Um dos principais enigmas do cinema é o que significa a palavra "rosebud" no filme Cidadão Kane. De todas as teorias a mais aceita é a de que "rosebud" representa o trenó da infância de Charles Foster Kane. Pois bem, podem todos os críticos de cinema, Orson Welles, William Randolph Hearst (que digamos, era o Cidadão Kane na vida real) ou até et's invadirem a terra para tentarem me provar que realmente o trenó é "rosebud" que mesmo assim eu não irei acreditar.
Então vamos a minha simples visão sobre o filme. Para mim, "rosebud" é o que a bola de vidro que cai da mão de Charles Kane antes de sua morte e representa, no caso, sua infância (assim como possivelmente o trenó). Porém eu não acredito que seja o trenó, por não haver uma representação real dos sentimentos de Kane, e sim, algo imagético, a bola de vidro remete a ele apenas a lembrança de seu passado com seus pais na pensão da Sra. Kane, então a importância não está no objeto em si, e sim no sentimento que o mesmo traz a ele, até porque dentro da bola de vidro existe um local semelhante ao da sua feliz (talvez esteja aí o único momento de real felicidade de Kane) infância que é a de um local coberto de neve com uma simples casinha ao centro. Além disso, não era comum a Kane demonstrar seus sentimentos em público, e por isso, praticamente ninguém dentro do filme, sabia o real significado da palavra. O trenó é a indicação do local, ele pertencia a um local, no caso, "rosebud", mesmo local ao qual pertencia Kane. Local esse que o Cidadão Kane nunca queria ter saído ou queria ir após a morte (aí já é outro enigma).
"se eu não fosse tão rico...poderia ter sido um grande homem". Cidadão Kane.
ps: se você quiser ler mais sobre o assunto abaixo vai o link de um bom texto que fala a respeito.
porém antes de tudo, assista o filme (se caso nao assistiu é claro). Excelente filme por sinal.
http://www.lainsignia.org/2005/febrero/cul_014.htm
Por falar em cinema e excelente filme, fica a minha menção honrosa a, V de Vingança, ótimo filme que assisti recentemente e pretendo ver de novo o mais rápido possível. Excelente!
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
domingo, 15 de novembro de 2009
Só acredito vendo! será?
Ontem (dia 14/11) assistindo ao filme Reencarnação, que por sinal eu não indico, muito fraco!, mas mesmo assim algo me chamou a atenção em sua história, onde um garoto de 10 anos diz ser a reencarnação do marido da personagem principal, claro ninguém acredita, porém o garoto de forma espantosa consegue lembrar tudo sobre sua vida suposta vida passada, no caso, no corpo de outra pessoa, a esposa até começa a aceitar sua versão, porém, muitos continuam sem acreditar, mesmo com tantas provas para o fenômeno. E esse ponto que me chamou a atenção, será que nós, pessoas "lúdicas" acreditaríamos? será que não buscaríamos alguma resposta plausível na ciência para tentar explicar algo supostamente sobrenatural.
Muitos de nós (e eu me considero um) costumamos dizer à lá de São Tomé que: "só acredito vendo." Será mesmo? além do exemplo anterior, posso citar outros como:
existe um certa discussão se existe ou não Et's, tá não vou entrar nesse mérito, porém vamos supor que existam, e uma pessoa "lúdica" encontra um em sua frente, provavelmente, dependendo da aparência do ser, ficará com medo e fugirá, ok, porém ao chegar em casa, creio eu que, tentará de alguma forma achar uma resposta coerente, que fuja do fenomenal para aquele caso, tipo, "há foi por causa do sono, tô vendo coisas", "ultimamente eu estou um pouco estranho(a) mesmo, vendo coisas e tudo mais (mesmo sem isso ser verdade)" ou "isso foi alguma peça (ou pegadinha) que alguém me pregou." Enfim, se arrumará uma série de respostas para o possível fenômeno, talvez ele só passe a acreditar que viu mesmo, quando isso já se tornar notório para maioria das pessoas, talvez quando a tv noticiar. E esse exemplo ainda levanta outra questão, normalmente pessoas mais influenciáveis, chamadas por muitos de, "ignorantes", Acreditariam logo de cara no que seus olhos lhe mostram, sem questionar ou debater muito, e aí fica claro, como pode ser tênue a linha entre a "ignorância e a não-ignorância." Que eu não irei me ater agora, e muito menos, dizer quem está certo ou errado nesses casos, já que o propósito desse post, é apenas de questionar se realmente, a maioria das pessoas acreditam no que seus olhos lhe mostram. E sinceramente, fazendo minha meia culpa, eu não acreditaria.
