acho que seja um esporte).

Mas, o fato que me chama atenção é a esperada luta entre Anderson Silva e Sonnen, esse combate, por uma boa jogada de marketing dos lutadores e da organização, se tornou um grande evento, aguça a curiosidade das pessoas e, principalmente, vem despertando o ódio. Vejo muitos fãs de Anderson Silva torcendo (de forma denotativa) para que ele machuque bastante o Sonnen, deixe ele em coma, outros até, para que ele o MATE (isso mesmo, MATE), claro, os últimos são minoria.

Porém, o fato ai é ver a que ponto chegamos, esse tipo de pensamento não faz acabar com qualquer argumento da “esportividade” do evento, convenhamos, as batalhas coliseu, onde um barbado deveria MATAR o outro, não podem ser considerados esporte, certo? E é isso que me preocupa, o objetivo geral é de um adversário vencer o outro, sem a necessidade do sadismo, do dolo.

Fico imaginando o Anderson Silva (de forma exagerada, é claro) espancando até a morte o Sonnen e as pessoas comemorando nas arquibancadas, em casa, ou mesmo em uma transmissão de TV. Isso pode acontecer, e se por acaso ocorra, não tira toda essência do que pode ser chamado de “esporte”? Ou a falta de humanidade se tornou “esporte”? A que ponto chegamos...Ou pior, de que ponto paramos de evoluir. E na boa, se é para involuir, que voltem com as corridas de bigas, seria bem mais divertido.


Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, no que respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta. Albert Einstein

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Uma breve história brasileira


Seu Marcelo é o representante da MAIORIA do povo...

Seu Marcelo não teve muita "sorte" na vida, não nasceu rico, trabalha desde cedo, estudou em escola pública, enfim, um típico brasileiro. Ele acorda cedo, pega seus dois busões (e um metrô, ou mesmo seu carro comprado em várias prestações). Vai para o trabalho onde fica 8h (às vezes até mais já que faz serão para ter uma renda extra)... Sai do trabalho às 18h, 19h...Enfim, pega ônibus lotado (e trânsito para voltar) ao chegar em casa, cansado, assiste o Jornal Nacional e depois a novela (para se "entrerter" um pouco). Ao ver o JN, fica indignado com a roubalheira e a situação do país, lhe causa revolta a desconforto. Mas, o que seu Marcelo pode fazer? No dia seguinte, é mais um dia de trabalho pela frente. No fim de semana, sábado ele dorme até tarde, faz os serviços da casa, assiste tv, filmes,etc. No domingo, futebol, beber com amigos. E na segunda...volta a rotina do trabalho...enfim, esse é Seu Marcelo...Mais um BURRO brasileiro..

Do outro lado temos o jovem Wanderson, ele teve mais sorte na vida. Estudou mais, também trabalhou, mas, por circunstâncias da vida, trabalha menos que Seu Marcelo, e tem mais acesso a informação (para seu Marcelo é um absurdo gastar 10R$ numa revista política; dinheiro que ele poderia usar na feira). Wanderson também conhece (e mais a fundo) os problemas no Brasil e o que ele faz para mudar? coloca a culpa no BURRO do Seu Marcelo, claro, a culpa é: “desse ignorante, que não sabe votar e não faz nada para mudar”, diz, Wanderson, mas, ele não...NÃO É MANIPULADO!...

E nessa história ainda tem Mauricio que é filho de papai, estuda em escola cara, tem acesso a tudo de “bom”, não trabalha. E... ODEIA o Brasil porque: “é um país de burros” (como Seu Marcelo), e o que ele faz para mudar? diz que a culpa é do Seu Marcelo... que, evidentemente, é burro...


Sim... nesta história ainda tem um fato interessante, Mauricio adora "besteiras" de internet (coisas da idade) como o Pânico na TV, por exemplo. Já Seu Marcelo (que é a maioria do povo brasileiro, certo?) nem sabe usar um mouse, e não gosta do Pânico na tv (o que ele chama de "essa besteira"). Mas, se alguma "polêmica" acontece na internet sobre esse programa (ou qualquer outro besteirol), Wanderson, diz que é culpa de SEU MARCELO, que é BURRO... pode???


E essa breve e até certo ponto “dramática” história, que vem sendo escrita a cada dia, e cada vez mais com mais força e vai criando o receptor passivo/responsável... até porque, a culpa é sempre do Seu Marcelo...