Sim, e só para constar, no filme reencarnação, o garoto não era a reencarnação do marido, tá vendo. Eita, contei o fim, mas tudo bem, não assistam esse filme, vão perder seu tempo.
"Com o conhecimento nossas dúvidas aumentam." Goethe.
domingo, 8 de novembro de 2009
Generalização do social.
Se tem uma coisa que me irrita, é ver idiotas (o termo só pode ser esse) se utilizando de sua antropologia durkheimiana (que se utiliza do distanciamento sociológico) criticarem, e pior, fazerem juízo de valor, de algo que não conhecem, porém acham que sabem de tudo (isso em todos os sentidos). É claro que todos tem direito a opinião, mas, daí a generalizar, uma pluralidade social, sem o contato com a mesma, já é demais.
E um exemplo é os das pessoas (facilmente encontrados na internet) que se utilizam de falsos Axiomas como: "Pobre é preguiçoso", "a maioria dos mendigos são pilantras e preguiçosos" ou "todo bandido, só é bandido porque é safado", etc. Sem conhecer a realidade (ou algo próximo a isso) das ruas, quer dizer, sem tirar sua bunda da frente do computador ou apenas lendo a "confiável" Veja.
Acreditar nessa máximas, é como eu digo, generalizar algo plural. Vamos analisar alguns casos, e ver quanta mentira se esconde atrás desse tipo de máxima. Muitos dizem que, "pobre é preguiçoso, e está nessa situação por culpa própria, já que, existem várias(sic) pessoas que nascem pobre, mas vencem na vida." tudo bem a afirmação não é de todo falsa, porém vamos pensar em um mundo perfeito (que creio eu, só exista na cabeça desses parvos) onde todos os pobres resolvem deixar de ser "preguiçosos" e estudam o máximo possível para vencer na vida, será que todos, teriam a oportunidade de vencerem na vida, será que no Brasil, mais de 100 milhões de pessoas teriam a chance de serem ricas? é, acho que não, sabemos que o sistema no Brasil não permite isso, um, dois talvez, agora, todos vencendo, todos tendo a igualdade de "armas" para lutar, e consequentemente sendo, mais difíceis de se comprar, de serem manipulados. É, isso apenas no mundo onírico mesmo. Então por que chamá-los de preguiçosos, porque desde cedo entram no mundo real (coisas que "muitos intelectuais" da net ainda não fizeram), sabendo que uma oportunidade de ascensão, a não ser como jogador de futebol, será quase impossível, e vão trabalhar no pesado para buscar o mínimo de dignidade, será que realmente esses são os preguiçosos? será que vivem nessa situação porque querem?
Outro exemplo a ser combatido, é o que diz que, "os mendigos ou quem trabalha como flanelinha, vendedor de balas, etc, são pilantras (sempre generalizando), já que poderiam ter "empregos de verdade." Não vou entrar no mérito dos flanelinhas que roubam ou dos vagabundos que se utilizam da exploração infantil para pedir esmolas, esses realmente são pilantras. Porém, o que faz das pessoas que escolhem pedir esmolas ou trabalhar de forma informal por opção, pilantras? será que assim como nós buscamos em toda nossa vida, eles também não tem o direito de escolher algo mais cômodo, ao invés de se matarem trabalhando como bóia-fria ou arriscarem ser escravo em alguma dessas fazendas (normalmente comandadas por grileiros e políticos, não é Inocêncio). E até onde eu sei ninguém obriga (e se caso faz é bandido, e aí já é outro exemplo) outro a dar esmolas ou comprar balas, a pessoa faz se quiser. Portanto não é justo tachar de pilantra, alguém que prefere gerir sua vida, mesmo ganhando pouco, do que ser escravo, e ganhar pouco do mesmo jeito.