"Não é pra curar aids, cancer, a tecnologia é pro internauta trocar foto de pedofilia"... Facção Central (O homem estragou tudo)

terça-feira, 17 de abril de 2012

A GUERRA DO ABORTO E OS GUETOS NA INTERNET

Existem alguns textos na vida que você gostaria de ter escrito, da uma inveja de quem o fez. E esse que irei postar abaixo é um belo exemplo disso:

Por Rafael Rodrigues

Ontem, ao abrir meu twitter pela manhã, fui surpreendido por uma timeline recheada de tuites sobre o mesmo tema: aborto. Fui analisar o debate e pude perceber a existência de três trincheiras nesse campo de batalha: os pró-aborto, os contra e, obviamente, os trolls que sempre estão ali para tirar sarro de qualquer discussão existente na internet. Lendo os tuites fui percebendo algo que há tempos tenho visto na minha geração: uma proliferação em grande escala dos guetos nas comunidades virtuais.


Creio que há um engano na afirmação: “internet é um lugar onde procuramos conhecer pessoas de todas as culturas”. Isso não é verdade. A internet me parece muito mais uma extensão do nosso quintal de opiniões do que propriamente um lugar onde se conhece várias delas.

Por mais que as pessoas estejam num espaço onde há milhões de opiniões diferentes como a internet, elas sempre estarão mais propensas a procurar os de semelhante opinião e descartar os opositores. Por exemplo, se um cara de direita quiser estudar sobre o que é socialismo, ele irá procurar informações em sites como a Veja, Globo.com. Obviamente, as informações que ele obterá serão parciais, mas serão satisfatórias para quem procura. E assim os semelhantes vão se juntando e formando guetos na internet para partilharem assim dos mesmos pontos de vista.

O que isso significa? Significa que se o cara tiver um Twitter, ele só irá seguir pessoas que tenham a mesma opinião que ele. Significa que se ele tiver um Facebook, as páginas que ele vai curtir estarão intimamente ligadas com aquilo que ele acredita.

O problema desses guetos é a ilusão de que só porque a sua timeline está dizendo a mesma coisa referente ao mesmo assunto é porque a grande maioria da sociedade concorda com aquilo. Por exemplo, a pessoa é homofóbica e no seu twitter só segue gente que partilha dessa opinião. Certamente, essa pessoa terá a ilusão de que a sociedade inteira é homofóbica assim como ele.

Aí quando este rapaz sai para rua e encontra um homossexual, qual seria a reação lógica dele? Reprimir aquela pessoa, afinal, a sociedade em sua maioria concorda que a homossexualidade é errado (olhando assim não é difícil entender como uma pessoa sai em plena Avenida Paulista com uma lâmpada na mão para agredir um casal de homossexuais).

Ou seja, os guetos estão aí na internet mais para intensificar as suas convicções do que para dialogar com as diferentes opiniões. Por que tentar entender o outro lado se afinal é o nosso que está sempre certo?
E nessa ideologia os guetos se enfrentam, quebram pau e levam a briga pro octógono da internet: os trending topics. O que se vê ali é quase sempre uma briga de quem consegue subir a tag “mais forte” na esperança que “a voz do povo seja a voz de Deus”. E foi isso que eu vi no debate sobre o aborto. Nenhum dos lados queria ouvir o outro, apenas atacar. Os pró-aborto chamavam os anti-aborto de “religiosos babacas” e o inverso chamando-os de “assassinos”. Poucos ali estavam realmente dispostos a discutir a lei e ver quais seriam os benefícios e possíveis malefícios dela.

Estamos na época mais conservadora de nossa História.

Antigamente, por mais que nós tivéssemos opiniões diferentes do nosso vizinho, nós tínhamos que abrir concessões e nos adaptar aos códigos sociais que garantiam uma convivência amigável. Hoje, se você não quiser ouvir alguém basta dar unfollow e só ouvir aquilo que te convém. Não é necessário agir de forma amigável na internet – o que dá vazão a uma nova era de intolerância e desrespeito.

A internet nos ensinou a ter voz e esse foi o um passo importante para a Humanidade, resta agora aprendermos a ter ouvidos para ouvir a todos, principalmente aqueles que pensam diferente de nós.

FONTE: http://youpix.com.br/colunistas/a-guerra-do-aborto-e-os-guetos-na-internet/

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

NÃO É O BRASIL!!!

Recentemente (dia 19/01) o jornalista Carlos Nascimento fez um comentário sobre o “caso Luiza no Canadá” (ver aqui) no qual ele finaliza com “nós já fomos mais inteligentes”. Não sei se foi a sua intenção, mas, isso levou a uma onda de comentários (a seu favor) que classificavam o POVO BRASILEIRO como burro e fútil. Porém, espera ai... O que o POVO BRASILEIRO tem haver com esse caso?

Também não achei muito interessante esse “caso Luiza” (ver aqui), no entanto não classifico como idiota quem achou. Agora o que me assusta é a generalização. Como assim o POVO BRASILEIRO? Vamos aos fatos. Atualmente menos de 50% dos brasileiros tem acesso à internet, sendo que “apenas” 38% das pessoas acessam a web diariamente (fonte), ou seja, um número que apesar de grande não pode representar o BRASIL em geral. E também devemos levar em consideração que boa parte dos possuem acesso, não necessariamente se importam co m redes sociais e seus derivados... (muitos acessam devido ao trabalho, por exemplo).

O problema é que não é a primeira vez que isso ocorre. Qualquer viralização (modinha) da internet se torna “culpa” do Brasil ou algo que o representa, pode ser uma brincadeira, polêmica fútil, preconceito, opinião, etc. E isso pode criar uma situação mais grave. Tenho minhas duvidas se todo o país terá acesso pleno à internet (não interessa a quem governa, certo?). Então, será que a “vida útil da net” continuará representando o BRASIL? Muitos jornais já se pautam por ela (internet). Então quem não tem acesso continuará sendo apenas um receptor passivo (o que de certo modo já ocorria) e com um fator a mais, eles serão passivos/responsáveis, ou seja, não praticam a ação, porém levam a culpa.

Isso é preocupante fará com a internet, que deveria servir para agregar e informar, desagregue mais, torne o povo (de fato) um ser mais distante e vítima de generalização e estatísticas...E viva a hipocrisia dos “entendidos”...

“Maldita EXCLUSÃO digital”...   David J. C.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Ser revolucionário não é genético!


“Ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética”. Pobre Che Guevara... Se soubesse o mal que essa sua frase causou. Claro, a revolução é algo justo, necessário e que deve ter a participação dos jovens. Porém, o jovem deve por “questões genéticas” ser “revolucionário”? Sinceramente, não. Para muitos (não todos, é claro) mais vale um jovem se politizando, entendendo o meio que vive do que um “revolucionário de piscina” (como tão mal definem).

Enfim, mas vamos ao objetivo desse post. A frase de Che é importante, dentro do seu contexto histórico, mas, atualmente, nem tanto. Ela cria a falta impressão (infelizmente seguida por muitos) de que: “Você é jovem, logo: você DEVE ser revolucionário”. Sem levar em consideração perspectiva de futuro e realidade social que vive. Enfim, tem que “revolucionar” de qualquer jeito, seja nas ruas ou em uma comunidade do Orkut.   

É complicado fazer qualquer perspectiva estatística, mas, muito provavelmente 80% dos jovens que participam de protestos, grupos estudantis, UNE, JS’s, etc. Poucos entendem de política, alguns até possuem bons sentimentos, mas, não contribuem para mudança de verdade. O importante é “apenas”, “ter seu grupo”, “estar no meio” é mais ou menos o “descolado” (aquele que na 4° série escrevia com caneta) ou pior, o importante é ser um novo Lênin, Mao, Che ou até (pasmem) Stalin (tá Hitler também, ahaha), é: “Ser um líder que vai levar o Brasil ao lugar que ele merece” (E depois desligar o PS3, evidente). E o fato mais “triste” de tudo é que a grande maioria deixa o espírito “revolucionário” quando fica mais velhos (a “responsabilidade chega né?”), não generalizando, porém, em muitos passa aquela velha impressão de que “meu pai paga eu posso ser revolucionário”. Enfim. Parece que a revolução não é “geneticamente adulta”, pra que maturidade no pensamento quando temos “a pureza da resposta das crianças”, não é verdade?

E vamos fatos. Acabou a Ditadura Militar no Brasil e o que restou? Os nostálgicos que não viveram aquela época, mas, acham que estão em estado de confronto com o Estado (Abaixo a Ditadura! viva a anarquia comunista consumista que nos consome!). E o que acontece? Sempre (ou quase) os mesmos protestos, as mesmas reinvidicações e os mesmos resultados. Como disse, sou a favor de protestos (vou generalizar, revoluções), mas as revoluções devem ser permanentes (e o pior é que eles ainda se dizem Trotskistas, pode?) elas devem de fato mudar, devem (no sistema atual) ser silenciosas, até porque quem “grita” é a nossa “amiga” “grande mídia” (e vai ser assim por muito tempo) deve seguir uma pedagogia crítica (Educação “comunistas”! Educação! é sempre um bom caminho) que: reconheça conexões entre seus problemas individuais, experiências e o contexto social em que eles estão imersos." (via Wikipédia. Ahahaha), É isso, a revolução deve/deveria ser lenta, colaborativa e “sem rostos”, sem mídia (sem máscara de palhaço também) e claro, sem resultados instantâneos, ao invés de “apenas” gritar na rua por “direitos iguais”, vá à casa de alguém e ensine a ela que ela tem o direito de ter direito, acredite, seria mais produtivo. É, no entanto é complicado, até porque “revolução silenciosa e eficaz” não dá, prestígio, cargo político, não é?


"A massa não é apenas objeto da ação revolucionária; é, sobretudo sujeito".
Rosa Luxemburgo