Por fim talvez o exemplo mais polêmico, o que diz, "todo bandido está nessa condição porque é safado." Será? é claro que quem é bandido, normalmente, é por opção, alguns por intimidação, vingança, imposição, mas normalmente, opção, até aí ok, porém vamos tentar pensar, e se encaixar na realidade de alguns, não todos (nada de generalizar) deles:
"você é filho do mundo, não conhece seu pai, sua mãe não está nem aí para você, obviamente vive nas ruas, e mesmo que não seja, será tratado como trombadinha pela maioria, mas tenta seguir na lei, e trabalhar no que é possível, porém, o que ganha só da para se alimentar, e mal, enquanto isso muitos dos seus "amigos" que vivem no crime, com roupas melhores, comendo melhor, sendo visto com mais "respeito" (medo na verdade). Mas você sabe que aquela vida vai lhe levar à morte, cedo ou tarde, porém o que garante que essa sua vida também não irá, muitos inocentes morrem na rua, e mesmo assim, se morrer, o que tem a perder, uma vida infeliz?."
É claro que todos os fatos, que apesar de serem exemplos, não fogem da realidade, apresentados acima, não é motivo (na minha opinião) para entrar no crime, no entanto, para mim, e muitos que não vivem na pele é muito fácil falar, será que dentro do seu contexto social, e das oportunidades que lhe deram, não é o melhor caminho? é errado, sim, mas o que eles tem por errado, por ético (muitos "gênios" da imprensa e política, por exemplo, não sabem o que essa palavra significa), então sinceramente dizer que eles são apenas e simplesmente, safados, não condiz com a verdade. E outra coisa que não poderia deixar de citar, por que muitos desses "trombadinhas", que roubam bolsas de madames ou carteiras, que cheiram cola, etc, devem ser mortos (muitos, e eu acho que você conhece gente assim e tomara que não seja um deles, pensam assim) e os também bandidos do colarinho branco que roubam milhões, apenas cadeia? (já notaram isso) Ah, porque talvez, muitos deles, sejam parentes das madames ou de quem pede a morte do "trombadinha".
Esse post não é para querer (e espero que não tenha entendido assim) provar que, todo pobre, mendigo, flanelinha, "trombadinha" etc, são santos, claro que não, estaria sendo contraditório com meu discurso, já que combato as generalizações. Mas sim, para mostrar como essas falsas verdades, muitas alimentadas pela mídia, vivem dentro do nosso dia, e como isso apenas alimenta a continuidade das injustiças. E olha que eu nem entrei na discussão daquela besteira de que, "todo favelado é bandido." Já que isso é tão descabido e imbecil como que a diz.
"Tá vendo aquele edifício moço
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas prá ir, duas prá voltar
Hoje depois dele pronto
Olho prá cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado "Tu tá aí admirado?Ou tá querendo roubar?."
Música CIDADÃO de Lucio Barbosa, imortalizada por Zé Ramalho.
E um exemplo é os das pessoas (facilmente encontrados na internet) que se utilizam de falsos Axiomas como: "Pobre é preguiçoso", "a maioria dos mendigos são pilantras e preguiçosos" ou "todo bandido, só é bandido porque é safado", etc. Sem conhecer a realidade (ou algo próximo a isso) das ruas, quer dizer, sem tirar sua bunda da frente do computador ou apenas lendo a "confiável" Veja.
Acreditar nessa máximas, é como eu digo, generalizar algo plural. Vamos analisar alguns casos, e ver quanta mentira se esconde atrás desse tipo de máxima. Muitos dizem que, "pobre é preguiçoso, e está nessa situação por culpa própria, já que, existem várias(sic) pessoas que nascem pobre, mas vencem na vida." tudo bem a afirmação não é de todo falsa, porém vamos pensar em um mundo perfeito (que creio eu, só exista na cabeça desses parvos) onde todos os pobres resolvem deixar de ser "preguiçosos" e estudam o máximo possível para vencer na vida, será que todos, teriam a oportunidade de vencerem na vida, será que no Brasil, mais de 100 milhões de pessoas teriam a chance de serem ricas? é, acho que não, sabemos que o sistema no Brasil não permite isso, um, dois talvez, agora, todos vencendo, todos tendo a igualdade de "armas" para lutar, e consequentemente sendo, mais difíceis de se comprar, de serem manipulados. É, isso apenas no mundo onírico mesmo. Então por que chamá-los de preguiçosos, porque desde cedo entram no mundo real (coisas que "muitos intelectuais" da net ainda não fizeram), sabendo que uma oportunidade de ascensão, a não ser como jogador de futebol, será quase impossível, e vão trabalhar no pesado para buscar o mínimo de dignidade, será que realmente esses são os preguiçosos? será que vivem nessa situação porque querem?
Outro exemplo a ser combatido, é o que diz que, "os mendigos ou quem trabalha como flanelinha, vendedor de balas, etc, são pilantras (sempre generalizando), já que poderiam ter "empregos de verdade." Não vou entrar no mérito dos flanelinhas que roubam ou dos vagabundos que se utilizam da exploração infantil para pedir esmolas, esses realmente são pilantras. Porém, o que faz das pessoas que escolhem pedir esmolas ou trabalhar de forma informal por opção, pilantras? será que assim como nós buscamos em toda nossa vida, eles também não tem o direito de escolher algo mais cômodo, ao invés de se matarem trabalhando como bóia-fria ou arriscarem ser escravo em alguma dessas fazendas (normalmente comandadas por grileiros e políticos, não é Inocêncio). E até onde eu sei ninguém obriga (e se caso faz é bandido, e aí já é outro exemplo) outro a dar esmolas ou comprar balas, a pessoa faz se quiser. Portanto não é justo tachar de pilantra, alguém que prefere gerir sua vida, mesmo ganhando pouco, do que ser escravo, e ganhar pouco do mesmo jeito.
Por fim talvez o exemplo mais polêmico, o que diz, "todo bandido está nessa condição porque é safado." Será? é claro que quem é bandido, normalmente, é por opção, alguns por intimidação, vingança, imposição, mas normalmente, opção, até aí ok, porém vamos tentar pensar, e se encaixar na realidade de alguns, não todos (nada de generalizar) deles:
"você é filho do mundo, não conhece seu pai, sua mãe não está nem aí para você, obviamente vive nas ruas, e mesmo que não seja, será tratado como trombadinha pela maioria, mas tenta seguir na lei, e trabalhar no que é possível, porém, o que ganha só da para se alimentar, e mal, enquanto isso muitos dos seus "amigos" que vivem no crime, com roupas melhores, comendo melhor, sendo visto com mais "respeito" (medo na verdade). Mas você sabe que aquela vida vai lhe levar à morte, cedo ou tarde, porém o que garante que essa sua vida também não irá, muitos inocentes morrem na rua, e mesmo assim, se morrer, o que tem a perder, uma vida infeliz?."
É claro que todos os fatos, que apesar de serem exemplos, não fogem da realidade, apresentados acima, não é motivo (na minha opinião) para entrar no crime, no entanto, para mim, e muitos que não vivem na pele é muito fácil falar, será que dentro do seu contexto social, e das oportunidades que lhe deram, não é o melhor caminho? é errado, sim, mas o que eles tem por errado, por ético (muitos "gênios" da imprensa e política, por exemplo, não sabem o que essa palavra significa), então sinceramente dizer que eles são apenas e simplesmente, safados, não condiz com a verdade. E outra coisa que não poderia deixar de citar, por que muitos desses "trombadinhas", que roubam bolsas de madames ou carteiras, que cheiram cola, etc, devem ser mortos (muitos, e eu acho que você conhece gente assim e tomara que não seja um deles, pensam assim) e os também bandidos do colarinho branco que roubam milhões, apenas cadeia? (já notaram isso) Ah, porque talvez, muitos deles, sejam parentes das madames ou de quem pede a morte do "trombadinha".
Esse post não é para querer (e espero que não tenha entendido assim) provar que, todo pobre, mendigo, flanelinha, "trombadinha" etc, são santos, claro que não, estaria sendo contraditório com meu discurso, já que combato as generalizações. Mas sim, para mostrar como essas falsas verdades, muitas alimentadas pela mídia, vivem dentro do nosso dia, e como isso apenas alimenta a continuidade das injustiças. E olha que eu nem entrei na discussão daquela besteira de que, "todo favelado é bandido." Já que isso é tão descabido e imbecil como que a diz.
"Tá vendo aquele edifício moço
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas prá ir, duas prá voltar
Hoje depois dele pronto
Olho prá cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado "Tu tá aí admirado?Ou tá querendo roubar?."
Música CIDADÃO de Lucio Barbosa, imortalizada por Zé Ramalho.
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Utopia.
Trecho do livro, UTOPIA, de Thomas Morus.
"Os utopianos classificam nessa espécie de prazeres bastardos a vaidade daqueles de que já falei, que se crêem melhores porque usam uma roupa mais bonita. A vaidade desses tolos é duplamente ridícula.
Em primeiro lugar, consideram suas roupas acima de suas pessoas; pois, quanto ao que é de uso, em que, vos pergunto, uma lã mais fina prevalece sobre uma lã mais grossa? Entretanto, os insensatos, como se distinguissem da multidão pela excelência de sua natureza, e não pela loucura de seu comportamento, erguem orgulhosamente a cabeça, imaginando valer um grande preço. Exigem, em virtude da rica elegância de suas vestes, honras que não ousariam esperar com um traje simples e comum; mostram-se indignados quando se olha a sua roupa com um olha de indiferença.
Em sugundo lugar, esses mesmos homens não são menos estúpidos por se alimentarem de honras sem realidade e sem proveitos. É natural e verdadeiro o prazer que se sente em frente de um adulador que tira o chapéu e dobra humildimente o joelho? Uma genuflexão cura alguém de febre ou da gota?
Entre aqueles que ainda seduz uma falsa imagem do prazer, estão os nobres que se comprazem com orgulho e amor no pensamento de sua nobreza. E de que se gabam? Do acaso que os fez nascer em uma longa série de ricos antepassados, e, sobretudo, de ricos proprietários (porque a nobreza de hoje é a riqueza). Todavia, se esses insensatos nada tivessem herdado de seus pais, ou tivessem devorado todo seu patrimônio, ainda assim não se sentiriam, por isso, diminuídos na sua nobreza dum só cabelo." (Morus, 1516, p. 100).
"Os piores escravos são aqueles que estão servindo constantemente as suas paixões." Diogenes.
"Os utopianos classificam nessa espécie de prazeres bastardos a vaidade daqueles de que já falei, que se crêem melhores porque usam uma roupa mais bonita. A vaidade desses tolos é duplamente ridícula.
Em primeiro lugar, consideram suas roupas acima de suas pessoas; pois, quanto ao que é de uso, em que, vos pergunto, uma lã mais fina prevalece sobre uma lã mais grossa? Entretanto, os insensatos, como se distinguissem da multidão pela excelência de sua natureza, e não pela loucura de seu comportamento, erguem orgulhosamente a cabeça, imaginando valer um grande preço. Exigem, em virtude da rica elegância de suas vestes, honras que não ousariam esperar com um traje simples e comum; mostram-se indignados quando se olha a sua roupa com um olha de indiferença.
Em sugundo lugar, esses mesmos homens não são menos estúpidos por se alimentarem de honras sem realidade e sem proveitos. É natural e verdadeiro o prazer que se sente em frente de um adulador que tira o chapéu e dobra humildimente o joelho? Uma genuflexão cura alguém de febre ou da gota?
Entre aqueles que ainda seduz uma falsa imagem do prazer, estão os nobres que se comprazem com orgulho e amor no pensamento de sua nobreza. E de que se gabam? Do acaso que os fez nascer em uma longa série de ricos antepassados, e, sobretudo, de ricos proprietários (porque a nobreza de hoje é a riqueza). Todavia, se esses insensatos nada tivessem herdado de seus pais, ou tivessem devorado todo seu patrimônio, ainda assim não se sentiriam, por isso, diminuídos na sua nobreza dum só cabelo." (Morus, 1516, p. 100).
"Os piores escravos são aqueles que estão servindo constantemente as suas paixões." Diogenes.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
O Sentido do Futebol.
Para quem gosta de futebol a pior pergunta que pode existir é: por que você gosta disso?, se você não ganha nada, quem ganha são os jogadores, você só faz perder seu tempo e dinheiro. E a pergunta é pertinente, por que gostamos (a maioria das pessoas) de futebol?
E tão simples como a pergunta, é à resposta, porque sim. Isso mesmo, à resposta é direta e simples, apenas, porque sim.
Várias hipóteses foram levantadas com o tempo, como, que o povo (principalmente o brasileiro) gosta de futebol, devido a uma "imposição" cultural, resumindo, por ser algo comum e que faz parte da nossa cultura, O que é não deixa de ser verdade. Atualmente ele está totalmente presente em nossa cultura, porém, não foi assim no início do século XX, quando o esporte foi trazido para cá, a sua prática era restrita a alta sociedade, pobres praticamente eram proibidos de jogar, além de que, o futebol era um esporte inglês, e a cultura inglesa a algum tempo já não era influente em nosso país. Então o aspecto cultural pode funcionar atualmente, mas a questão fica, porque no início do século alguns brasileiros "desafiaram" o costume, e praticaram o futebol.
Outro motivo levantado é que, o futebol é amado por ser um esporte democrático, o que também não deixa de ser verdade, do homem mais rico ao mais pobre, podem gostar e sofrer igualmente torcendo por um time. No entanto o futebol também é excludente, não é todo mundo que tem 20, 30 reais para gastar em um ingresso, além de que, quando os ricos vão ao estádio, na maioria das vezes, eles tem toda regalia, chegam com segurança e saem da mesma forma, ficam em um local com a visão privilégiada, etc. Diferente do pobre, que pega ônibus lotado, pouca segurança do estádio ao seu bairro, dentro do local, fica em um chão sujo, com banheiros imundos e visão pouco atrativa, o que denota que não é tão democrático.
Dizem que o futebol é querido por ser uma oportunidade clara de ascensão social, o que pode ser verdade para os dias de hoje, mas, não para o passado, até a década 40,50 e até 60, onde o esporte não era profissionalizado, pouco e recebia para sua prática, e também no início do século XX, como já foi dito, ele era uma particularidade dos mais ricos. Então à ascensão social, pode ser um motivo hoje, mas não explica porque ele começou a vários anos atrás a fazer parte de nossa cultura.
Outra questão que pode ser levantada é a da praticidade para jogar o futebol, já que você só precisa de uma bola e de um local, porém, afirmar que essa facilidade é um dos motivos da paixão pelo Ludopédio (eu tinha que usar esse termo), é, trocar à causa pelo efeito, as pessoas o praticam não por ser fácil, e sim, porque (como dito anteriormente) é algo que faz parte da cultura, até porque, assim como o futebol, o vôlei, handebol, também precisam apenas de uma bola e um local, e ainda existe o atletismo, lutas e porque não, ginástica, que só necessitam, apenas das pessoas.
E ainda temos um peculiar motivo, que é o de que, quem gosta do futebol, gosta por, ao assistir uma partida, seja no estádio ou não, tem a oportunidade nos 90 minutos da partida, de esquecer dos problemas da vida, preocupações, dividas, o vizinho chato, à sogra, etc. E ainda, ao acompanhar, podem extravasar, xingar, algo que não se pode fazer no cotidiano, é, isso pode ser um motivo, porém não são todos que gostam, que xingam ou utilizam o esporte para esquecer dos problemas, e também, voltando à época onde o futebol se tornava popular, não foi por esse fato que ele , se tornou tão importante para maioria dos brasileiros. Na década de 40,50 (quando ouve sua popularização), palavras de baixo calão, xingamentos em geral, eram mal vistos dentro da sociedade.
Enfim, já levantei e refutei, alguns motivos que para muitos levam ao futebol ser tão querido e especial para boa parte do mundo, talvez um pouco desses motivos juntos sejam responsáveis pelo sucesso do esporte bretão, ou até outro, é, pode ser, mas, como eu digo no começo, a simplicidade da resposta, assim como da prática, é que faz do Futebol tão apaixonante, então, por que eu gosto de futebol? Porque sim!
"Futebol é muito simples: quem tem a bola ataca; quem não tem defende". Neném Prancha.
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